Por definição, o gandula é o profissional que auxilia, durante o jogo de futebol, às vezes até em treinamentos, para a reposição de bolas para o dinamismo da partida ou do treino. O surgimento do termo no Brasil nasceu de uma lenda, não verídica, que acabou se popularizando. O Lance! te conta a origem do nome "gandula" no Brasil, além das versões sobre seu surgimento.
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Qual a lenda sobre a origem do termo "gandula"?
A origem folclórica do termo "gandula" aconteceu com a chegada do atacante argentino Bernardo Gandulla ao futebol carioca, para jogar no Vasco da Gama. O atleta não teria se adaptado facilmente ao futebol brasileiro, tendo ficado muitos jogos no banco de reservas.
Assim, tentando mostrar sua disposição para companheiros e técnicos, ele iria buscar as bolas que saíam dos campos de jogo para devolver rapidamente para seus colegas de time, e até mesmo para adversários. A atitude teria ganhado moral com a torcida, e quando o jogador voltou para atuar na Argentina, seu nome se popularizou como o motivo para que o nome da pessoa que buscasse a bola fosse "gandula".
No entanto, Gandulla era um jogador de nível de Seleção Argentina e que marcou 10 gols em 29 partidas pelo clube cruz-maltino, uma boa média para um atleta que em teoria só ficava sentado no banco buscando seu espaço.
A confusão com a origem do nome "gandula" surgiu devido a uma deliberação da Liga de Futebol do Rio de Janeiro, que buscava a implantação de gandulas no futebol carioca em 1940, um ano depois da saída do jogador do Vasco. Assim, essa versão da história foi amplamente aceita principalmente na década de 1960.
Qual a verdadeira origem do termo?
Mesmo com toda essa história sobre Bernardo Gandulla, o termo já era popular no Rio de Janeiro. O termo "gandula", vem da palavra do português arcaico, "gandulo". Essa palavra significa uma pessoa vadia, folgada e pedinte.
O termo já era utilizado no estado carioca no início da década de 1930 para designar aos garotos que ficavam vendo os jogos ao redor dos campos de futebol da cidade, sem fazer nada, muitas vezes durante horas. Estes garotos auxiliavam os jogadores correndo atrás das bolas que acabavam saindo do campo.
Antes da chegada de Gandulla no Vasco, em 1939, o Diário da Noite já havia publicado uma explicação do termo, no ano de 1933.