Veja em 5 passos como viagem a Córdoba deixou o São Paulo em crise
Avião lotado de conselheiros, Hernanes ainda sem a forma ideal, outra expulsão em competições da Conmebol, Jardine pressionado, blindagem na volta... Viagem para esquecer!
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O São Paulo voltou da Argentina com André Jardine sob pressão, a torcida insatisfeita e a inglória missão de vencer o Talleres (ARG) no Morumbi por três gols de diferença (ou 2 a 0 para levar aos pênaltis) para não passar pelo maior vexame de sua história em Copas Libertadores.
A viagem para Córdoba mergulhou o clube na crise, e não só pelo que aconteceu dentro de campo. Abaixo, o LANCE! lista os motivos.
O VOO DA DISCÓRDIA
Não pegou bem o fato de o voo fretado do São Paulo rumo a Córdoba ter levado 25 conselheiros convidados do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. Como publicou o Globo Esporte, havia até passageiros conhecidos pela oposição que fazem à atual diretoria, como Douglas Schwartzmann e Eduardo Mesquita Pimenta.
Schwartzmann fez parte da gestão Carlos Miguel Aidar e sempre foi um opositor ferrenho de Leco, tendo inclusive apelidado de "AeroLeco" a prática de convidar conselheiros para viagens desse tipo. Pimenta, por sua vez, foi o candidato derrotado pelo atual presidente na eleição presidencial de 2017.
O presidente do São Paulo é criticado por se importar muito com os conselheiros que o elegeram - alguns assumiram diretorias remuneradas no clube - e, agora, por tentar agradar também seus adversários políticos.
NEM O PROFETA SALVA
O São Paulo poderia ter abafado o mal-estar político com um bom resultado diante do Talleres (ARG), mas foi castigado pelo péssimo segundo tempo que fez e perdeu por 2 a 0, tornando muito complicada a missão de avançar à terceira fase para enfrentar Independiente Medellín (COL) ou Palestino (CHI).
Hernanes, a principal esperança da torcida, teve atuação tímida. Ele ainda não está no auge da forma, e esse é um dos maiores percalços enfrentados pelo São Paulo neste início de ano. Após jogar 45 minutos em cada um dos dois jogos da Florida Cup, o Profeta apresentou uma defasagem física grande e precisou ser submetido a uma rotina individual de treinamentos.
Ele acabou chegando à partida mais importante do ano sem ter jogado 90 minutos em nenhuma outra. Isso impediu que Jardine fizesse testes importantes: antes de jogarem na Argentina, Hernanes e Nenê só haviam ficado em campo simultaneamente por 24 minutos contra o Guarani. O camisa 15 garante que estará bem melhor para a decisão da quarta que vem.
MAIS UM EXPULSO
O cartão vermelho recebido por Hudson, a pouco mais de dez minutos do fim do jogo, foi muito prejudicial ao São Paulo. O Talleres aproveitou-se da superioridade numérica para ampliar a sua vantagem para 2 a 0.
Hernanes não condenou o companheiro e classificou a expulsão como uma "infelicidade", mas revelou que a necessidade de terminar o jogo com 11 foi tema de conversa no vestiário antes do jogo. Isso porque tem sido rotina para o clube jogar em desigualdade numérica em competições da Conmebol.
Na Sul-Americana do ano passado, por exemplo, Brenner foi expulso na derrota por 1 a 0 para o Colón no Morumbi e o time acabou eliminado na Argentina. Antes, Rodrigo Caio (no empate sem gols na ida), Cueva e Petros (na vitória por 1 a 0 na volta) já haviam sido expulsos contra o Rosario Central. Na última Libertadores que disputou, em 2016, o Tricolor teve sete expulsões. Maicon (na derrota por 2 a 0 na ida), Wesley e Lugano (na derrota por 2 a 1 na volta) foram excluídos na semifinal contra o Atlético Nacional.
JARDINE VOLTA PRESSIONADO
Raí, diretor de futebol do São Paulo, garantiu que André Jardine dirigirá a equipe no jogo de volta contra o Talleres (ARG) e falou em dar "bastante tempo" para ele trabalhar. Uma eliminação, no entanto, pode deixar a situação insustentável.
O gaúcho de 39 anos tem dois defensores importantíssimos no Tricolor: além de Raí, o presidente Leco foi um dos entusiastas de sua efetivação. O problema é que a pressão sobre os dois é constante e nem eles estão satisfeitos com o início de trabalho do treinador. "Obviamente está bem abaixo do que a gente esperava", disse Raí.
PORTAS FECHADAS
Raí deixou o estádio Mario Kempes, em Córdoba, falando em conversar com elenco e comissão técnica no CT da Barra Funda. Talvez por isso o clube tenha decidido fechar os portões durante o treino desta quinta-feira, que inicialmente seria aberto aos jornalistas.
Na sexta passada, uma conversa de uma hora e meia atrasou a atividade. Raí deu uma dura no elenco após as derrotas para Guarani e Santos.
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