Um turbilhão de sentimentos tomou conta do Maracanã ontem à noite. Afinal de contas, o Rio de Janeiro se despediu para valer do calendário de grandes eventos com o encerramento dos Jogos Paralímpicos. Mesmo com um tom de saudade e fim de festa no ar, a alegria tomou conta do adeus, algo bem típico dos cariocas, que não gostam de tristeza nem na hora do adeus.
Se na abertura o tema inclusão foi bem explorado, o fechamento destacou que a Paralimpíada trouxe mais uma vez para o mundo, sobretudo para o Brasil, a mensagem de evolução. Não existe deficiência quando se vê o próximo em condições de igualdade. E isso entrou no DNA do público, que compareceu ao evento ao longo dos 11 dias de disputa.
A mensagem estava bem exposta no rosto dos atletas. O nosso porta-bandeira no encerramento, o jogador de futebol de 5 Ricardinho, reflete isso. Com uma grave lesão (ele teve um problema na tíbia), ele quase não disputou a competição. Se recuperou, foi o herói do título.
Um momento de emoção foi a homenagem feita ao ciclista iranano Bahman Golbarnezhad, morto durante a realização da prova no sábado passado. Foi a única fatalidade em 11 dias de repleto sucesso na Cidade Maravilhosa. Nuzman, mais uma vez, repetiu o discurso otimista feito no encerramento da Olimpíada. Missão cumprida.
Houve espaço para polêmica também. Mesmo sem a presença do presidente Michel Temer, que está em Nova Iorque na assembleia geral da ONU, o protesto apareceu. O guitarrista do Nação Zumbi, Lucio Maia, virou sua guitarra e nela estava a frase “Fora Temer!”.
Com shows de artistas brasileiros, de Ivete Sangalo ao rock de Adreas Kisser do Sepultura, a mensagem final foi que o Brasil aprendeu a ser um país mais inclusivo. E que esse legado deixado pela Paralimpíada seja o tom do nosso cotidiano. O clima olímpico e paralímpico deixará saudades. Tanto que mais uma vez a chuva apareceu. Realmente foi difícil segurar as lágrimas após um agosto e setembro repletos de emoção.