‘Dez títulos, 18 finais e forças que vão além de pranchetas nas semifinais’

Boca Juniors, São Paulo e Atlético Nacional dão peso à reta final da Copa Libertadores: tradição, torcidas e estádios que intimidam dão tempero às decisões em julho

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São dez títulos e 18 finais somadas nos currículos de Boca Juniors (ARG), São Paulo e Atlético Nacional (COL), que esperam o vencedor de Pumas (MEX) e Independiente Del Valle (ECU) para que a vaga "menos tradicional" da semifinal da Copa Libertadores de 2016 seja preenchida. O tricampeão São Paulo (1992, 93 e 2005) fará contra o Nacional (campeão em 1989) o grande duelo da fase. Jogo de ida no Morumbi, jogo da volta no Atanasio Girardot, em Medellin.

Via no Rosario Central o melhor futebol da Copa até a fase de quartas de final. O posto agora é dos colombianos, donos da melhor campanha do torneio, após a épica noite de quinta-feira. É um time de personalidade, que mesmo saindo atrás contra uma boa equipe argentina manteve sua convicções em campo, como quem tinha a certeza de que a meta (três gols) seria atingida. E foi, da maneira mais deliciosa para quem torce a favor e mais dolorosa possível para quem torce contra. Um gol aos 50 minutos do segundo tempo, "no grito".

É aquele momento do jogo em que não há pranchetas, linhas organizadas, compactação... Vence quem tem mais força, física e psicológica. Faltou isso para o Rosario minutos antes de o Nacional matar a partida, com um gol perdido na frente do goleiro. O forte Atlético conseguiu acuar os rosarinos. O pulsante Girardot, com milhares às lágrimas na arquibancada ao gol de Berrio, irá receber agora o São Paulo, que terá também a seu favor o pulsante Morumbi com mais de 60 mil pessoas no dia 6 de julho.

"Sueño continental" foi a mensagem de um belíssimo mosaico, com a taça da Libertadores, feita pelos colombianos na fase de grupos, no início da caminhada pelo sonho. São sete vitórias, dois empates e uma derrota para um clube que vem batendo na trave na Copa Sul-Americana. Para manter o sonho vivo, será preciso derrubar uma camisa pesada. Para entender a evolução do São Paulo, que largou de forma vexatória perdendo em casa para o The Strongest (BOL) na fase de grupos, é preciso ir além da óbvia melhora tática dos comandados de Bauza. Um time até então de caráter duvidoso passou a ter muito caráter, numa reação conjunta com a torcida a partir da volta do Tricolor ao seu templo, o Morumbi. O são-paulino voltou a ter prazer de torcer para o seu time após um longo período de humilhações. O time, com limitações, reagiu. Honrou a camisa e chegou na Copa, outra vez. Jogou bola, claro. Só a tradição não seria suficiente sem jogar, mas a tradição para quem joga pode dar aquele empurrão que faz a diferença no mata-mata.

Agora veremos um tricampeão, fortíssimo em seu território, encarar o time que chegou com o melhor futebol na Libertadores. O psicológico de mandantes e visitantes mais uma vez será testado no Morumbi e no Girardot. O São Paulo não venceu nenhuma fora - perdeu as duas dos mata-matas - e terá de viajar outra vez com um bom resultado. São mais de 45 dias até o início da decisão e, hoje, analisar formações é completamente impossível: atletas podem chegar e sair, lesões podem acontecer. Hoje, o que dá para dizer é que são duas grandes forças na luta por um lugar em uma final que pode ter outra gigantesca potência.

O Boca Juniors (campeão em 1977, 78, 00, 01, 03 e 07) não vem jogando bem. Como não jogou bem outras tantas vezes em que chegou e ganhou a Copa. Anote aí: o Boca busca sua 11a final de Libertadores. Busca seu sétimo título, para igualar o Independiente. Esteve duas vezes a um pênalti de ser eliminado em casa para outra camisa pesada, o Nacional (URU), e resistiu. Passou. Os dias de pausa da Libertadores podem fazer bem aos argentinos, favoritos seja contra Pumas ou Del Valle.

18 VEZES EM FINAIS DE LIBERTADORES (VER IMAGENS ACIMA)

1963: Boca vice (contra o Santos)
1974: São Paulo vice (contra o Independiente)
1977: Boca campeão (contra o Cruzeiro)
1978: Boca campeão (contra o Deportivo Cali)
1979: Boca vice (contra o Olimpia)
1989: Atlético Nacional campeão (contra o Olimpia)
1992: São Paulo campeão (contra o Newells)
1993: São Paulo campeão (contra Universidad Catolica)
1994: São Paulo vice (contra o Vélez)
1995: Atlético Nacional vice (contra o Grêmio)
2000: Boca campeão (contra o Palmeiras)
2001: Boca campeão (contra o Cruz Azul)
2003: Boca campeão (contra o Santos)
2004: Boca vice (contra Once Caldas)
2005: São Paulo campeão (contra o Atlético-PR)
2006: São Paulo vice (contra o Inter)
2007: Boca campeão (contra o Grêmio)
2012: Boca vice (contra o Corinthians)

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