Pela quarta vez na temporada, os times de Abel Braga e Fernando Diniz estarão de lados opostos no Maracanã. No sábado, às 19h, a bola rola para Flamengo e Fluminense, respectivamente, valendo um lugar na decisão do Campeonato Carioca. Será o quarto clássico em 51 dias entre os dois "adversários íntimos".
Os treinadores colocarão força máxima em campo e estudam estratégias para surpreenderem o rival. Veja abaixo como chegam os times de Abel e Diniz e o que está em jogo no Fla-Flu deste sábado, válido pela semifinal do Estadual.
POSTURA DEFINIDA
A derrota para o Fluminense na Taça Gunabara foi dura: além da eliminação, o Flamengo foi amplamente dominado pelo rival, que teve a posse de bola e impôs seu ritmo de jogo, finalizando mais do que o time de Abel Braga sem sofrer grandes ameaças. Nos clássicos seguintes, contudo, o Rubro-Negro foi mais incisivo, equilibrou a posse de bola e conseguiu duas vitórias seguidas.
A 'QUESTÃO ARRASCAETA"
Abel Braga tem uma questão para resolver: como encaixar Arrascaeta no time titular? Após a derrota para o Peñarol, o técnico disse que falta entrosamento ao uruguaio, contratado em janeiro, mas não tem dado muitas chances ao mesmo para atuar ao lado dos principais nomes do qualificado elenco do Fla.
Contra o Fluminense, neste sábado, Abel terá todos os meias à disposição. Diego, Everton Ribeiro, Arão e Cuéllar formam o meio de campo atualmente, com Bruno Henrique e Gabriel Barbosa, o Gabigol, no comando do ataque.
PILHA DE NERVOS
Além de fazer o time jogar bola, a comissão técnica precisa controlar os nervos da equipe - que estiveram exaltados nas últimas partidas, especialmente nos clássicos com o Fluminense pela Taça Rio. Foram jogos duros, com muitas discussões e, para o Flamengo, muitos cartões: nove amarelos e um vermelho.
CLÁSSICO DE GRANDE VALOR
O quarto encontro entre os rivais no ano é, enfim, "para valer". Os dois times entrarão em campo com força máxima e de olho em um lugar na decisão do Estadual. O Flamengo, campeão da Taça Rio, joga com a vantagem do empate.
Porém, a classificação pode ter um peso a mais para o Rubro-Negro, que, na quinta-feira, tem uma partida decisiva pela Copa Libertadores. Após a derrota para o Peñarol, do Uruguai, o time de Abel Braga recebe o San José, da Bolívia, precisando vencer. Um revés no sábado pode abalar a confiança da equipe.
"TEM QUE MANTER ISSO AÍ, VIU?"
No retrospecto recente, o Flamengo leva vantagem sobre o Fluminense. Foram sete clássicos disputados desde fevereiro de 2018, com quatro vitórias do Rubro-Negro, um empate e dois triunfos do Tricolor. Neste ano, o time de Abel venceu duas vezes a equipe de Fernando Diniz, que conquistou uma vitória.
Já nos últimos dez clássicos, são cinco triunfos do Flamengo e três empates, resultados que garantem o Rubro-Negro na decisão do Campeonato Carioca.
PROBLEMAS COM PRESSÃO ALTA
Após a derrota na semifinal da Taça Guanabara, o Flamengo mudou a postura nos últimos dois compromissos entre as equipes e passou a pressionar a saída de bola do Fluminense, incomodando a defesa do Tricolor, setor responsável por começar a trabalhar as jogadas.
Com os jogadores aparecendo um trecho alto do campo de ataque, o Tricolor encontrou dificuldades em desenvolver as jogadas desde a grande área e, por temor de perder a bola em uma posição de perigo, se livrava da bola, o que justamente o objetivo do Flamengo.
POSTURA DOS LATERAIS
Outro ponto de preocupação para Fernando Diniz são os laterais. Contra o Luverdense, pela Copa do Brasil, Ezequiel atuou improvisado como o lateral-esquerdo, já que Caio Henrique, que estava fazendo essa função, foi deslocado para atuar como primeiro volante, devido a ausência de Airton, lesionado. Na direita, Gilberto, totalmente recuperado de lesão, continua.
Apesar da dúvida sobre quem escalar no lado esquerdo da defesa, é fato que a equipe não aproveita o que os laterais criam. Os jogadores da posição avançam e aparecem com frequência no ataque, mas erram os cruzamentos com frequência e não acompanham as jogadas ofensivas, deixando, muitas vezes, os atletas de lado de campo sem opção de passe após um drible.
ESPAÇAMENTO DO MEIO-CAMPO
Apesar de ser uma equipe que possui um estilo de jogo definido a partir do toque de bola, o Fluminense encontra dificuldade para criar chances no campo ofensivo. Isso se dá pela falta de 'comunicação' entre os setores do campo. O Tricolor não possui nenhum jogador que leve a bola da primeira metade do gramado até a parte ofensiva.
Existe um buraco no meio-campo e isso se traduz pelo dilema na criação de chances. Os jogadores ou estão muito recuados, em uma posição que pouco ameaça o rival, ou muito parados perto da grande área ofensiva, facilitando a marcação por parte do time adversário.
NÃO ENTRAR NA PILHA CONTRA O FLAMENGO
O estilo definido através da valorização da posse da bola também encontra outro 'inimigo': os nervos dos próprios jogadores. O Fluminense, geralmente, não é uma equipe que distribui pontapés ou perde a cabeça por conta de faltas marcadas, o que é uma faceta dos trabalhos realizados por Fernando Diniz, mas isso muda quando o adversário é o Flamengo.
Diante do Rubro-Negro, alguns atletas do Fluminense assumem uma postura pouco vista em outros jogos. Entram na pilha, o que, no fundo, é benéfico para o Flamengo, que aproveita esse estado de nervos para provocar faltas e até expulsões - até aqui, Pablo Dyego e Ganso receberam cartões vermelhos em clássicos Fla-Flu.
CALIBRA O PÉ!
Na semifinal da Taça Rio, quando a partida ainda estava com o placar favorável ao Fluminense, o Tricolor teve algumas chances de aumentar a vantagem e, possivelmente, fechar o confronto, mas esbarrou no travessão, em cabeçada de Yony González, ou nas finalizações ruins.
Diante do mesmo adversário, o Fluminense não pode se dar ao luxo de perder chances claras de gol, já que o histórico recente de clássicos mostra que tudo pode ser decidido em instantes perto do apito final.