Boca sólido na defesa; River dinâmico no ataque: a semifinal na Argentina

Rivais vêm atuando de forma antagônica nas rodadas iniciais da Superliga Argentina e promessa é de 'choque de estilo' nas semifinais da Copa Libertadores

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A Superliga da Argentina está somente no início, mas já há indícios de que Boca Juniors e River Plate vão rivalizar rodada após rodada pelo título. A diferença do Boca, líder com 18 pontos, para o River, sétimo com 14, é de quatro pontos. Mais do que isso, o campeonato nacional tem indicado o comportamento das duas equipes. Com Marcelo Gallardo, os Millionários tem uma forma de atuar mais voltado para o ataque. Com Gustavo Alfaro, os Xeneizes melhoraram consideravelmente na defesa. E nesta terça-feira, às 21h30, as duas equipes vão bater de frente pela semifinal da Copa Libertadores da América num provável "choque de estilos". O L! acompanha os lances em Tempo Real. 

DEFESA É ESPERANÇA DO BOCA NA RECUPERAÇÃO DA 'ALMA COPEIRA'

Andrada só sofreu um gol em oito jogos do Campeonato Argentino (Foto: Reprodução/Twitter)

Os rivais já se enfrentaram no Campeonato Argentino. O empate por 0 a 0, no Monumental de Nuñez, palco do confronto desta terça-feira, às 21h30, pela quinta rodada, foi o típico duelo de ataque contra defesa. Os números provam isso. O River Plate, que teve 64% da posse de bola, chutou 17 vezes, contra cinco do Boca Juniors. Os donos da casa trocaram 430 passes, contra 247 dos visitantes. Em oito rodadas da Superliga, o Boca só sofreu um gol. No mata-mata da Libertadores, a meta de Andrada não foi batida nas eliminatórias contra Athletico-PR e LDU (1 a 0 e 2 a 0; 3 a 0 e 0 a 0).

É pensando nessa característica "copeira" que a diretoria do Boca Juniors foi atrás de Gustavo Alfaro. Buscando recuperar o prestígio internacional da primeira década do século, quando ganhou a Libertadores por quatro vezes, o Boca aposta na solidez de sua defesa para bater o maior rival e alcançar a grande final. Andrada chegou a ficar 1128 minutos sem sofrer um gol, recorde absoluto no futebol argentino.

Quando foi apresentado como novo treinador do Boca, em janeiro, Alfaro foi claro nas declarações: precisava recuperar o "dna xeneize". E ele envolve certas peculiaridades: presença de jogadores mais fortes fisicamente entre os titulares, trabalho voltado para o "sacrifício defensivo", um "enganche" (o meia-atacante, camisa 10, como chamam os argentinos) que distribui as jogadas e um esquema que tenha dois atacantes.

GALLARDO E HISTÓRICO RECENTE CONTRA RIVAL SÃO TRUNFOS DO RIVER

Marcelo Gallardo é bicampeão da Libertadores pelo River Plate (AFP)

Marcelo Gallardo é um ícone na história do River Plate. O treinador, hoje multicampeão, assumiu a equipe num momento extremamente delicado. Em 2014, a equipe acabara de voltar da segunda divisão. No mesmo ano, levantou seu primeiro troféu, a Copa Sul-Americana. De lá pra cá, vencer virou sinônimo de River Plate no dicionário do futebol sul-americano. Duas Libertadores, três Recopas, duas Copa da Argentina e uma Supercopa. Dez título em apenas cinco anos. Quando Gallardo chegou, o River tinha cinco títulos internacionais. Agora são 12.

Dentro de campo, o estilo está bem consolidado. O River gosta de ter a bola, aposta numa incessante movimentação ofensiva e na velocidade de seus jogadores. Mesmo com a saída de Pity Martinez, craque do tetracampeonato em 2018, que transferiu-se ao Atlanta United, dos Estados Unidos, depois da final de Madrid, os Millonários mantém um ataque poderoso. Quem sentiu isso na pele foi o Racing, atual campeão argentino. Há duas semanas, no Estádio Presidente Perón, o River enfiou impiedosos 6 a 1 no adversário.

Em competições mata-mata, o River tem levado a melhor contra o Boca nesta década. Em três eliminatórias, três classificações (duas pela Libertadores - 2015 e 2018 - e uma pela Sul-Americana - 2014). No geral, são cinco jogos sem derrota. O último triunfo do Boca foi em maio de 2017, por 2 a 0, pelo Campeonato Argentino.

No final de semana, pelo Campeonato Argentino, as duas equipes utilizaram reservas. O River venceu o Gimnásia, treinado por Diego Maradona, em La Plata, por 2 a 0, com gols de Carrascal e Scocco. O Boca Juniors somente ficou no empate com o Newells Old Boys, na Bombonera, por 1 a 1. Izquierdo abriu o placar para os Xeneizes, mas Inssaraulde empatou.

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