Por conta do curto período de duração da carreira esportiva, diversos atletas de alto rendimento já traçam planos para o âmbito financeiro, pensando não só no momento atual, mas também no futuro. Lendas do esporte, como Michael Jordan, Ronaldo, Lebron James e Serena Williams são exemplos de esportistas que investiram no setor por meio da aquisição de ações de agremiações.
Há também casos de atletas de sucesso que decidiram alocar parte do patrimônio em ativos relacionados a outros segmentos. Dudu Cearense e William Machado são exemplos de ex-jogadores brasileiros que entraram no mercado financeiro e trabalham como assessores de investimento.
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Iker Casillas, famoso goleiro do Real Madrid e da Espanha, é líder da SportBoost, uma aceleradora de startups, e Mario Götze, herói da Copa do Mundo de 2014, é investidor da ScorePlay, companhia voltada para o gerenciamento de ativos de mídia, que oferece produtos para equipes, ligas, federações, torneios, marcas e jogos digitais.
- A imagem é tudo. Se o atleta construiu uma boa reputação ao longo da carreira, ele eventualmente vai conseguir explorar isso de forma comercial com inteligência. Então é importante que um atleta, durante a carreira, seja assessorado para saber lidar com determinadas situações: como se posicionar, quais assuntos entrar, quais não entrar. É ter toda uma equipe com foco em posicionamento estratégico para que, aos poucos, vá construindo a imagem da forma desejada”, explica Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports.
Outro atleta que também entende do mundo dos negócios é o volante Rômulo, que já atuou na Juventus, Fiorentina, Lazio e que, em 2022, defendeu as cores do Cruzeiro. Desde 2019, o gaúcho é CEO da Caldeira Export Solutions, empresa fundada por ele e que atua na exportação e importação de commodities. O atleta também é fundador e investidor de mais duas empresas: Vimpório (importação de vinhos raros) e ReAction Coffee (bebida termogênica).
- No Brasil ainda existe uma cultura em que o atleta deve focar apenas no esporte e esquecer os outros aspectos. Na Europa e até mesmo nos EUA, essa realidade já é um pouco diferente. Lebron James, Robert Lewandowski e Casemiro são grandes exemplos disso. Com muito comprometimento, seriedade e uma boa equipe, é possível conciliar as duas áreas e evoluir em ambas, mantendo um alto nível de atuação, seja dentro ou fora de campo - explicou Rômulo.
Na melhor liga de basquete do mundo, a NBA, há diversos casos de atletas que buscam multiplicar o capital por meio de investimentos esportivos. Lebron James, astro do Los Angeles Lakers, é acionista do Liverpool. Michael Jordan, considerado o maior jogador de todos os tempos da modalidade, é sócio majoritário do Charlotte Hornets.
O volante Edmilson, pentacampeão do mundo com a seleção brasileira, é outro caso de sucesso no ramo dos negócios. O ex-jogador é dono do SKA Brasil, time da segunda divisão do Campeonato Paulista, e ao lado da ex-jogadora de vôlei e campeã olímpica Tandara Caixeta, investe na SecureCard, empresa que traz descontos exclusivos em serviços de saúde privada, assim como em universidades, turismo, setor alimentício, entre outros.
- Por conta de tudo o que conquistaram dentro de campo, os ex-jogadores possuem uma imagem e uma popularidade que facilitam a concretização de vários procedimentos importantes no setor corporativo. Muitos atletas depois que chegam na aposentadoria continuam com nomes impactantes, que geram força instantânea a muitos empreendimentos - disse Fernando Patara, cofundador e head de inovação do Arena Hub.
Bernardinho, ex-treinador da seleção brasileira de vôlei e vencedor de mais de 50 torneios da categoria, também faz parte do grupo de personalidades do esporte que tem chamado atenção pelo envolvimento com negócios. O técnico investe em uma startup do setor alimentício, que oferece hambúrgueres à base de plantas.
- Construir uma história correta e de valores dentro das quatro linhas auxilia diretamente na transição, seja ela para qualquer ramo, após a aposentadoria. Caso o jogador resolva empreender simultaneamente à sua atividade esportiva, a exigência é ainda maior para que ele trabalhe a sua carreira, imagem e visibilidade da melhor forma possível, pois a sua reputação como atleta irá refletir diretamente nos negócios e nas relações de mercado - finalizou Renê Salviano, CEO da Heatmap, empresa de marketing esportivo especializada na captação de patrocínios entre clubes, empresas e atletas.