O Real Madrid perdeu uma batalha judicial de € 400 milhões (cerca de R$ 2,1 bilhões, na cotação atual) contra o fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala. O processo é relacionado ao projeto de reforma do estádio Santiago Bernabéu. As informações foram divulgadas incialmente pela agência Reuters.

Em 2014, o clube espanhol assinou uma parceria estratégica com a International Petroleum Investment Company (IPIC), hoje conhecida por Mubadala. O objetivo do negócio era financiar o projeto de reconstrução do Santiago Bernabéu e o acordo também incluía o naming rights do estádio por um período de 20 anos, desde que algumas condições fossem atendidas.

No entanto, os planos originais de reforma foram interrompidos por um tribunal de Madri em 2015 e a IPIC se retirou do projeto em 2017. O Real Madrid então levou o fundo ao Tribunal de Arbitragem da Câmara Internacional de Comércio (ICC) em 2018, alegando que eles deviam € 400 milhões em financiamento antes de encerrar o negócio, mas teve o pedido negado.

O tribunal entende que o contrato entre as partes expirou em junho de 2017, na sequência de alterações às condições originais relacionadas com as obras de reforma do Santiago Bernabéu. A defesa argumentou que o Real Madrid jamais solicitou o consentimento do fundo para modificar o projeto, que reduziria a área construída em mais de 30 mil metros quadrados.

Com apoio de outros investidores, o Santiago Bernabéu encontra-se neste momento em obras. O projeto em andamento foi orçado em € 900 milhões e tem previsão de término no final deste ano.

Real Madrid perdeu batalha judicial para o Mubadala (Foto: Divulgação/Real Madrid)

Mubadala é investidora da LiBRA

Adversário do Real Madrid neste caso, o Mubadala quer construir relações com o futebol brasileiro. O fundo soberano, por exemplo, tem um acordo com a Liga do Futebol Brasileiro (LiBRA) para comprar 20% da futura liga de clubes, que pretende organizar as Séries A e B do Brasileirão a partir de 2025. A proposta é de R$ 4,75 milhões e o acordo teria um prazo de 50 anos.

Para o negócio ser sacramentado, no entanto, é preciso chegar a um acordo a Liga Forte Futebol (LFF), outro grupo de clubes que negocia a criação da liga brasileira. Além de unir os times, será preciso negociar com os investidores do outro bloco, a gestora americana Serengeti e a brasileira Life Capital Partners.

Além do interesse futebol brasileiro, o Mubadala é dono de 100% do Rio Open, principal torneio de tênis da América do Sul e disputado anualmente no Rio de Janeiro.