Exclusivo: Patrocinador da McLaren explica como surgiu ideia de homenagem a Senna
Em entrevista ao Lance!, Haider Rafique, CMO da OKX, também fala sobre parceria com o Manchester City e possibilidade de investir no futebol brasileiro
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Em meio a tantas homenagens a Ayrton Senna nos 30 anos de sua morte, uma em especial chamou a atenção nesta semana. A McLaren decidiu deixar o laranja de lado e vai competir no GP de Mônaco, neste domingo (26), com um carro verde e amarelo - cores do Brasil e do famoso capacete do tricampeão da F1.
Para tirar a ideia do papel, a equipe inglesa contou com o apoio da patrocinadora OKX, empresa de criptomoedas. A convite deles, o Lance! teve a oportunidade de ir a Mônaco ver a novidade de perto e entrevistar Haider Rafique, CMO da marca.
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Segundo ele, o objetivo principal desde o início era fazer algo grande e que pudesse ser reconhecido facilmente pelos torcedores como uma homenagem a Senna. A solução foi explorar a relação do ídolo com o país-natal.
- Senna é um herói nacional para o Brasil. Não podemos homenagear Senna sem citar o Brasil. Eles estão juntos, são apenas um. Para ter certeza que as pessoas iriam reconhecer imediatamente que se trata de uma celebração a Senna, teria que ter a bandeira do Brasil - disse Haider Rafique ao Lance!.
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Responsável pelo marketing da OKX e peça-chave na elaboração da campanha, Haider também revelou uma idolatria pessoal com Ayrton.
- Eu sou um grande fã de Senna e tenho uma filosofia: “Não invista em algo que você não conheça profundamente. Eu assistia o Senna quando eu era criança. Há, inclusive, um caso familiar antes mesmo de eu patrocinar na Fórmula 1. Quando minha esposa estava grávida do nosso primeiro filho, eu colocava o celular na barriga dela para que ele pudesse ouvir o Senna dirigindo. Eu sempre tive um amor muito grande pelo Senna e acho que qualquer pessoa que goste da F1 também. Ele deixou um grande legado.
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A entrevista com o executivo abordou outros tópicos, como o patrocínio ao Manchester City e a possibilidade de investir no futebol brasileiro no futuro. Confira, abaixo, todas as respostas!
Lance!: Por que é interessante para a OKX investir em patrocínios esportivos?
Haider: Muitos profissionais do marketing, independente da indústria, escolhem um mix diferente de mídia. A maioria dos casos inclui a compra de mídia, como outdoors, publicidade digital... Eu acho isso menos atrativo.
Você acaba gastando muito dinheiro por apenas 30 dias. Não tem uma relação emocional com os consumidores. Com esportes, é diferente. As pessoas têm relações emocionais e os acordos são de longo-prazo. Você quase vira um sinônimo do time. Eu acho que essa é uma forma melhor de fazer marketing e atingir seu público.
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Lance: Por que vocês escolheram a McLaren e o Manchester City?
Haider: Há algumas razões. A primeira é que, no DNA da empresa, há uma questão de sempre apostar nos “azarões”. A gente se considera “azarão” em alguns casos. Como a segunda maior marca na indústria de cripto, nós gostamos de investir em equipes que têm o mesmo “fogo” para vencer.
Além de ter isso, a McLaren é uma instituição dentro da F1. Eles formaram grandes pilotos, como Lewis Hamilton, Lando Norris, Carlos Sainz… Isso carrega um legado muito grande. A McLaren faz parte deste esporte há muito tempo, e isso também nos atraiu.
Com o Manchester City, foi a mesma coisa. Quando começamos o patrocínio, três anos atrás, muita gente ainda o confudia com o Manchester United. Mas, agora, eu acho que ninguém mais confunde os dois times.
Gostamos de investir nos “azarões”. Pessoalmente, como CMO, sou um pouco romântico e não há nada como uma volta por cima. É difícil amar a pessoa ou o time que está sempre no topo. É mais emocionante torcer para aquele que está abaixo e tem aquele “fogo” para atingir o topo. Isso engaja os fãs mais profundamente.
Lance: Qual a sua visão sobre o crescimento dos negócios da F1 e o novo público alcançado? Isso também atrai vocês?
Haider: Estamos buscando um público que esteja entre os esportes e o mercado de cripto. Logicamente, pessoas jovens veem o cripto com mais naturalidade. Ao investir na McLaren, as pessoas veêm nossa marca nas camisas, na Netflix e em muitos outros lugares.
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Lance: Pensa em investir em patrocínio no futebol brasileiro?
Haider: No momento, não pretendemos investir em mais nenhum time, de qualquer esporte, no mundo inteiro. Nossa filosofia é: “Quando você consegue um patrocínio, você deve ter um bom retorno com ele”.
Queremos que nossos acordos sejam duradouros. Com a McLaren, fechamos um contrato de cinco anos (2021 a 2026) e esperamos que seja renovado. Porque nós só lembramos da logo de um patrocinador quando ele fica, pelo menos, por dez anos. Isso requer foco.
É também para manter as parcerias no melhor nível. Não podemos ter muitos clubes patrocinados porque não teríamos tempo para ativar todos. Então, escolhemos manter nosso foco bem estreito e deve seguir assim.
Nossa sorte é que na América Latina, o interesse pelo futebol e F1 é muito grande. Podemos usar jogadores brasileiros do Manchester City, por exemplo, para atingir nossa audiência no Brasil.
Lance: O que você espera para o futuro do mercado cripto dentro da indústria esportiva?
Haider: Estamos em um momento que os preços e os mercados criptos estão se estabilizando. Vimos um pico e depois uma ligeira queda, mas ainda dentro da mesma margem. Neste ponto, cada vez menos pessoas são céticas em relação ao cripto.
Temos cada vez mais engenharia e tecnologia dentro da indústria. A expectativa é que tenhamos mais utilidades no dia a dia usando a blockchain. Nos esportes, queremos usar essas novidades para engajar os fãs por meio da Web3.
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