A primeira edição da Kings League, liga criada pelo ex-zagueiro Gerard Piqué e pelo streamer espanhol Ibai Llanos, terminou no último fim de semana com a final disputada no Camp Nou. Embora a entrada no evento fosse acessível, os mais de 90 mil presentes no estádio são mais uma prova do sucesso comercial do torneio amador nascido há apenas três meses.
A Kings League é uma competição de futebol de 7 que conta com a presença de ex-jogadores e influenciadores de diversas nacionalidades. Ronaldinho Gaúcho, Kun Agüero e Iker Casillas são exemplos de celebridades envolvidas no torneio. Com formato e regras peculiares, a liga tem o objetivo de atrair um público jovem e pode-se dizer que foi bem-sucedida na primeira temporada.
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As regras peculiares da Kings League:
• Sem um pontapé inicial, a bola é colocada no meio e os times precisam correr em direção a ela para ter a posse;
• Substituições ilimitadas;
• Cartão amarelo significa que o jogador precisa sair por dois minutos, e o cartão vermelho é a expulsão, mas com possibilidade de substituição;
• Caso um time peça o uso do VAR e não haja mudança na marcação, o direito de pedir checagem acaba;
• Cartas: gol dobrado por dois minutos, expulsar um adversário por dois minutos, ter um pênalti, roubar uma carta do adversário ou a coringa (escolher qualquer das ações).
Quais são as fontes de receitas da Kings League?
Desde a fase de grupos, a Kings League conseguiu cultivar o interesse de quase 500 mil pessoas semanalmente. Esta foi a média de espectadores registrados pelos canais do torneio na Twitch, YouTube e TikTok. Nessas plataformas, as partidas foram transmitidas ao vivo e com uma produção que se aproxima de jogos de futebol de alto nível.
As receitas de transmissão, no entanto, são pequenas quando comparadas a de torneios profissionais. Em termos de bilheteria, a única arrecadação aconteceu na final no Camp Nou, com ingressos vendidos entre 10 e 60 euros. A principal fonte de renda da Kings League, portanto, foram os contratos de patrocínio, que representam 90% das receitas do projeto, de acordo com o jornal espanhol El Confidencial.
O InfoJobs, por exemplo, é a detentora dos naming rights e também está presente nos uniformes de jogo das 12 equipes da Kings League. Assim como as regras, o torneio também apresenta parcerias comerciais inovadoras: a Grufusa expõe a marca na camisa do árbitro, o VAR é da Xiaomi e as cartas surpresa - uma peculiaridade do jogo - são propriedades do Spotify.
A frente e as costas das camisas de todos os times são ocupadas respectivamente por InfoJobs e Xiaomi. Cada equipe ainda tem a possibilidade de negociar separadamente dois espaços no uniforme: a manga da camisa e o calção. As franquias também têm autorização para se promover de outras formas, mas com algumas regras: nenhuma empresa que concorra com o InfoJobs pode patrocinar times da Kings League, por exemplo.
Após o sucesso da primeira edição, os organizadores já anunciaram os projetos da Queens League (versão feminina) e da Princes Cup (versão infantil). Além disso, a Kings League já estuda o desembarque em outros países, entre eles o Brasil. Neymar e Ronaldinho Gaúcho, por exemplo, já estão confirmados como proprietários de equipes na versão brasileira do torneio.