Com a inauguração da Arena MRV, o Atlético-MG vive uma nova fase de sua história. Dentro de campo, a estreia foi com vitória sobre o Santos. Fora das quatro linhas, as notícias também são boas: em poucos dias, o Galo saiu de 82,9 mil sócios-torcedores para mais de 85 mil.
Bernardo Caixeta, gerente de marketing da Penalty, explica em relação às vantagens obtidas pelos clubes brasileiros que contam com locais próprios:
- É muito importante que os times tenham estádios particulares, porque isso contribui para a construção de uma identidade visual que cativa ainda mais o torcedor. Quando o estádio é próprio, não há necessidade de colocar e tirar itens de comunicação visual de maneira tão ágil. Além disso, é possível entender de forma mais detalhada o perfil dos fãs.
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O time que apresenta um estádio próprio conta com um importante ativo. Caso o planejamento seja executado da forma correta, a arena tem um potencial de produzir receitas durante todos os dias do ano, por meio de eventos, além de aproximar a torcida e vários públicos”
Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo
Com a inauguração da Arena MRV, a quantidade de equipes presentes na Série A do Brasileirão com casas próprias chega a 70%: Atlético (Arena MRV), Botafogo (Nilton Santos), Palmeiras (Allianz Parque), Grêmio (Arena do Grêmio), Athletico (Ligga Arena), Bragantino (Nabi Abi Chedid), São Paulo (Morumbi), Corinthians (Neo Química Arena), Internacional (Beira-Rio), Goiás (Serrinha), Santos (Vila Belmiro), Vasco (São Januário), Coritiba (Couto Pereira) e América (Independência).
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- Sem dúvidas, a chegada da Arena MRV amplia as possibilidades do oferecimento de vantagens para os sócios-torcedores do Atlético. Um exemplo disso é que na partida de estreia apenas adeptos ao programa estiveram presentes no local. Por outro lado, assim como acontece em outros times, a quantidade de sócios em comparação com a capacidade do estádio forma uma equação difícil de ser solucionada pela instituição - afirma Henrique Borges, CEO da Somos Young, empresa que realiza o atendimento a sócios-torcedores de Vasco, Bahia e Cruzeiro.
Com ingressos entre R$ 90 e R$ 430, as entradas para o duelo que marcou a inauguração do novo estádio do Atlético acabaram em menos de 40 minutos e apenas sócios-torcedores conseguiram comprar. A casa do Galo tem capacidade para 44 mil torcedores, porém, neste momento, apenas 30 mil bilhetes estão sendo disponibilizados para o público.
Galo aposta na tecnologia
As inovações tecnológicas estão entre os diferenciais da Arena MRV. Além de, em breve, adotar o sistema de reconhecimento facial para a entrada dos torcedores no estádio, o que garante segurança e agilidade aos fãs, o local conta com um aplicativo, que permite a aquisição dos tickets, pedido de bebidas, reserva de vaga de estacionamento, entre outros benefícios.
De acordo com Cristiano Maschio, CEO da Qesh, empresa especializada em gerenciamento de pagamentos, o desenvolvimento de sistemas inteligentes, como o Super App da Arena MRV, por exemplo, é benéfico para equipes e estádios.
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- O clube precisa criar um ecossistema para manter o cliente sempre com ele, entendendo quem é esse cliente, as demandas e as necessidades dele. No final, o lucro não é apenas com o pagamento, ele acaba lucrando com outro produtos, como com informação e inteligência - diz Cristiano, antes de completar:
- Os clubes podiam ser os próprios detentores das carteiras digitais. Quando um clube tem um patrocinador, um banco, por exemplo, esse banco fica um tempo com o clube ou na própria arena e cria uma carteira de clientes muito interessante. Mas quando esse patrocínio termina, ele leva embora todo mundo. Se os próprios times tivessem as próprias carteiras, eles poderiam ter acordo com alguns bancos, mas caso no futuro a parceria termine, o cliente continua fidelizado à arena.
Na atualidade, poucos times presentes no Campeonato Brasileiro Série A contam com acesso às arquibancadas por meio de biometria facial. Galo e Athletico estudam a implementação da medida, porém apenas Palmeiras e Goiás já utilizam o modelo em todas as partidas do torneio.
- A segurança do torcedor esmeraldino é algo fundamental para o Goiás. Adotamos o sistema de reconhecimento facial para a entrada dos torcedores em nossa casa ano passado, pois entendemos que se trata de uma tecnologia que leva ainda mais segurança para as famílias frequentarem os jogos. Após o sucesso na última temporada, em 2023 implementamos a medida em todos os duelos que disputamos no Estádio Hailé Pinheiro - destaca Paulo Rogério Pinheiro, presidente do Goiás, que foi o primeiro clube do país a contar com reconhecimento facial para 100% do público.
Com o objetivo de implementar o sistema de reconhecimento facial na Arena MRV, o Atlético tem a Imply, empresa líder no fornecimento de tecnologias para clubes de futebol, estádios e arenas no Brasil, como parceira no projeto. A companhia apresenta trabalhos exitosos em importantes arenas do futebol nacional, como Arena do Grêmio, Beira-Rio, Maracanã, Arena da Baixada, Arena das Dunas e Arena Fonte Nova.
- Temos o propósito de entregar agilidade, conforto e segurança aos torcedores que frequentam a Arena MRV. Ao integrar os 18 portões de acesso ao estádio, a partir de tecnologias modernas, e apresentar um controle de acessos de alta qualidade, o local terá o título de mais tecnológico da América Latina, com diferenciais que visam facilitar a gestão e a experiência dos fãs. Com certeza, podemos afirmar que os torcedores do Galo contam com uma arena inovadora, que foi construída para gerar momentos únicos - conclui Tironi Paz Ortiz, CEO da Imply.