Já instalados na Vila Paralímpica desde quarta-feira, alguns atletas estão aproveitando para conhecer os principais ambientes de treino e competição dos Jogos do Rio. Na última quinta-feira, as equipes de halterofilismo e basquete em cadeiras de rodas visitaram os locais onde vão brigar por medalha.
Os halterofilistas estiveram no Pavilhão 5 do Riocentro e viram de perto os bancos e as barras que serão montados no Pavilhão 2.
- Queria que chegasse logo este treino para sentir o espaço, o clima. O pessoal realmente precisa treinar neste banco, que vai ser o da competição, e esta barra tem uma velocidade mais rápida. Adaptando-se a essa situação, não vai ter surpresa na competição - disse o técnico da equipe, Valdecir Lopes, ao Ministério do Esporte.
Evânio da Silva (-88kg) gostou da barra e do banco. O baiano tem como melhor marca 201kg, e nesta quinta levantou 205kg, Ele agora está aprimorando o movimento para se superar no dia da competição.
- Melhorei muito nos últimos três meses, acho que uns 20% a mais. Melhorei na força, na técnica, estamos fazendo um treino diferente, com mais foco. Minha categoria é muito difícil, mas quero fazer o melhor da minha vida nos Jogos - disse.
Para Valdecir, o primeiro pódio brasileiro em Jogos Paralímpicos no halterofilismo é possível. A principal aposta é Márcia Menezes (-86kg). Enquanto ela treinava, Val deixava um olho na atleta e outro na chinesa Fengmei Li, uma das grandes adversarias de Márcia.
- O tempo todo estava observando o desfecho do treino da chinesa, a preocupação dela. Vi que ela terminou e ficou olhando o treino da Márcia. Eu fico o tempo todo rastreando os adversários dos atletas. Temos as marcas de todos os principais concorrentes de Londres pra cá - contou o treinador.
No Parque dos Atletas, área oficial de treinamento das equipes, o basquete em cadeira de rodas do Brasil teve o primeiro contato oficial com os Jogos Paralímpicos. Embora não seja o ambiente de competição em si, atletas e comissão técnica valorizaram a experiência, principalmente pelo aspecto emocional.
- Sentimos as meninas bem mais eufóricas após a entrada na Vila e o primeiro treino. A palavra é entusiasmo. É um estímulo bom, o pessoal está com as emoções bem à flor da pele. Mas a gente não pode deixar isso virar uma euforia descontrolada - comentou Martoni Sampaio, técnico da seleção feminina.
Uma das principais jogadoras da equipe, Lia esteve com a seleção na última edição dos Jogos, em Londres, e não escondeu a emoção com o primeiro contato com os Jogos em casa.
- Estou maravilhada. A Vila é encantadora, a quadra é boa e a gente já está com muita ansiedade para estar nos jogos. Estamos bem empolgadas. A recepção foi muito boa - disse a atleta.
Na seleção masculina, o ambiente foi parecido. O treino terminou com muita descontração em uma atividade de arremessos, deixando transparecer a felicidade de todos por enfim estar vivendo a Paralimpíada em casa.
- Na hora que eu entrei aqui senti uma energia muito boa. Estou na Paralimpíada. Chegou a hora. É muito forte a emoção de estar representando o Brasil no nosso país - afirmou o pivô Leandro.
Para o técnico Tiago Frank, o primeiro treino serviu justamente para acabar com a ansiedade dos atletas, que não veem a hora de entrar em quadra.
- Foi para quebrar o gelo. Muitos estão aqui pela primeira vez, mas a atmosfera é diferente. A gente procurou deixar os atletas se soltarem e se encontrarem. A quadra representa muito o palco dos Jogos em termos de piso e contraste de linhas. É importante esse espaço nessa reta final - valorizou Frank.
A briga por medalha no halterofilismo no Rio acontecerá entre os dias 8 e 14, enquanto o torneio de basquete em cadeira de rodas vai ser disputado entre os dias 8 e 17.