A Copa Libertadores deste ano, cuja primeira fase teve início na última terça-feira, terá um salto de premiação para os participantes em relação à edição anterior. A Conmebol vai distribuir um total de US$ 207,8 milhões (R$ 1,081 bilhão, na cotação atual) em prêmios. Outros torneios da entidade também tiveram aumentos, mas a grande disparidade é na comparação com os valores oferecidos dez anos atrás.

Na fase de grupos de 2013, as equipes recebiam US$ 200 mil por cada jogo em casa na fase de grupos. Na edição 2023, os clubes, além dos US$ 3 milhões pela presença, terão bônus de US$ 300 mil por vitória. Em relação ao acumulado para o campeão, o vencedor da atual Glória Eterna vai faturar até US$ 36,55 milhões (R$ 190,17 milhões).

Guardadas as devidas correções por inflação, isso dá mais de nove vezes os US$ 4 milhões obtidos pelo Atlético-MG há dez anos. Para Renê Salviano, CEO da Heatmap, empresa especializada em marketing e patrocínio esportivo, essa ampliação é um reflexo do atual contexto do torneio.

- Com certeza existe um orçamento com base no crescimento da competição. Esta premiação é um espelho do sucesso financeiro do campeonato, que deve bater recorde de captação de recursos a cada ano. Vale citar um ponto positivo: com premiações tão robustas, os clubes com situação delicada e até mesmo os que estão financeiramente sadios passam a priorizar o torneio em detrimento a outros nacionais que disputam - entende Renê.

Pedro Melo, CCO do Atlético-MG - responsável pela captação e gestão de patrocínios do clube -, destaca a evolução comercial da competição.

- O futebol sul-americano tem se desenvolvido em vários aspectos, transformando seus campeonatos em produtos mais robustos e qualificados. Com o aumento no alcance das competições, no caso a Libertadores, é natural que mais parceiros façam parte do projeto, elevando a arrecadação do torneio. Todo esse sistema acarreta em uma maior premiação aos vencedores, tornando a disputa mais atrativa e acirrada - entende.

Em 2022, o Fortaleza disputou pela primeira vez a Libertadores da América. Vai voltar ao torneio continental neste 2023, e a estreia é contra o Deportivo Maldonado (URU), pela segunda fase da competição.

- Disputar a Libertadores foi especial para nós, tanto pelo lado técnico quanto financeiro. Há muito a ser explorado em uma competição deste calibre. É um torneio repleto de holofotes, que se valoriza a cada edição, e o aumento da premiação é só um exemplo disso. Outro fator de impacto é a presença e festa de nossa torcida nos jogos como mandante, apoio que se mostra ainda mais relevante numa competição como essa. Por isso a importância de disputarmos este torneio mais uma vez - entende Marcelo Paz, presidente do Fortaleza.

Rogério Neves, CEO da Motbot, entende que o crescimento da premiação é uma consequência. Tanto a competição quanto os times se fortaleceram ao longo do tempo.

- É animador notar o fortalecimento do futebol no nosso continente. Cada vez mais temos visto a formação de times qualificados, com nomes renomados. Os clubes também têm se organizado financeiramente e tudo isso contribui para a valorização da Libertadores. Com receitas maiores, é natural que ocorra esse aumento na premiação. Isso comprova a importância do aspecto financeiro que, além de servir como motivação, também possibilita a evolução do esporte - destaca Rogério Neves.