A Fifa lançará, nas próximas semanas, novos regulamentos para controlar o mercado global de transferências. A mais nova medida é a chamada câmara de compensação, que adicionará “transparência e responsabilidade” às transações envolvendo atletas, de acordo com Gianni Infantino, presidente da entidade.
Os novos regulamentos foram aprovados na última semana, em reunião do Conselho de Administração da Fifa na Nova Zelândia, e entrarão em vigor a partir de 16 de novembro. A câmara de compensação ficará instalada em Paris, na França.
A ideia do órgão global do futebol é mudar a forma como as transferências são conduzidas. Além de oferecer um processo centralizado e automatizar as transações entre os clubes, a câmara de compensação vai garantir que todo o dinheiro envolvido nas negociações sejam mantidos dentro do esporte.
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- Queremos controlar (o mercado de transferências). Limpar isso e garantir que o dinheiro vá para onde tem que ir e com regras claras. A câmara de compensação da Fifa garantirá que isso aconteça - disse Gianni Infantino, antes de completar:
- Sempre que algumas autoridades policiais investigam transferências, elas encontram alguns pagamentos estranhos para lugares estranhos vinculados e relacionados a transferências. Isso não vai acontecer mais no que diz respeito à compensação de formação, mas também, como próximo passo, no que diz respeito a todos os pagamentos de transferência.
Gianni Infantino também comentou sobre como as transações financeiras seriam tratadas pela câmara de compensação.
- Pagamentos aos agentes e pagamentos de um clube para outro clube, tudo isso será processado através da câmara de compensação da Fifa. Pagamentos para lugares estranhos não serão mais permitidos. Pagamentos para contas bancárias estranhas e países estranhos não serão mais tolerados.
FOCO NO MECANISMO DE SOLIDARIEDADE
Em um primeiro momento, a câmara de compensação da Fifa deve se concentrar no pagamento aos clubes formadores - seja pela indenização de formação ou pelo mecanismo de solidariedade.
Grande parte da retribuição prevista pelos clubes formadores não é recebida porque estas transações não estão centralizadas. A Fifa estima em cerca de US$ 400 milhões (R$ 2,1 bilhões) o montante que deveria ser distribuído a cada ano aos clubes formadores, que atualmente recebem apenas entre 15 a 20% desta quantia.
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O novo sistema regulatório visa corrigir essa "falha", direcionando o valor total para essas equipes a cada ano, enfatizando a compensação justa de equipes menores.
- Isso mudará a vida desses pequenos clubes porque é muito, muito dinheiro e é devido e estamos muito orgulhosos de fazer isso. Isso trará finalmente alguma transparência e responsabilidade em todo o mercado de transferências - finalizou Infantino.