O momento de Junior Cigano, ex-campeão dos pesados do UFC, na organização não é nada bom. O lutador da American Top Team, de 36 anos, registra quatro derrotas seguidas, sendo três em 2020 – e todas elas por nocaute. Em dezembro passado, no UFC 256, o brasileiro foi superado por Ciryl Gane no segundo round. Ao Ag.Fight, o peso-pesado reclamou de ter sofrido golpes ilegais e criticou a falta de resposta do Ultimate.
- O UFC não falou mais nada, para ele está tudo bem, o que para mim é um absurdo acontecer. Um golpe claramente ilegal e vários lutadores… Além da presidência (Dana White) do evento se mostrar favorável ao que aconteceu e para mim isso é de um absurdo tremendo. Na verdade, todos concordam que foi ilegal, mas o que eles dizem é que eu virei e me posicionei daquela forma. Em termo de comparação, que até nem deveria usar, é como a vítima ser culpada do crime, do roubo, assassinato, estupro. Não acho que foi intencional, mas não tira a ilegalidade. Estão falando que eu virei, eu não virei. Já estava de lado para ele há uns oito segundos e dá para ver a cotovelada daquele ponto e atrás da cabeça - desabafou Cigano.
Segundo o brasileiro, o UFC está “passando panos quentes” pelo momento negativo que atravessa, enquanto Gane vem em alta e se coloca como uma das apostas nos pesados. Sobre a série de quatro derrotas, Cigano acredita que o fator “psicológico” tem interferido e já trabalha com um especialista.
- Tem sido um momento profissionalmente pesado. É um esporte duro e o psicológico tem que estar bom para render o máximo. Fisicamente, eu me sinto muito bem, mas sinto que o psicológico fica afetado. São tantas barreiras que tem que derrubar e acaba sendo pesado. Tenho me dedicado bem para tentar colocar a cabeça no lugar. Amo lutar, quero muito continuar. Sou um dos melhores pesos-pesados que já fez isso. A coisa não tem refletido no octógono, mas é acertar os ponteiros e isso que estou buscando - explicou.
Embora Dana White, presidente do UFC, tenha sinalizado para uma aposentadoria de Cigano, o brasileiro não pensa assim. O peso-pesado que dar a volta por cima neste novo ano e projetou uma retomada na carreira: - O ano de 2021 vai ser um grande cala boca em muita gente. O que me deixa abalado são as pessoas que se dizem entender de luta indo contra mim e a favor dessa situação como se tivesse tudo bem. Então vai ser o ano do tapa na cara, o do cala boca para quem duvida de mim. Vou dar a volta por cima - concluiu.