A Bundesliga rejeitou, pela segunda vez, o dinheiro de investidores financeiros. Nesta semana, os principais clubes da Alemanha votaram contra a venda de uma participação nos direitos comerciais e de mídia da liga para empresas de private equity.
A possibilidade de vender uma participação nos direitos de transmissão foi levantada pela Deutsche Fussball Liga (DFL), organização que administra as duas principais ligas da Alemanha. Para dar sequência ao projeto, era necessária a aprovação de dois terços dos 36 membros da DFL - o que não aconteceu.
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- A maioria dos clubes votou a favor do projeto, mas foi quatro votos a menos do que a maioria de dois terços desejada pelo comitê executivo da DFL para continuar as negociações com os investidores - disse o presidente-executivo do Borussia Dortmund e conselheiro da DFL, Hans-Joachim Watzke disse.
De acordo com a imprensa europeia, a decisão desaponta um grupo de empresas de private equity que estava interessado em comprar uma participação de 12,5% no negócio de direitos de mídia da Bundesliga. Entre os possíveis competidores, estavam a Blackstone, a Advent International e a CVC Capital Partners
Concorrentes da Bundesliga apostam em investidores
A decisão da Bundesliga vai na contramão de outras ligas grandes da Europa. Nos últimos anos, a empresa de private equity CVC Capital Partners, por exemplo, adquiriu participações nas subsidiárias comerciais da LaLiga, da Espanha, e da Ligue 1, da França.
No caso da LaLiga, em dezembro de 2021, o fundo pagou 1,99 bilhão de euros em troca da participação de 9% dos direitos de transmissão durante os próximos 50 anos. A iniciativa contou com o apoio de 37 dos 42 clubes que fazem parte da liga espanhola de futebol profissional. Barcelona, Real Madrid, Athletic Bilbao e outros dois times votaram contra.
Em seguida, o CVC Capital Partners pagou 1,5 bilhão de euros por 13% da subsidiária comercial da Ligue 1.
O mesmo tipo de negociação acontecerá na futura liga do futebol brasileiro. Apesar da divisão atual entre Libra e LFF, ambos os grupos têm acordos com fundos investidores para vender 20% dos direitos comerciais da liga pelos próximos 50 anos. A Libra tem um acordo com o fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes, enquanto a LFF aceitou uma proposta conjunta da Serengeti e da Life Capital Partners.