Por Mateus Machado
Com apenas 22 anos de idade, Hugo Paiva já pode ser considerado uma das grandes revelações do MMA nacional na atualidade. O atleta da equipe Gibi Thai/011 MMA vem de uma carreira invicta no MMA amador, onde sagrou-se campeão do Circuito Brasileiro de MMA Amador, promovido pela organização do Thunder Fight, e no ano de 2019 fez sua estreia no profissional da organização, realizando duas lutas e vencendo ambas por nocaute ainda no primeiro round.
Atleta da categoria peso-mosca, o atleta sabe da importância de ter passado pelo MMA amador antes de chegar ao profissional. Em entrevista à TATAME, Hugo fez uma análise geral do seu período amador, onde realizou cinco combates, ressaltando que outros atletas brasileiros deveriam seguir o mesmo caminho antes de chegar ao nível profissional, citando o exemplo de lutadores estrangeiros.
- O fato de eu ter feito muitas lutas no MMA amador me ajudou bastante na questão da experiência, saber ter uma cabeça boa para lutar e não pensar apenas em subir lá e lutar, mas em ter estratégia, administrar uma luta, saber a hora certa de atacar, defender e contragolpear. No meu caso, eu vim da trocação, então foi bem difícil no início, porque, na minha visão, eu teria que bater bastante e procurar o nocaute, mas ao mesmo tempo, era uma brecha que eu dava aos meus adversários para fazer a entrada de queda e me derrubar. Fui evoluindo nos treinos e nas lutas, ganhando experiência e conseguindo me qualificar em outras áreas. Na questão do profissionalismo, me ajudou muito. Por eu ter feito muitas lutas em grandes eventos de São Paulo, pude ter uma boa visibilidade e fui me tornando conhecido quando cheguei no profissional. Muitos atletas aqui no Brasil pulam essa parte do MMA amador, e em muitos casos, isso pode ser um erro. Em outros países, os atletas fazem muitas lutas amadoras, não só no MMA, mas em outras modalidades. Com isso, eles já chegam bem experientes para uma luta profissional, enquanto os brasileiros, em muitos casos, ainda estão em busca dessa experiência já estando no profissional - disse o casca-grossa, celebrando o seu bom início no MMA profissional logo em seguida.
- Avalio que tive um bom início no profissional, com duas vitórias, ambas por nocaute no primeiro round. Mas ainda tem muita coisa pela frente, então é manter os pés no chão e a humildade. Depois da luta que eu fiz pelo cinturão no Circuito de MMA Amador, o Thunder Fight vem me dando muitas oportunidades de mostrar o meu trabalho e sou grato a eles por essa chance que eles me dão. Não só a mim, mas ao MMA amador, porque é bem difícil no cenário nacional um evento amador ser transmitido pela TV, ter disputa de cinturão. Foi um momento incrível -.
Com duas vitórias em duas lutas no MMA profissional, Hugo Paiva mantém os pés no chão a respeito do seu futuro, mas não deixa de sonhar alto quando fala do seu futuro no esporte. O lutador tem como meta disputar o cinturão do Thunder Fight e fazer lutas internacionais na sequência para, futuramente, chegar às maiores organizações do mundo, como o UFC.
- Eu tinha como meta fazer muitas lutas em 2020, queria fazer umas quatro, mas por conta do coronavírus, isso foi meio que adiado, então quando tudo voltar, espero conseguir fazer pelo menos duas. Estava planejando isso mais para me testar mesmo, já pensando em 2021, que é quando eu quero começar a fazer lutas internacionais, enfrentar atletas mais experientes e ir pra cima dos caras, sem perder tempo. Também queria lutar pelo cinturão do Thunder Fight ainda esse ano, mas vamos ver o que vai acontecer quando tudo voltar. Espero que minha luta contra o Ariel ainda aconteça, e depois disso, quem sabe, fazer uma disputa de título. Meu sonho é poder chegar em um alto nível, assim como o meu mestre Gibi, que é um cara que eu me espelho muito. Quero ser um grande exemplo e mostrar que mesmo com uma trajetória difícil, repleta de desafios, é possível ser vencedor. Quero ajudar minha famílias, as pessoas que precisam, e lutar nos maiores eventos, como o UFC, o ONE Championship, e enfrentar os melhores - encerrou.