Os dois primeiros colocados do atual Campeonato Brasileiro se enfrentam neste sábado, no Estádio Nilton Santos. E se, na tabela, Fortaleza e Botafogo estão separados por apenas um ponto, a história de como eles chegaram ao protagonismo do futebol brasileiro nos últimos anos é bastante diferente. Tem a ver com as finanças, mas com caminhos distintos.

No Glorioso, não. De maneira meteórica, o time que disputou e venceu a Série B do Brasileirão de 2021 se tornou o clube que teve o departamento de futebol vendido para o estadunidense John Textor. E já disputa, pelo segundo ano consecutivo, o principal título do país. Com efetividade.

A Sociedade Anônima do Futebol do Glorioso tem, nos últimos meses, contratações que foram consideradas as contratações mais caras do futebol brasileiro. Consecutivamente. Primeiramente, Luiz Henrique custou € 20 milhões (R$ 107 milhões, em janeiro). Em julho, Thiago Almada demandou US$ 25 milhões (R$ 137 milhões, à época). São as cerejas de um bolo caro.

Thiago Almada foi a contratação mais cara da história do futebol brasileiro (Foto: Divulgação/Botafogo)

O elenco comandado por Artur Jorge é recheado de jogadores que custaram milhões de reais. Para ficar só em alguns: Jhon, Lucas Halter, Cuiabano, Gregore e Savarino, juntos, foram motivo de R$ 47 milhões em investimentos. Sem contar jogadores que não demandaram negociação com os antigos clubes, mas recebem salários elevados: Allan e Igor Jesus são dois deles.

Já o Fortaleza aposta em jogadores mais baratos, mas que dão retorno. O clube pagou pouco mais de R$ 12 milhões para repatriar Moisés do Cruz Azul, do México. Mas esta é a maior compra da história do futebol cearense e os investimentos vêm aumentando à medida em que as finanças melhoram. Até o início do ano passado, por exemplo, Júnior Santos era o quarto mais custoso da história do Laion: R$ 3,6 milhões.

Moisés é o jogador mais caro da história do Fortaleza (Divulgação/Fortaleza)

O atacante foi para o próprio Botafogo pouco depois, só que os valores investidos pelo clube cearense pelo jogador retratam quanto o clube tinha de aporte e quanto tem nos tempos atuais. Renato Kayser, que foi, em 2022, a compra mais cara da história do Tricolor, hoje é reserva. Ele havia custado R$ 6 milhões. O clube adotou, há menos de um ano, o modelo de SAF, mas mantém 100% das ações sobre poder dos associados.

As receitas crescem e os investimentos aumentam nos adversários deste sábado à noite. E o campo tem justificado o dinheiro aplicado até aqui. É sob este cenário que a liderança do Brasileirão estará em jogo no bairro do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro.