O melhor do dia 3: Brasil não larga o pódio nos Jogos Paralímpicos

Delegação brasileira fatura mais dois ouros no atletismo, leva três pratas no judô e conta com Daniel Dias inspirado

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A cada dia, o Brasil aumenta sua coleção de medalhas nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. Se no primeiro dia de disputa foram quatro láuras, com mais sete no segundo, o sábado trouxe o recorde diário para o país, até o momento, com oito conquistas. Os brasileiros brilharam nas pista e no campo do Engenhão, no atletismo, foram prateados no tatame da Arena Carioca 3 e ficaram bronzeados na piscina do Centro Aquático.

Mas não foram apenas os atletas do país-sede que se destacaram. Apesar da medalha de prata no atletismo, a belga Marieke Vervoort precisou falar mesmo sobre a eutanásia. Já no goalball teve torcida dentro de quadra. Isso em um dia de recorde de público na Paralimpíada, com 167 mil pessoas no Parque Olímpico.

Atletismo dourado

Claudiney Batista faturou ouro no lançamento de disco (Foto: Divulgação/CPB)

Shirlene Coelho não precisava fazer mais nada para provar que a escolha como porta-bandeira do Brasil nos Jogos Paralímpicos não estava equivocada, afinal, conquista não faltam para a carreira dela. Mas no Rio de Janeiro, ela resolveu acumular uma nova medalha em sua coleção. E logo uma de ouro, com o título na lançamento de dardo da categoria F37.

Na comemoração, no Estádio do Engenhão, com um bom público neste sábado, só não poderia faltar a bandeira do país.

- Não poderia estar mais feliz nesse momento. Estou muito empolgada. Ganhar uma medalha no Brasil com minha família no estádio é maravilhoso. Depois de ter sido a porta-bandeira na cerimônia de abertura e, agora, conquistar uma medalha de ouro, posso assegurar que é a melhor semana da minha vida - resumiu a atleta.

Quem também brilhou no Estádio Olímpico foi Claudiney Batista dos Santos também com uma láurea dourada: no lançamento de disco F37.
E ainda teve mais um pódio para completar o dia: o bronze de Rodrigo Parreira da Silva nos 100m T36.

Judoca incansável:

Antônio Tenório conquistou a prata no judô (foto: Cleber Mendes/MPIX/CPB)

Imagine estar com 45 anos de idade e conquistar a sexta medalha, em sua sexta participação olímpica. O ouro sonhado por Antônio Tenório não foi alcançado. Mas a medalha de prata obtida nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, na categoria até 100kg, em nada diminui a importância dos feitos do judoca.

O brasileiro tem quatro títulos olímpicos (Atlanta-1996, Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008), um bronze (Londres-2012) e, agora, uma segunda colocação (Rio-2016). Pouco? Pode até parecer para o próprio competidor, afinal, ele já até avalia a possibilidade de disputar a Paralimpíada de Tóquio-2020.

- Estou feliz com a medalha de prata, minha meta era estar aqui em minha sexta Paralimpíada, e estou no pódio por 24 anos. Não fiquei triste por não conquistar o ouro. Se saísse com a prata ou o bronze teria o mesmo sabor - resumiu Tenório.

Quem também faturou a prata pra o Brasil foram: Willians Silva de Araújo (categoria mais de 100kg) e Alana Maldonado (até 70kg).

Daniel Dias é sinônimo de pódio:

Daniel Dias voltou ao pódio no Rio (Foto: Reprodução Flickr)

Não é apenas o Brasil que não deixou o pódio após três dias de disputa da Paralimpíada do Rio. O nadador Daniel Dias também faturou alguma láurea nos três dias da competição. Neste sábado, o nadador ficou com o bronze nos 50m borboleta S5. Antes, ele já tinha faturado o ouro nos 200m livre S5 e a prata no revezamento misto livre de 20 pontos.

O atleta brasileiro soma até o momento 18 láureas em Jogos Paralímpicos, um número impressionante.

Quem também terminou um dia com um bronze para o Brasil foi Matheus Souza nos 400m livre S11.

Estrangeiros:

Marieke Vervoort levou uma medalha de prata no Rio de Janeiro (Foto: YASUYOSHI CHIBA/AFP/Lancepress!)

A medalha de prata nos 400m T52 nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro não foi o assunto mais comentado pela belga Marieke Vervoort no atletismo neste sábado. A atleta precisou mesmo falar sobre a eutanásia.

Aos 37 anos, ela sofre de uma doença muscular degenerativa incurável na coluna vertebral, o que causa dores intensas, que a impedem de dormir. Por causa disso, ela autorizou a eutanásia, prática legal no país europeu, em 2008.
- Não está certo que a eutanásia acontecerá logo após o Rio. Vamos ver. Tomei a decisão há muito tempo, em 2008 - resumiu.

Enquanto Marieke tenta aproveitar ao máximo sua vida e a participação na Rio-2016, o mesmo não pode ser dito do time feminino de goalball da Argélia. Pelo segundo jogo consecutivo, a equipe não apareceu em quadra na Arena do Futuro e perdeu por WO, dessa vez para Israel.

Por conta disso, a organização resolveu premiar alguns torcedores que compareceram ao local. Algumas pessoas foram sorteadas via ação em rede social para disputaram um jogo-exibição na quadra. Tudo para aprenderem uma nova modalidade e não perderem o dinheiro investido nos ingressos.

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