LANCE! Espresso: A final da Liberta no Chile e a ruptura com a tradição

Será em Santiago, no Chile, que a Copa Libertadores deixará de existir como a América do Sul a conheceu. Em 2019, a cidade receberá a primeira final da história do torneio em jogo único, conforme anunciou a Conmebol nesta terça-feira. Nunca é fácil romper com tradições, e o principal desafio da entidade neste estágio inicial é fazer com que o novo formato ganhe a simpatia dos que preferem a Libertadores "raiz". O modelo europeu, com final única em campo neutro, pode dar outro valor à competição como produto, mas não se encaixa com perfeição em um continente cuja realidade é bem diferente, seja geográfica ou econômica, e está longe de agradar ao torcedor habituado às decisões com jogos de ida e volta - para muitos, a impressão é de que a Conmebol vai "matar" a Libertadores, embora o restante do torneio continue com a mesma fórmula de disputa. É uma questão de hábito, que precisa ser compreendida e remediada para o futuro. Há outra questão, de ordem logística. A locomoção de equipes e torcedores pela Europa costuma ser mais curta e acessível financeiramente. Não é o caso dos sul-americanos. Um time brasileiro, caso chegue à final da Libertadores, poderá encarar deslocamentos de mais de 7 mil quilômetros, somando ida e volta, para disputar uma única e decisiva partida em Santiago, e em meio à reta final de competições nacionais - a data prevista para a final é 23 de novembro de 2019. Será um teste e tanto para a Conmebol e para a memória afetiva do torcedor sul-americano.

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