No próximo sábado (30), o Maracanã voltará a ser palco de uma final de Copa Libertadores após 12 anos. O clássico paulista entre Palmeiras e Santos, a partir das 17h, definirá em jogo único quem conquistará a edição de 2020 registrará mais uma página marcante do estádio na história da competição continental.
Esta será a quarta vez na qual a expectativa pelo título da Libertadores passa pelo que rola em uma final no gramado do Maraca. Na contagem regressiva pela grande final, atletas ajudaram o LANCE! a contar as histórias das decisões históricas. Confira:
SANTOS 3x2 BOCA JUNIORS (1963) - PEIXE SE SENTE EM CASA
O Santos contou com a ajuda do Maracanã para arrancar rumo ao bicampeonato da Copa Libertadores, em 1963. Coutinho balançou as redes duas vezes. Coube a Lima fazer o terceiro gol do Peixe.
Décadas depois, o "Curinga" recorda como era defender a equipe santista em jogos no Maraca.
- Olha, por incrível que pareça, para nós que jogávamos no Santos era uma delícia jogar no Rio, até mesmo quando enfrentávamos times cariocas. Diante de times de fora, então, era melhor ainda. Não tinha a história de o Maracanã ser campo neutro para a gente. Era uma extensão da nossa casa!. Aquilo nos dava muita força - e destacou:
- Além dos torcedores do Santos que se deslocavam para o Maracanã, vinham os cariocas e gente de todo o lugar, que sabia de cor quem éramos nós. Isso impõe em uma decisão - completou.
Sanfilippo ainda diminuiu para os "xeneizes", mas não evitou a derrota por 3 a 2 no estádio. Já na partida de volta, o Peixe assegurou a conquista, com novo triunfo por 2 a 1, na Bombonera, ratificando a consagração da geração de Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Uma geração que encheu os olhos de tantos jogadores e transformou o Maracanã em uma de suas "casas".
FLAMENGO 2x1 COBRELOA (1981): SINTONIA ENTRE A NAÇÃO E O ESQUADRÃO
Os destinos do Maracanã e da Copa Libertadores só voltaram a se cruzar na edição de 1981, desta vez com uma equipe carioca. Diante de mais de 93 mil pessoas, o Flamengo mediu forças com o Cobreloa (CHI), no jogo de ida da final.
O meio-campista Andrade recordou todo o clima que envolveu a partida na qual a geração de "A a Zico" daria mais um passo para se consagrar.
- Poder ser campeão da Libertadores é um momento único da carreira de qualquer jogador. Jogamos diversas finais com aquele time, e a empatia da torcida com a gente contribuía para nos dar uma confiança muito grande em jogos decisivos no Maracanã - declarou.
O "Galinho de Quintino" marcou dois gols ainda no primeiro tempo. Merello, de pênalti, diminuiu para 2 a 1. O Cobreloa venceu por 1 a 0 o jogo em território chileno e, com isto, os rubro-negros tiveram de buscar o título no terceiro jogo em Montevidéu, capital uruguaia. Zico voltou a entrar em cena e marcou os dois gols do título.
- Eram jogos muitos desleais, de muito mais pressão do que a gente vê hoje. Mas o Maracanã fez a diferença - disse Andrade.
O ex-meio-campista e ex-técnico do Flamengo falou sobre a perspectiva do Maraca se tornar de novo palco de uma final de Libertadores.
- O Maracanã sempre foi estádio de grandes jogos. A final desta Libertadores será mais um. Dois times que fizeram por merecer e poderão jogar em um estádio mágico, mesmo que sem público - ressaltou.
FLUMINENSE 3 (1)x(3) 1 LDU (2008): EQUATORIANOS CELEBRAM NOS PÊNALTIS
A edição de 2008 deu margem para, pela primeira vez, um time carioca se sagrar campeão da Copa Libertadores do Maracanã. Após perder por 4 a 2 para a LDU (EQU) no jogo de ida, a torcida do Fluminense foi em peso apoiar a equipe no jogo decisivo.
Bolaños quase arrefeceu os ânimos ao marcar aos seis minutos. Mas Thiago Neves, com grande atuação, anotou três gols e garantiu a virada por 3 a 1 no tempo normal. Após uma prorrogação dramática, o empate persistiu e a decisão foi para os pênaltis.
E eis que o Maraca conheceu um outro herói: Cevallos, goleiro que defendeu as cobranças de Thiago Neves, Conca e Washington. A LDU calou os tricolores ao conseguir um triunfo por 3 a 1 nos pênaltis.
Um dos destaques da equipe de Quito, Urrutia contou como foi a sensação de jogar aquela final em um estádio da dimensão do Maracanã, mesmo com maioria de tricolores.
- Muito lindo. Acho que a LDU jogou muito bem e a maneira como o Maracanã estava se tornou mais uma motivação para nós - disse, frisando a presença dos torcedores da LDU:
- Tínhamos 5 mil pessoas nos apoiando. Foi confortante vermos pessoas que fizeram o sacrifício de assistir ao jogo no Brasil. Termos nossos familiares nas arquibancadas. Muito importante em uma final tão marcante - completou.
Urrutia contou como arcou com a responsabilidade de cobrar o primeiro pênalti de "Los Merengues" no momento mais crítico da decisão.
- Cheguei para todos os meus companheiros e disse: "temos que bater forte, com segurança, para garantir os gols". Fui para minha cobrança e enchi o pé. Depois conseguimos o título, com aquele cenário todo, foi muito lindo - afirmou.
O equatoriano (que posteriormente defendeu o Fluminense) falou sobre sua perspectiva para o reencontro da Copa Libertadores com o Maracanã. E Urrutia não pestanejou ao falar sobre o quanto Palmeiras e Santos pode se tornar um clássico ainda mais "temperado".
- É muito mais especial. O Maracanã é o melhor estádio do mundo. Dois times brasileiros jogando uma final de Libertadores será muito marcante - garantiu.
Certamente, o Maracanã terá boas histórias para contar neste sábado.