O último ato de uma lenda do judô paralímpico. Neste sábado, com a Arena Carioca 3 lotada, Antônio Tenório pode ter feito a sua última luta em uma edição dos Jogos Paralímpicos. A perda da final para Gwang-Geun Choi, da Coreia do Sul, seu algoz em Londres-2012, pouco importou. Afinal de contas, a medalha de prata (a terceira do Brasil no Rio) foi a sexta em edições da competição. O bronze ficou com o uzbeque Shirin Sharipov e o cubano Yordani Fernandez.
O caminho até a sexta e provável última medalha paralímpica foi complicado. Após a estreia sem dificuldades contra o alemão Oliver Uppman, Tenório teve uma batalha dramática diante do britânico Christopher Skelley. Com luta marcada por punições, o brasileiro precisou superar o desgaste do duelo, que foi para o golden score. Mas o brasileiro foi guerreiro e avançou.
Na semifinal mais uma vez um adversário encardido. O uzbeque Shirin Sharipov foi o oponente e tentou de todos as maneiras amarrar o duelo. Novamente Tenório usou de sua experiência, carregou o rival de punições e ainda conseguiu um yuko faltando dois segundos para assegurar sua quinta final paralímpica.
O destino quis que a final dentro de casa fosse justamente contra o sul-coreano Gwang-Geun Choi, o carrasco em Londres e responsável pela única edição onde Tenório não chegou até a disputa da medalha de ouro. Apesar da força da torcida e da bravura do brasileiro, o asiático foi superior e aplicou um ippon. Em um gesto digno das lendas, Tenório levantou o braço do bicampeão e sucessor do seu legado.
A atitude fez a plateia ovacionar o ídolo nacional. Afinal de contas, não é qualquer um que tem a regularidade de medalhar em todas as competições paralímpicas. Se confirmar o adeus, vai deixar saudades.