Arábia Saudita está perto de criar liga de boxe em parceria com TKO, dona do UFC
País tem investido bilhões para sediar eventos esportivos nos últimos cinco anos
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A Arábia Saudita trabalha para ampliar seus investimentos no mundo dos esportes. Segundo o jornal "The New York Times", a Sela, empresa subsidiária do Fundo de Investimentos Públicos da Arábia Saudita, está prestes anunciar a criação de uma liga de boxe em parceria com a TKO, proprietária do UFC (Ultimate Fighting Championship).
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A nova competição será disputada por boxeadores em ascensão ligados exclusivamente à liga. De acordo com a publicação, a TKO, representada pelo presidente do UFC Dana White, será uma espécie de sócia-gerente e receberá uma participação acionária e uma parte da receita gerada pela nova competição. Essa formatação de parceria deve render cerca de 30 milhões de dólares por ano à TKO em taxas de gestão.
O jornal também afirma que as negociações para a criação desta liga acontecem há mais de um ano e que a Arábia Saudita planeja pagar mais por eventos da liga do que outros países. Duas lutas no país devem gerar mais de 40 milhões de dólares em taxas. O calendário da competição incluirá os Estados Unidos, países europeus e talvez outros países árabes.
Questionada pelo "The New York Times", a TKO declarou que "não tem nada a anunciar", mas que "avaliaria qualquer oportunidade única e atraente que se encaixasse bem em nosso portfólio de negócios e criasse valor incremental para nossos acionistas." O fundo soberano não comentou o tema.
Foco no esporte
Esse será mais um passo na caminhada que a Arábia Saudita vem seguindo nos últimos anos rumo ao mundo esportivo. O país já desembolsou bilhões de dólares nos últimos anos para se tornar um ator importante nos maiores esportes do planeta.
O país do Oriente Médio já sediou atrações como o Crown Jewel, Elimination Chamber, King and Queen of the Ring, Night of Champions, SmackDown e Monday Night Raw.
No futebol, a Arábia Saudita investiu pesado na Saudi Pro League. Nomes de peso do futebol mundial foram contratados, como Cristiano Ronaldo, Karim Benzema, Neymar e N'Golo Kanté, por valores astronômicos, provenientes do próprio governo, para atrair os olhos do público e das empresas para o campeonato nacional.
Além do futebol e das lutas, o governo saudita também tem se esforçado para atrair outros esportes. Em 2024, por exemplo, o país recebeu uma etapa da Fórmula 1 (GP da Arábia Saudita) e um torneio de tênis (6 Kings Slam).
Recentemente, a WWE anunciou que a edição 2026 do Royal Rumble será realizada em Riade, capital da Arábia Saudita, sendo a primeira vez que o evento será realizado fora da América do Norte.
O país também conquistou a vaga para ser sede da Copa do Mundo da Fifa de 2034 e recebe nesta semana a Supercopa da Espanha.
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Esse avanço do país sobre os esportes tem gerado reações diversas na comunidade internacional. O governo saudita descreve os esportes e o entretenimento como pilares de uma estratégia, conhecida como Visão 2030, para mudar a economia do país, o afastando da dependência das exportações de petróleo e como parte dos esforços para liberalizar a sociedade. Os críticos, no entanto, afirmam que o país está praticando sportwashing, que nada mais é do que utilizar o esporte para melhorar a imagem do país.
A monarquia absolutista comandada pelo príncipe Mohamed bin Salman é acusada de violar direitos humanos e já figurou até na lista da ONU (Organização das Nações Unidas) dos cinco países desrespeitam esse tipo de direito.
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