A Arábia Saudita deve ser anunciada como sede da Copa do Mundo de 2034 nesta quarta-feira (11), após reunião do Conselho da Fifa. Apesar de ainda não ter sido oficializado, o país já é tratado como anfitrião do torneio por ser o único a apresentar candidatura para receber o evento.
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A escolha da Arábia Saudita, no entanto, não é vista com bons olhos por diversas partes da sociedade. Em novembro, a Anistia Internacional chegou a publicar um posicionamento contra a escolha, acompanhado de um relatório sobre problemas de direitos humanos no país.
A monarquia absolutista comandada pelo príncipe Mohamed bin Salman já figurou até na lista da ONU (Organização das Nações Unidas) dos cinco países que mais violam os direitos humanos.
O interesse do país em sediar uma Copa do Mundo reforça as desconfianças e os debates sobre o governo saudita estar praticando sportswashing, que nada mais é do que o investimento no esporte para mudar a imagem do país.
Nos últimos dois anos, a Arábia Saudita investiu pesado na Saudi Pro League. Nomes de peso do futebol mundial foram contratados, como Cristiano Ronaldo, Karim Benzema, Neymar e N'Golo Kanté, por valores astronômicos, provenientes do próprio governo, para atrair os olhos do público e das empresas para o campeonato nacional.
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A nova cartada nesse sentido é a série "Os craques do Campeonato Saudita", lançada na Netflix no final de novembro, que mostra durante seis episódios a transformação do Saudi Pro League após a chegada dessas grandes estrelas e a paixão dos sauditas pelo futebol. A produção conta com entrevistas exclusivas e acesso aos bastidores dos clubes para atrair os fãs de esporte.
Além do futebol, o governo saudita também tem se esforçado para atrair outros esportes. Em 2024, por exemplo, o país recebeu uma etapa da Fórmula 1 (GP da Arábia Saudita), um torneio de tênis (6 Kings Slam) e um evento de boxe.