Uruguai supera invasão chilena e vai às quartas como um dos favoritos

Com solidez defensiva e protagonismo de Cavani, Celeste vence o Chile no Maracanã e se classifica em primeiro no Grupo C. Rival na sequência será o Peru, sábado, na Fonte Nova<br>

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Qualquer passante desavisado que estivesse no entorno do Maracanã na noite desta segunda-feira poderia notar a profusão de camisas vermelhas e chilenos nos arredores do estádio. Apesar do cenário ingrato, a Celeste, comandada por Cavani, mostrou por que pode ser considerada uma das favoritas ao título da Copa América. A vitória sobre o Chile está atrelada em dois pontos: a solidez defensiva e o protagonismo do camisa 21, mais uma vez decisivo.

A equipe de Óscar Tabárez deu novamente indícios que pode surpreender seus rivais no mata-mata. Mesmo sem uma atuação exemplar no Rio, notou-se em campo uma defesa que permite poucos espaços aos adversários. O ataque apresentou momentos de perigo com Cavani, Suárez e Arrascaeta. A primeira colocação do Grupo C, portanto, foi merecida. O próximo desafio será diante do Peru, sábado, às 16h, na Arena Fonte Nova, em Salvador. O LANCE! mostra os passos para a construção da vitória por 1 a 0.

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NOITE DE CAVANI

Cavani foi decisivo no Maracanã (Foto: Mauro PIMENTEL / AFP)

A partida diante do Chile poderia ficar marcada na carreira do atacante como mais uma em que ele se multiplicou em campo. Impressionou a capacidade de Cavani em aparecer nos diversos setores. No primeiro tempo, o camisa 21 não teve chances reais de levar perigo à meta de Arias. Porém, a melhor faceta do artilheiro aparecia mais tarde.

Até os 36 minutos do segundo tempo, o atacante era mais elogiado por suas funções táticas do que propriamente pelas oportunidades criadas no ataque. Bastou um lance para modificar o cenário: Rodríguez cruzou da esquerda, e Cavani, como um verdadeiro centroavante, escorou de cabeça para o fundo da rede (nos últimos 10 gols com a seleção, cinco foram com esse fundamento). De quebra, o uruguaio somou 113 partidas com a Celeste, sendo o terceiro atleta que mais vestiu a camisa da seleção. E, claro, foi o melhor em campo. 

UMA DEFESA SÓLIDA

Godín organizou a defesa uruguaia (Foto: Mauro PIMENTEL / AFP)

O Uruguai sofreu dois gols nas três partidas em que disputou até aqui na Copa América, ambos diante do Japão. Contra o Chile, a defesa mostrou-se confiável e teve raros períodos de instabilidade. Godín foi soberano na leitura dos movimentos dos atacantes adversários, e Giménez teve papel de salvador (evitou o gol de Paulo Díaz em cima da linha). Uma dupla segura.

O trabalho dos defensores, porém, foi facilitado pela colaboração dos laterais, que não comprometeram coletivamente. Cáceres e Giovanni González tiveram uma noite de trabalho com Alexis Sánchez e Vargas. A lição que fica é: a defesa uruguaia pode ser o eixo para levar a equipe de Tabárez à reta final do torneio.

CHANCE PARA ARRASCAETA 

Meia teve o apoio de rubro-negros (Foto: Diego Maranhão/L!Press)

Aposta de Tabárez para iniciar a partida, Arrascaeta se esforçou para encontrar espaços na defesa chilena. Apesar da movimentação e chutes de fora da área, o camisa 10 acabou substituído na etapa final. Ainda assim, a disputa pela vaga no sistema ofensivo continua aberta: Nandez e Rodríguez são concorrentes.

Em entrevista coletiva após o apito final, o técnico do Uruguai afirmou que o meia do Flamengo "cumpriu o seu papel tático". Ao todo, ele soma 106 minutos em campo na Copa América e é uma das opções para iniciar o confronto das quartas de final, diante do Peru, sábado, em Salvador. 

SUÁREZ: BRIGA INTENSA

Atacante passou em branco contra o Chile (Foto: Carl DE SOUZA / AFP)

O camisa 9 não esteve numa noite inspirada. À medida que o tempo passava, Suárez mostrava uma disposição incalculável para se livrar dos defensores. A bola do centroavante, no entanto, não entrou. A melhor chance aconteceu ainda no primeiro tempo, e o atacante, de forma inusitada, ainda pediu um toque de mão (acredite) do goleiro Arias na grande área.

Mesmo sem conseguir associar-se de forma recorrente com Cavani diante do Chile, Suárez continua sendo a referência no ataque da Celeste. Ele é a principal esperança de gols (tem dois no torneio) no mata-mata. 

A LUTA COMO RECEITA

Tabárez elogia entrega dos uruguaios (Foto: Mauro PIMENTEL / AFP)

Desde 2006 no comando da Celeste, Óscar Tabárez, aos 72 anos, considera que "a luta até o fim" dos seus jogadores pode ser a chave para repetir a façanha de 2011, quando venceu a Copa América pela última vez, na Argentina. O Uruguai, por conta da camisa e pelo que apresentou até aqui, é favorito diante do Peru.

Mesmo diante da invasão chilena no Maracanã (com maior público registrado no torneio: 49.275 pagantes), a Celeste mostrou que pode sonhar com o topo: defesa consistente e poder de decisão dos atacantes indicam esse caminho.

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