Ela é ‘parioca’, tem ‘juba’ e representou o Brasil no tiro com arco

Patricia tem 59 anos, é francesa de nascimento, mas brasileira de alma e papel passado

imagem cameraPatricia Layolle nasceu em Paris, mas há mais de 30 anos vive no Brasil e foi naturalizada (Foto: Igor Siqueira)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 16/09/2016
00:10
Atualizado em 16/09/2016
07:45
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Dos 285 atletas que fazem parte da delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos do Rio, apenas uma não nasceu em solo brasileiro – Patricia Layolle, do tiro com arco, que é de Paris, na França, e competiu nesta quinta-feira na disputa individual. Mas isso não tira de Patricia o amor pelo país que ela escolheu defender.

– Ela é Parioca – brinca a companheira de seleção brasileira, Thaís Carvalho, fazendo uma mistura de parisiense com carioca.

Patricia foi eliminada logo na primeira rodada pela chinesa que teve o melhor rendimento no classificatório e viria a ser medalhista de prata, mas, aos 59 anos, pôde viver no Sambódromo momentos dos quais não se esquecerá.

– Foi um sonho, uma maravilha. Minha medalha é já estar participando. O ouro eu já tenho com minha família. Então, foi demais, muito emocionante. Peço desculpas por não ter atirado melhor – disse ela, que teve duas notas zero, e ainda emendou:

– Eu me sinto completamente brasileira. Na verdade, me sinto mais carioca do que brasileira. São 34 anos. Estou mais tempo no Brasil do que você (NR: o repórter tem 25 anos). Sou experiente. Tenho JUBA: juventude bem adiantada.

Mesmo ciente que os anos pela frente no tiro com arco não serão tão longo assim, Patricia se recusa a aceitar inerte a aposentadoria.

- Até meu corpo aguentar. A cabeça é jovem. Eu posso, não desisto, o paratleta é mais forte, não desiste. Mas como eu sou JUBA, meu corpo não segue minha mente às vezes. Então, até eu aguentar eu vou atirar. Até a equipe me querer, enquanto eu ficar entre as três melhores, eu vou ter muito prazer - garantiu.

Patricia teve o apoio de parentes e amigos na arquibancada e, apesar do mau resultado, achou um lado bom para a história:

- Infelizmente não fiz um bonito espetáculo, estou muito chateada comigo, o tiro não saiu. Pelo menos fiz um 10.

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