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Casa Brasil: Sucesso garantido nos Jogos Rio-2016

Música, dança, exposições e cinema conquistaram o público, que lotou o espaço da região portuária durante a Olimpíada e a Paralimpíada

Atrações da Casa Brasil, na região portuária
imagem cameraCasa Brasil mostrou a diversidade da cultura do país (Foto: Ministério da Cultura)
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Lance!
Rio de Janeiro
Dia 22/09/2016
10:16
Atualizado em 22/09/2016
12:23

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Contemplando a diversidade cultural do país, a Casa Brasil ofereceu durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016 uma série de atividades envolvendo as mais variadas manifestações artísticas, como música, dança, teatro e cinema. Os números são grandiosos: a Casa Brasil recebeu mais de 400 mil visitantes, muitos dos quais tiveram a oportunidade de aproveitar a programação gratuita, que contou com mais de 50 artistas e shows, 14 oficinas de samba (percussão e dança), 10 curta-metragens, além de exposições e degustação de comidas típicas. O projeto faz um recorte do que temos de melhor e mais bonito, provocando orgulho em todos que produziram e participaram das atividades.

Arte por toda parte

A exposição Patrimônio Imaterial Brasileiro – A celebração viva da cultura dos povos apresenta 38 bens declarados como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), sendo cinco deles declarados Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

Por meio de recursos audiovisuais e interatividade, em ambientes recriados e textos didáticos, o público conhece e vivencia os bens culturais brasileiros divididos em quatro categorias: saberes, lugares, celebrações e formas de expressão.

As festas juninas, tão queridas pelos brasileiros, também marcaram presença na Casa Brasil. A mostra Brasil Junino apresenta as festividades por meio de fotografias e peças audiovisuais expostas em um conjunto cenográfico típico, uma réplica de uma vila do interior do nordeste.

Entre as principais festas juninas do país estão representações de Ceilândia/DF, Campina Grande/PB, Caruaru/PE, São Luís/MA e Aracaju/SE, além do São João da Bahia que é comemorado em todo o estado. O grupo Balé Flor do Cerrado, de Brasília, foi o responsável por dar vida ao espaço, com apresentações típicas de São João.

- Não havia lugar melhor e com mais força para falar dessa tradição que a Casa Brasil - ressaltou a curadora da mostra, Edilane Oliveira.

Festival Interações

O Festival Interações promoveu o encontro de artistas de norte a sul do país no palco da Casa Brasil, fazendo o público vibrar em cada apresentação. Foram mais de 30 artistas e grupos apresentando espetáculos que dialogaram entre si. Com curadoria e direção artística de Afonso Oliveira, produção da Cactus e realização do Ministério da Cultura, o festival foi um dos eventos de maior sucesso realizados no espaço.

- O Festival Interações foi uma das mais importantes mostras da diversidade cultural brasileira. Teve uma repercussão nacional muito grande, com representantes de todas as regiões do Brasil. Os shows tiveram uma receptividade incrível, principalmente nos finais de semana, com todas as apresentações com senhas esgotadas e gente do lado de fora. O MinC e todos os realizadores, como Apex e Ministério do Turismo, estão de parabéns - elogiou Afonso Oliveira.

O curador ressaltou a importância de alguns shows realizado no palco da Casa Brasil.

- Tivemos encontros históricos, como do Geraldo Azevedo, um grande nome da música brasileira, com o músico francês Nicolas Krassik. Os maracatus de Estrela de Ouro de Aliança, de Pernambuco, com o bonequeiro Chico Simões, de Brasília. O encontro de Augusto Martins e Marcel Powell (filho do lendário Baden Powell) cantando a grande obra de Zé Ketti. Ver esses artistas que nunca tinham se encontrado, fazendo ensaio e conversando no camarim, e depois juntos no palco, emocionou o público e todos nós que trabalhamos na produção do evento. Não foi apenas uma vitrine, mas um verdadeiro encontro da cultura viva do Brasil - ressaltou.

Geraldo Azevedo, que abriu o Festival Interações, elogiou o projeto.

- Desde o início dos Jogos Olímpicos estava na expectativa de integrar a programação de shows da Casa Brasil. Admiro muito o projeto cultural criado para esse período - contou o músico.

Século do Samba

O projeto Século do Samba relembrou clássicos do samba, com apresentações musicais de importantes representantes do gênero. Os mestres da velha guarda, Monarco e Nei Lopes, abriram a série com o show Terreiro e carnaval. Na sequência, a dupla paulistana Os Prettos e o músico carioca João Martins mostram composições próprias, muitas inéditas.

No terceiro show da série, Samba de breque e outras bossas, Jards Macalé e Pedro Luís prestaram reverência ao mestre do samba-breque Moreira da Silva, o Kid Morengueira, com clássicos do estilo. Leci Brandão e Tantinho da Mangueira encerraram a última noite com o show Partido-alto, samba de fato, não faltando versos improvisados e homenagens à Mangueira, escola de coração da dupla. Luis Filipe de Lima, o criador do projeto, comemorou a repercussão do evento na Casa Brasil.

- Não tinha dia, nem hora, o auditório onde aconteceram os shows estava sempre lotado, com gente acompanhando do lado de fora. Conseguimos atingir uma faixa de público muito diversa e calorosa. Tinha o público passeando pela casa, e quem vinha assistir especificamente a algum show, ver a Leci Brandão, por exemplo. Muitas vezes a gente acabava as apresentações e as pessoas vinham nos cumprimentar, não apenas cariocas, mas brasileiros de outros Estados e estrangeiros. O saldo foi o mais positivo possível - disse o idealizador.

Pedro Luis também comentou sua participação no evento. "Fico muito feliz de fazer parte da programação numa área que a cidade ganhou. Espero que o carioca faça dela o melhor possível, com sabedoria e propriedade", frisou.

Oficinas de samba

Dentro do projeto Século do Samba, a Casa Brasil também ofereceu oficinas de percussão e dança (samba de raiz e escola de samba). Os artistas do grupo Filhos do Samba mostraram com se toca vários instrumentos, além de provar que todo mundo tem um pouquinho de samba no pé.

- As oficinas ficaram muito cheias, com muitas crianças e idosos, um público muito bacana. Distribuíamos 50 senhas por oficina (foram 14 no total) e sempre passava um pouco de 50 participantes. Teve gente até que nos procurando querendo que levássemos as oficinais para outros lugares ou pedindo aulas particulares. Entraram na nossa página no Facebook, curtiram, compartilharam, tivemos um retorno muito rápido - contou Claudio Brito, do grupo Filhos do Samba.

Os amantes do futebol tiveram uma chance de reviver o passado com a exibição de 10 curta-metragens com cenas restauradas do Canal 100. O cinejornal marcou época ao registrar grandes momentos do esporte, principalmente do futebol. Os curtas exibidos na Casa Brasil incluem depoimentos de jogadores, com imagens registradas ainda em película 18 e 35 mm e que foram ao ar nas maiores salas de cinema do país.

Os músicos da orquestra Petrobras Sinfônica se apresentaram duas vezes na Casa Brasil, dias 16/08 e 15/09. No primeiro show, animaram o público com um repertório de rock orquestrado. Já na segunda apresentação, agora somente com o quinteto de sopros, voltaram para as raízes clássicas, com canções de Rossini, Edino Krieger, Julio Medaglia e Verdi.

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