Flamengo e Athletico-PR se encontram na final da Libertadores após ciclos de estruturação financeira

Rubro-Negros se enfrentam no Equador no maior momento da história do paranaense e na tentativa de conquistar o tri do carioca. Mas ambos vivem bonança nos bastidores

imagem cameraFlamengo e Athletico-PR fizeram duelos importantes nos últimos anos (Albari Rosa / Lancepress!)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 28/10/2022
20:03
Atualizado em 29/10/2022
10:00
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Guayaquil (EQU) será palco, neste sábado, do encontro entre Flamengo e Athletico-PR pela final da Copa Libertadores. O que a cidade verá, porém, será apenas o ponto alto de ciclos de organização e estruturação financeira de cada um dos oponentes. O trabalho nos bastidores resultou em sucesso em campo, e outros jogos importantes já ocorreram entre as equipes nos últimos anos. Este será o maior.

RUBRO-NEGRO CARIOCA
O Rubro-Negro carioca começou seu mais recente ciclo virtuoso contendo gastos há nove anos. Foi quando Eduardo Bandeira de Mello assumiu a cadeira da presidência do clube e adotou medidas duras para equacionar a dívida e preparar o terreno para a evolução técnica da equipe.

+ Confira imagens do palco da decisão

Os primeiros anos foram difíceis. O Flamengo chegou a flertar com o rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2013, apesar da conquista da Copa do Brasil naquele ano. As vacas emagreceram tanto que a transação símbolo foi o retorno de Vágner Love ao CSKA diante da impossibilidade do Rubro-Negro de confirmar a compra do atacante. Era o jogador mais importante do time indo embora.

Mas os anos foram passando, o Centro de Treinamento do Ninho do Urubu foi finalizado, a dívida foi sendo diminuída e, na mesma medida, as receitas foram aumentando. E especialmente a partir do segundo mandato de Bandeira de Mello, o investimento no futebol aumentou.

Vini Jr pelo Flamengo (Gilvan de Souza/Flamengo)

E aumentou também pela venda sequencial de ativos. Vini Jr custou € 45 milhões em 2017 (deixou o clube depois), Lucas Paquetá outros € 35 milhões. Estes valores, convertidos em diferentes momentos, renderam algumas centenas de milhões de reais ao Flamengo.

Em campo, craques começaram a chegar e, em 2019, o time que seria campeão da Copa Libertadores em cima do River Plate foi finalizado. Aquele título significou mais receitas de diferentes origens, outros troféus foram levantados desde então e o ciclo virtuoso parece que não está próximo do fim.

RUBRO-NEGRO PARANAENSE
A construção do Athletico sólido dos tempos atuais começou há mais tempo. Nos anos 1990. Mais especificamente em 1995, quando Mario Celso Petraglia, atual presidente do Conselho Deliberativo do clube, assumiu o comando da diretoria administrativa. A ideia do dirigente era gerir o Furacão como uma empresa. E a despeito de muitas polêmicas e controvérsias, ele conseguiu.

O CT do Caju e a Arena da Baixada foram erguidos - a segunda no lugar do antigo estádio e, aos poucos, foi sendo ampliada e modernizada. Tornou-se território visto paralelamente como moderno e hostil. Em 1998, o time voltou a ser campeão estadual depois de oito temporadas; no ano seguinte a arena foi inaugurada e, com ela, a equipe conquistou vaga na Copa Libertadores pela primeira vez na história.

Alex Mineiro foi destaque do Atlético-PR em 2001 (Reprodução)

O título brasileiro de 2001 foi mais um passo na era de sucesso e, consequentemente, de receitas sendo obtidas. Três anos depois, o bicampeonato escapou nas rodadas finais. Em 2005 e 2006, campanhas longas nas competições internacionais: vice-campeonato da Libertadores e semifinalista da Sul-Americana, nesta ordem. E sempre com respectivo dinheiro entrando em caixa.

Corta para 2011 e o primeiro rebaixamento do time em 15 anos - no Brasileirão - foi o ponto mais baixo desde aquele 1995. Mais recentemente, o controle da dívida a valores irrisórios e a estabilidade a partir de sucesso esportivo e venda de jogadores contam a história do crescimento do Athletico. Somente com Robson Bambu, Renan Lodi e Bruno Guimarães o clube arrecadou mais de R$ 200 milhões.

O ciclo virtuoso de sucesso nas finanças e em campo faz com que muita gente coloque o Furacão no grupo dos maiores do Brasil, que teria 12 times e, com ele, passaria a ter 13. Eventual título neste sábado tornará difícil a vida de quem argumenta contra.

Flamengo e Athletico se enfrentam hoje (Albari Rosa / Lancepress!)
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