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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 08/04/2025
06:40
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As finanças da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) voltaram aos holofotes após a revista Piauí revelar denúncias envolvendo a atual gestão de Ednaldo Rodrigues. No centro da polêmica estão gastos milionários com viagens, salários, favores políticos e a redução de investimentos em áreas estratégicas, como a arbitragem.

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Mesmo sob investigação, Ednaldo foi reeleito com o apoio unânime das 27 federações estaduais e dos 40 clubes das Séries A e B. Enquanto isso, os balanços financeiros da entidade mostram um contraste: embora registre lucros constantes — com R$ 1,04 bilhão em caixa ao fim de 2023 —, a destinação dos recursos levanta sérias questões sobre prioridades.

💸 Para onde vai o dinheiro da CBF?

Segundo o balanço financeiro de 2023, a CBF gastou:

  1. R$ 527,4 milhões com o “fomento do futebol nos Estados” — dinheiro que, na prática, financia as federações estaduais e seus dirigentes, que agora recebem salários de até R$ 215 mil por mês, com direito a um 16º salário. Aqui também inclui custos com organização da Série B, C, D, Copa do Nordeste, Copa Verde e Brasileirão feminino.
  2. R$ 87 milhões com a Seleção Principal
  3. R$ 86,5 milhões com seleções de base e feminina
  4. R$ 162,3 milhões com despesas operacionais, incluindo salários de funcionários, consultorias, terceirizados e serviços administrativos

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🛫 Viagens, luxo e aliados

A gestão de Rodrigues também chamou atenção por gastos com aliados políticos e viagens luxuosas. Durante a Copa do Mundo do Catar, em 2022, a CBF custeou uma comitiva de 49 pessoas sem vínculo com a entidade, incluindo parlamentares e artistas. As despesas somaram R$ 3 milhões, com voos de primeira classe, hotéis cinco estrelas e até cartão corporativo com limite diário de 500 dólares para um convidado.

A família de Ednaldo também não ficou de fora: só a viagem da esposa custou R$ 37 mil. Parlamentares como o deputado José Alves Rocha (R$ 364 mil) e o senador Ciro Nogueira (R$ 195 mil) também tiveram suas despesas bancadas.

Enquanto isso, cortes na arbitragem viraram rotina. Treinamentos presenciais foram cancelados por “motivos orçamentários” e substituídos por videoconferências. Projetos como a criação de um centro de treinamento exclusivo foram engavetados.

Apesar das críticas, a CBF continua registrando lucro, mas a transparência sobre o uso dos recursos segue como um dos grandes desafios da entidade. O próximo balanço, referente a 2024, deve ser publicado nas próximas semanas.

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Ednaldo Rodrigues é o presidente da CBF (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)
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