
O co-proprietário do Manchester United e dono da INEOS, Sir Jim Ratcliffe, revelou a grave situação financeira do clube em uma entrevista concedida em Londres para o "Times". Segundo o bilionário, a gestão anterior levou o United a um estado de perdas contínuas, a ponto de enfrentar a possibilidade de insolvência até o final de 2025.
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- O clube está gastando mais do que arrecada há sete anos. No fim deste ano, simplesmente não haverá mais dinheiro - afirmou Ratcliffe, acrescentando que o United já consumiu cerca de £ 300 milhões de suas reservas financeiras.
A crise resultou em cortes drásticos, incluindo a demissão de 450 funcionários e a eliminação de despesas consideradas supérfluas, como a de um consultor de linguagem corporal que custava 175 mil libras (cerca de R$ 1,3 milhões) anuais.
- Temos que transformar o United em um clube eficiente, que não gaste mais do que arrecada - justificou o co-proprietário.
Apesar das dificuldades, Ratcliffe se mostrou otimista quanto ao futuro. Ele acredita que as medidas tomadas permitirão ao United tornar-se o clube mais lucrativo do mundo dentro de três anos. Além disso, reafirmou a meta do "Missão 21" — projeto que visa conquistar a 21ª taça do Campeonato Inglês até 2028, ano do 150º aniversário do clube.
Desafios e cortes controversos
A crise financeira se refletiu também no futebol. O técnico Ruben Amorim, que assumiu em novembro, tem enfrentado dificuldades, com apenas cinco vitórias em 17 partidas da Premier League. Ainda assim, Ratcliffe defendeu seu trabalho.
- Ele pegou um time com elenco limitado e meio desfalcado. Ele está fazendo um grande trabalho, dadas as circunstâncias - disse o dirigente.
A decisão de demitir Erik ten Hag e o diretor esportivo Dan Ashworth, por sua vez, custou ao clube 15 milhões de libras (cerca de R$ 112 milhões). Ratcliffe admitiu que estender o contrato de Ten Hag foi um erro motivado por emoção após a conquista do título da Copa da Inglaterra.
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O dirigente também justificou a rescisão do contrato de consultoria de Sir Alex Ferguson, que recebia 2 milhões de libras anuais.
- Expliquei a ele que a situação financeira era crítica. Ele pensou por três dias e decidiu sair por conta própria - revelou Ratcliffe, elogiando a postura do lendário treinador.
O futuro e o planejamento financeiro
Apesar dos cortes e da crise, Ratcliffe destacou que o United precisa investir para manter-se competitivo. Ele revelou que a próxima janela de transferências exigirá um desembolso significativo apenas para quitar pagamentos pendentes de jogadores já contratados, como Antony e Sancho (emprestados no momento), Casemiro, Højlund e Onana, com parcelas individuais em torno de 17 milhões de libras (cerca de R$ 127 milhões).
Outro ponto abordado foi a construção de um novo estádio com capacidade para 100 mil torcedores. Segundo Ratcliffe, o projeto dependerá do apoio do governo britânico dentro do plano de reestruturação do sul de Manchester.
- Não pediremos dinheiro público para o estádio, mas precisamos de apoio para o entorno - disse.
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Mesmo em meio à crise, Ratcliffe afirmou que o Manchester United terá um futuro promissor e rentável:
- Em três anos, seremos o clube mais lucrativo do mundo. Mas, para isso, precisamos passar por essa fase de mudanças dolorosas.