Em um espaço de cinco meses, o Botafogo fez as duas maiores contratações da história do futebol brasileiro em valores nominais: Luiz Henrique e Thiago Almada. Juntos, os dois reforços podem custar mais de R$ 245 milhões aos cofres do clube, caso todas as metas sejam cumpridas.
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Mas, afinal, de onde vem o dinheiro do Botafogo? Como o Alvinegro consegue ser o time mais gastador no mercado mesmo tendo apenas o 12º maior faturamento da Série A? Abaixo, o Lance! Biz apresenta os números financeiros e o contexto da SAF para tentar explicar a situação.
💸 Os gastos do Botafogo em 2024
Até o momento, o Botafogo já investiu R$ 262,8 milhões em reforços na temporada 2024. Este cálculo inclui apenas os valores fixos acordados para os negócios serem fechados. Vale reforçar que estes valores não necessariamente foram ou serão efetivamente gastos em 2024.
- Carlos Alberto: € 1 milhão (cerca de R$ 5,3 milhões)
- John Victor: US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 5,8 milhões)
- Lucas Halter: R$ 7 milhões
- Savarino: US$ 2,7 milhões (cerca de R$13,1 milhões)
- Newton: R$ 1,2 milhão
- Luiz Henrique: € 16 milhões (cerca de R$ 85,9 milhões)
- Gregore: € 2,5 milhões (cerca de R$ 13,4 milhões)
- Cuiabano: R$ 8 milhões
- Thiago Almada: US$ 22 milhões (cerca de R$123 milhões)
💰 As principais fontes de receitas do Botafogo
De acordo com o último balanço publicado, o Botafogo faturou R$ 388 milhões em 2023. A maior parte das receitas operacionais veio da venda dos direitos de transmissão: R$ 153,6 milhões, o que representa cerca de 40%. Veja abaixo todas as fontes de receitas do Alvinegro:
- Direitos de transmissão: R$ 153,6 milhões
- Publicidade e Marketing: R$ 44 milhões
- Matchday: R$ 61,8 milhões
- Venda de atletas: R$ 83 milhões
- Outros: R$ 45,6 milhões
A efeito de comparação, os investimentos em contratações para 2024 (R$ 263 milhões) representam 68% das receitas operacionais do Botafogo em 2023.
💲 John Textor e a Eagle Football Holdings
Aqui está a explicação pelo comportamento agressivo do Botafogo no mercado da bola. Desde 2022, quando comprou a SAF alvinegra, John Textor realiza aportes aos cofres do clube. Este movimento faz parte do acordo de compra,e a verba é utilizada para aumentar o fluxo de caixa, ajudando em medidas emergenciais do dia a dia. Em 2024, o aporte foi de R$ 113,9 milhões.
Aportes de John Textor:
- 2022: R$ 100 milhões (Realizado)
- 2023: R$ 102,2 milhões (Realizado)
- 2024: R$ 113,9 milhões (Realizado)
- 2025: R$ 50 milhões (A realizar)
Outro fator que beneficia o Botafogo no mercado é fazer parte da Eagle Football Holdings, rede de clubes controlados por Textor. Além de 90% da SAF alvinegra, o norte-americano também é acionista majoritário do Lyon (FRA) e do RWD Molenbeek (BEL) e tem uma participação de 40% no Crystal Palace (ING).
Dentro deste contexto, Textor consegue realizar empréstimos e outras operações financeiras com o objetivo de fornecer suporte ao capital de giro da empresa e ajudar os clubes que pertencem à mesma rede.
Além da questão financeira, a Eagle Football Holdings foi crucial nas negociações com Luiz Henrique e Almada, uma vez que ambos os acordos preveem uma transferência a um dos clubes de Textor na Europa após a passagem pelo Botafogo.
Devido a essa movimentação fora do usual, ainda não se sabe como os valores das transferências serão lançados no balanço do Botafogo.
John Textor é dono da SAF do Botafogo (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)