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Maracanã, 70 anos: lembre páginas marcantes do Maior do Mundo!

Duas Copas, uma Copa das Confederações, um Pan-Americano, uma Olimpíada... Não faltam histórias (boas ou más) em 70 anos de Maracanã. Confira!
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Em 17 de junho de 1950 (dia seguinte à inauguração oficial), um duelo entre a Seleção Carioca e a Seleção Paulista deu o pontapé inicial na história do Maracanã. Coube a Didi (de pé na foto), o Príncipe Etíope, fazer história, inaugurando o placar. Mas os paulistas venceram por 3 a 1 o confronto.
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Construído especialmente para o Mundial daquele ano, o Maraca teve como primeiro jogo oficial a estreia da Seleção Brasileira na competição: 4 a 0 sobre o México. Ademir marcou duas vezes, e Jair Rosa Pinto e Baltazar completaram a goleada.
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A primeira melancolia do estádio veio em 16 de julho. Bastava um empate para a Seleção Brasileira conquistar pela primeira vez uma Copa do Mundo. Friaça abriu o marcador. Mas Schiaffino igualou e, na reta final, Ghigghia avançou pela direita e bateu rasteiro. Barbosa saltou e não conseguiu evitar o gol da virada por 2 a 1. O Uruguai era campeão do mundo, diante de 200 mil brasileiros emudecidos. "Só três pessoas calaram o Maracanã: o Papa, Frank Sinatra e eu", disse o herói da Celeste anos depois.
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Nem só futebol o Maracanã abrigou entre seus esportes. Em 23 de outubro de 1951, Hélio Gracie e Masahiko Kimura mediram forças em um embate de vale-tudo. O asiático venceu com uma chave de braço.
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No dia 21 de abril de 1957, Didi abriu caminho para a Seleção Brasileira sonhar com o inédito título mundial. Com sua letal "folha-seca", o meia decretou a vitória por 1 a 0 sobre o Peru, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
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A confusão tomou conta da final do Campeonato Carioca de 1966. O Bangu garantia o título com um 3 a 0 sobre o Flamengo. Mas, aos 24 minutos da etapa final, o banguense Ladeira cometeu falta no rubro-negro Paulo Henrique. O temperamental Almir Pernambuquinho revidou dando um tapa no adversário e uma pancadaria generalizada tomou conta do Maraca. O árbitro Aírton Vieira de Moraes expulsou nove jogadores - cinco do Rubro-Negro e quatro do Alvirrubro. Mesmo assim, a torcida do Bangu pôde, naquele 18 de dezembro de 1966, soltar um grito de "é campeão" após 33 anos de jejum.
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O passaporte da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 1970 foi carimbado diante do maior público oficial do Maraca entre seleções nacionais: 183.341 pagantes assistiram à vitória por 1 a 0 sobre o Paraguai. O gol foi marcado por Pelé.
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O futebol mundial voltou suas atenções para o Maracanã em 19 de novembro de 1969. Após o árbitro assinalar pênalti para o Santos em um confronto com o Vasco, uma multidão de jornalistas ficou de prontidão atrás da meta de Andrada. Pelé estava a caminho de seu gol mil. O "Rei" cobrou no cantinho e, mesmo com o goleiro voando, a bola parou no canto. A emoção tomou conta de diversas torcidas, no 2 a 1 santista.
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O Maracanã foi escolhido para ser o palco de despedida de Pelé na Seleção Brasileira. Ao lado de outros tricampeões do mundo, o Brasil empatou em 2 a 2 com a Iugoslávia (Gerson e Rivellino fizeram os gols canarinhos) em 18 de julho de 1971.
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Em 19 de dezembro de 1973, foi realizado o "Jogo da Gratidão", uma homenagem a Garrincha. Diante de ex-colegas e torcedores comovidos, o camisa 7 deu seus últimos dribles após atuar por 30 minutos em um confronto com uma Seleção do Resto do Mundo, que tinha Andrada, Pablo Forlán, Pedro Rocha e Reyes. O árbitro Armando Marques interrompeu a partida para a volta olímpica do "Craque das Pernas Tortas", que teve seu nome gritado e até ouviu pedidos de "Fica! Fica!" dos mais de 131 mil pagantes. Pelé e Luis Pereira fizeram os gols do 2 a 1 da Seleção Brasileira, mas o que valeu foi a homenagem a Mané:. A renda, equivalente a 166 mil dólares, contribuiu para o Garrincha comprar sete imóveis (todos para suas filhas) no início de 1974.
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O clima esquentou no confronto entre Brasil e Uruguai, pela Taça do Atlântico, em 1976. Em represália à maneira como Zico era "caçado" em campo por Sergio Benitez, Rivellino deu um soco no uruguaio. Os ânimos se acalmaram, mas só aparentemente. Ao apito final que decretou a vitória brasileira por 2 a 1 (com gols de Rivellino e Zico, enquanto Torres descontou), sobrou confusão. Sergio Ramírez partiu para cima do "Patada Atômica", que bateu em retirada para o vestiário e acabou escorregando nos degraus do Maraca. Enquanto isto, delegações de Brasil e Uruguai trocavam pontapés e socos.
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Em 5 de dezembro de 1976, o Maracanã assistiu à "Invasão Corintiana". Torcedores do Corinthians viajaram em peso para o Rio de Janeiro com o objetivo de acompanhar a partida diante do Fluminense, pela semifinal do Campeonato Brasileiro de 1976. E, em campo, o time correspondeu: após empate em 1 a 1 no tempo normal, vitória por 4 a 1 nos pênaltis.
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Outro esporte entrou em cena no Maracanã. O Desafio Internacional de Vôlei entre Brasil e União Soviética, marcado para o dia 17 de julho de 1982, mudou para o dia 26 devido ao mau tempo. Mas não conseguiu driblar a chuva, que novamente compareceu para render momentos inusitados.
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O primeiro set foi interrompido por um novo temporal. Depois, restou o improviso. O técnico soviético Viacheslaz Platanov pegou os tapetes que levavam os atletas aos vestiários para forrar o espaço no qual ocorria o jogo.  Esparadrapos formaram a linha de 3 metros. Jogadores como Bernard, em certa altura, preferiram ficar de meias. No final, deu Brasil, por 3 sets a 1.
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O Bangu chegou à final do Campeonato Brasileiro de 1985 e entrou em campo apoiado por banguenses, rubro-negros, flamenguistas, vascaínos, americanos... Mas, após dramático empate em 1 a 1, o Coritiba se sagrou campeão nos pênaltis, com vitória por 6 a 5.
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A luta da Seleção para quebrar um jejum de 40 anos sem títulos na Copa América passou pelo Maracanã. Na fase de grupos da edição de 1989, o Brasil despachou o Paraguai e, posteriormente, consegui uma vitória maiúscula: Bebeto e Romário decretaram a vitória por 2 a 0 sobre a Argentina de Maradona.
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A decisão trouxe mais um momento de tensão: o Uruguai, algoz em 1950. Mas, após cruzamento de Mazinho, Romário surgiu entre os zagueiros e decretou o triunfo por 1 a 0.
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O ano de 1989 ainda reservou forte emoções para a Seleção. O duelo com o Chile, pelas Eliminatórias, era decisivo para a vaga na Copa de 1990. Foi quando Careca abriu o marcador: "O Bebeto, que gostava de voltar um pouco e buscar a bola, girou em cima do volante deles e lançou para mim no momento certo. Eu já “fiz o facão”, fui pelo meio dos zagueiros e chutei. A bola até bateu no Rojas antes de entrar. Foi uma jogada rápida, uma bola perfeita", disse o camisa 9, ao LANCE!, em 2019.
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Só que aos 24 minutos, o Maraca levou um susto: a torcedora Rosenery Melo disparou um sinalizador que caiu na área na qual estava o goleiro Rojas. O chileno desabou em campo e simulou que tinha sido atingido. La Roja saiu de campo carregando Rojas e, pouco depois, foi comprovado: o goleiro cortou sua própria face com uma gilete que levava no bolso de seu calção. O Brasil teve sua vaga garantida com um triunfo por 2 a 0 (uma vez que os rivais abandonaram o campo).  "Bateu aquele desespero de ficar fora do Mundial, né? Agora, depois foi tudo desmascarado", afirmou ao LANCE! o ex-atacante Careca.
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Em 6 de fevereiro de 1990, Zico fez sua despedida oficial do Flamengo. Com colegas como Junior, Adilio, Andrade, Leandro e Nunes, ele serviu ao Rubro-Negro no empate em 2 a 2 com a Seleção do Mundo, que reuniu jogadores como Taffarel, Falcão, Kempes e Rummenigge.
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Em 19 de julho de 1992, uma tragédia abalava as estruturas no Maracanã. Antes da decisão do Brasileiro, entre Flamengo e Botafogo, um setor da arquibancada destinado a rubro-negros desabou, causando a queda de diversos torcedores. Segundo informações do "Jornal dos Sports", a confusão teria começado após uma discussão no local e um torcedor ameaçar disparar tiros para o alto. O acidente feriu 82 pessoas, e causou a morte de três pessoas: Frederico Castilho de Oliveira, de 16 anos, Sérgio de Souza Marques, de 25 anos, e Cláudio José Rocha Galda, com 17 anos.
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Presidente da Suderj na época, Márcio Braga recordou ao LANCE! em 2017 que o episódio foi uma "tragédia anunciada": "Em um despacho que tive com o governador Leonel Brizola, eu chamei atenção de que o Maracanã estava deteriorado, e alguma coisa podia acontecer. Era necessária uma recuperação grande, muito grande. Mesmo com a reabertura meses depois, isso só aconteceu, de fato, no fim da década de 1990". O Instituto Carlos Eboli divulgou que havia falhas como grades mal instaladas e peças corroídas pela oxidação. O estádio ficou em silêncio por 205 dias.
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Em 24 de março de 1993, outro jogador que marcou época no Maracanã se despedia dos gramados. Vascaínos deram adeus a Roberto Dinamite, em amistoso no qual a equipe comandada por Joel Santana teve o reforço luxuoso de Zico, que vestiu a camisa cruz-maltina por 45 minutos. Nem o revés por 2 a 0 para o La Coruña, que na época tinha como astro Bebeto, tirou a emoção da torcida. Os vascaínos ovacionaram Roberto em sua volta olímpica ao ser sacado.
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O ano de 1993 trouxe um momento de delírio aos torcedores. O Brasil chegou à reta final das Eliminatórias da Copa do Mundo precisando levar a melhor sobre o Uruguai para se classificar. Em meio a pedidos da torcida e muitos rumores, Romário voltou a vestir a amarelinha e chamou a responsabilidade de garantir a vaga. E o Baixinho não se fez de rogado. Abriu o placar com um gol de cabeça e, após receber lançamento, desvencilhou-se do goleiro para decretar a vitória por 2 a 0. Partiu tetra!
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O Maracanã estendeu seu tapete para ser palco dos Jogos Pan-Americanos de 2007, que teve como sede o Rio de Janeiro. Houve também jogos no Maracanãzinho e no Parque Aquático Júlio Delamare.
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O estádio acompanhou a ascensão da Seleção feminina, que tinha nomes como Marta, Formiga, Cristiane e Daniela Alves, com direito a um massacre por 5 a 0 sobre os Estados Unidos.
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Com o Brasil anfitrião de uma série de eventos, o Maracanã foi bastante utilizado nesta década. Em 2013, a Seleção Brasileira causou euforia ao golear a badalada Espanha por 3 a 0, com dois gols de Fred e um de Neymar.
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Mais modernizado, o Maracanã voltou a estar em uma edição de Copa do Mundo. A primeira partida do Mundial de 2014 disputada no Maraca foi o triunfo por 2 a 1 da Argentina sobre a Bósnia.
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A festa foi da Alemanha no Maraca. Com gol de Mario Götze na prorrogação, os alemães bateram a Argentina por 1 a 0, após uma decisão acirrada. Era o tetra!
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O Maracanã também foi palco dos Jogos Olímpicos de 2016.
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O esperado ouro olímpico no futebol masculino foi conquistado no Maracanã. Após golear Honduras por 6 a 0 na semifinal, o estádio abrigou uma final dramática da Seleção contra a Alemanha. No tempo normal, empate em 1 a 1. Passada uma disputa de pênaltis eletrizante, Weverton brilhou para Neymar consolidar a inédita medalha no esporte.
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Em 2019, foi a vez da Copa América retornar ao Maracanã. Apesar de astros como Messi (foto), Soteldo, Cavani, Suárez e Guerrero passarem pelo estádio, outra seleção celebrou.
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A Seleção Brasileira manteve sua tradição de ser sempre campeã quando é anfitriã do torneio. Everton Cebolinha, Gabriel Jesus e Richarlison sacramentaram a vitória por 3 a 1 sobre o Peru.
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O Maraca também tem um evento tradicional para a torcida carioca. Promovido por Zico (maior artilheiro da história do estádio) ao fim de cada ano, o "Jogo das Estrelas" reúne jogadores e ex-jogadores do Brasil e do mundo em uma partida beneficente. A renda da partida é destinada a instituições.
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O estádio não abriu suas portas apenas para o esporte ou para shows. Em visita ao Brasil em 1980, o Papa João Paulo II realizou uma missa campal no gramado. Canção feita em homenagem ao pontífice, "A Bênção, João de Deus" se tornou mais tarde um grito de torcida do Fluminense. Em 1997, na nova visita de João Paulo II ao Rio, houve nova reverência no Maracanã. O estádio também já abriu espaço para cultos de outras religiões, levando grande público.
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Um evento tradicional no Rio de Janeiro foi a chegada de Papai Noel. O "bom velhinho" desembarcava no estádio para o delírio dos cariocas, em um evento que contou durante as últimas décadas com presenças de artistas como Xuxa, Os Trapalhões e Eliana.
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Publicado por Lance!