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Brasileiro relata preparação com treinador de McGregor e minimiza críticas recebidas: ‘Nunca levaram um soco na cara’

Com duelo marcado no sábado (19), pelo UFC Vegas 11, Johnny Walker, que vem de duas derrotas consecutivas, falou sobre a preparação que fez na Irlanda com treinador de Conor McGregor e abriu o jogo ao comentar sobre as críticas que recebe

(Foto: Reprodução)
imagem cameraWalker fez toda sua preparação na Irlanda, com John Kavanagh (Foto: Reprodução/Instagram/@johnnywalker)
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Lance!
Dublin (IRL)
Dia 17/09/2020
13:39

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Por Mateus Machado 

Contratado pelo Ultimate em 2018, Johnny Walker teve um início impressionante na organização e embalou três vitórias consecutivas, todas elas por nocaute ainda no primeiro round, diante de Khalil Rountree, Justin Ledet e Misha Cirkunov, respectivamente. No entanto, o brasileiro, logo na sequência, amargou duas derrotas em sequência e viu sua situação mudar na categoria meio-pesado, onde ocupa atualmente a 11ª posição no ranking. A chance da redenção será neste sábado (19), quando o lutador de Belford Roxo (RJ) vai enfrentar Ryan Spann no card principal do UFC Fight Night 178, que acontecerá em Las Vegas (EUA).

Disposto a retomar o caminho das vitórias, Walker partiu para a Irlanda, onde fez toda sua preparação na SBG Ireland, equipe de Conor McGregor, e foi acompanhado de perto por John Kavanagh, que também é treinador do ex-campeão peso-pena e peso-leve do UFC. Em entrevista à TATAME, Johnny, que já rodou o mundo para treinar, tendo feito camps na Inglaterra, Tailândia, Rússia e Canadá, está disposto a ficar de vez na Irlanda e falou sobre sua boa relação com Kavanagh.

- Me tratou praticamente como um filho, fiquei bem feliz. Ele me colocou até no seguro da caminhonete dele, me emprestou a caminhonete, me deixou ficar embaixo da casa dos pais dele, fiquei em uma casa com dois quartos e eu treinava todo dia com ele, me dava toda a atenção. Nunca tive esse tipo de atenção, de tratamento, e minha relação com ele é muito boa. É um cara profissional ao extremo, foi uma honra passar esse camp com ele - destacou.

Ao longo do bate-papo, o brasileiro deu mais detalhes sobre seu período na Irlanda na SBG e com John Kavanagh, contou como lidou com as derrotas recentes e, consequentemente, com uma maior crítica por parte dos fãs de MMA. e também falou sobre sua intenção de subir para a divisão dos pesados, ressaltando que isso só deve ocorrer após ser campeão nos meio-pesados.

Confira a entrevista completa com Johnny Walker:

– Preparação na SBG Ireland, equipe de Conor McGregor

Foi muito bacana, eu já tinha vindo para a Irlanda, já tinha conhecido o John (Kavanagh) e ele me convidou para fazer um camp na academia dele. Fiz vários testes físicos e treinei com diversos caras grandes, que lutam no Bellator, no BRAVE CF, uns caras bons e fortes. Treinei bastante Jiu-Jitsu, defesa de queda, ajustei ainda mais minha trocação, treinei muito Boxe, então foi uma experiência incrível, uma preparação de altíssimo nível. Pretendo ficar de vez na SBG, na Irlanda. Quero ficar numa academia pelo menos um tempo bem maior para o treinador me conhecer melhor, para conhecê-lo, e a gente chegar a um acordo e ver o que tenho que melhorar.

– Relação com John Kavanagh, treinador de McGregor

Me tratou praticamente como um filho, fiquei bem feliz. Ele me colocou até no seguro da caminhonete dele, me emprestou a caminhonete, me deixou ficar embaixo da casa dos pais dele, fiquei em uma casa com dois quartos e eu treinava todo dia com ele, me dava toda a atenção. Nunca tive esse tipo de atenção, de tratamento, e minha relação com ele é muito boa. É um cara profissional ao extremo, foi uma honra passar esse camp com ele.

– Qual foi o diferencial de treinar na Irlanda com o John em relação aos camps em outros países?

Todos os lugares que eu fiz camp, tive experiências muito boas, ótimos treinamentos, mas na Irlanda a diferença foi que o John priorizou também o meu descanso e eu seguia exatamente tudo o que ele falava para mim, não treinei nem a mais e nem a menos, ele fez uma agenda e eu segui à risca. No meio do camp, ele chegou a me dar cinco dias de folga. Foi uma coisa que eu nunca tinha feito e eu estou me sentindo muito bem, meu cardio melhorou, minha confiança também, porque eu sei o quão longe eu posso ir estando bem fisicamente. Fiz tudo certo e espero por um grande resultado no sábado.

– Depois de uma sequência impressionante, como lidou com essa série de derrotas?

É uma questão de processo, você tem que passar por isso, ainda mais eu… Eu não nasci nas artes marciais, já comecei a treinar ‘velho’, com 21/22 anos. É um processo de aprendizado e eu aprendi muito, principalmente que a parte mental é muito importante, as pessoas que estão ao seu redor, com quem você pode contar, a parte de alimentação, o quanto você tem que treinar e o quanto tem que descansar. Essas derrotas me ensinaram muito isso, estou mais experiente e foi tudo um aprendizado, e agora já está na hora de retomar o caminho das vitórias.

– Análise do adversário

Eu assisti às lutas dele, a gente traçou um plano para enfrentá-lo e eu vejo como uma luta muito boa para mim, meu jogo com o dele bate um pouco, eu vi muitas brechas no jogo dele. É um cara que não se movimenta muito e eu sei como ele age quando recebe golpes, então estou preparado para tudo e visualizo uma luta muito boa para mim, vamos com tudo em busca dessa vitória.

– Como você tem procurado lidar com uma crítica maior por parte dos fãs de MMA?

Eu lido muito bem, não ligo muito para o que os fãs falam, eu só pego as coisas boas. Se está torcendo por mim, eu agradeço, se não, eu só ignoro. A gente não pode deixar essas coisas afetarem nossa cabeça, não pode deixar a energia negativa te puxar para baixo. A maioria dos meus fãs, que me seguem nas redes sociais, continuam me apoiando. 1% fala alguma besteira lá, mas essas pessoas nunca treinaram, nunca lutaram, não sabem como é a vida de um atleta, nunca tomaram um soco na cara, nunca fizeram um sparring. Não tem como escutar e deixar isso me afetar… Como vou deixar uma pessoa sem experiência falar sobre um assunto e deixar me afetar? Não tem cabimento. A galera continua me apoiando, quem acredita em mim, e se não acreditar também, eu estou acreditando, minha família também, é o que importa. Vou em busca dos meus sonhos.

– Sonho do cinturão no meio-pesado e subida para os pesados

Depois dessa vitória, se Deus quiser, vou continuar no meio-pesado, porque ainda tenho muita história a fazer lá, meu objetivo é pegar o cinturão. Mas, com certeza, depois de ser campeão, vou subir para os pesados, porque eu tenho envergadura suficiente, força suficiente e em off eu sou bem pesado, tenho até que controlar o peso, senão sobe muito. Mas ainda tenho 28 anos, então acho que devo subir de categoria com 30/31 anos, quando meu metabolismo desacelerar e ficar mais difícil bater o peso. Ainda consigo bater o peso tranquilo, é chato fazer dieta, controlar o peso, mas ainda consigo lidar com isso numa boa. Eu ainda não estou no meu auge, mas futuramente vou subir aos pesados, mas antes disso, quero fazer história nos meio-pesados.

CARD COMPLETO:

UFC Vegas 11
UFC Apex, em Las Vegas (EUA)
Sábado, 19 de setembro de 2020

Card principal (21h de Brasília)
Peso-meio-médio: Colby Covington x Tyron Woodley
Peso-meio-médio: Donald Cerrone x Niko Price
Peso-médio: Khamzat Chimaev x Gerald Meerschaert
Peso-meio-pesado: Johnny Walker x Ryan Spann
Peso-palha: Mackenzie Dern x Randa Markos
Peso-médio: Kevin Holland x Darren Stewart

Card preliminar (18h de Brasília)
Peso-pena: Mirsad Bektic x Adversário a ser definido
Peso-mosca: Mayra Sheetara x Mara Romero Borella
Peso-galo: Jordan Espinosa x David Dvorak
Peso-galo: Jessica-Rose Clark x Sarah Alpar
Peso-pena: Journey Newson x Randy Costa
Peso-galo: Andre Ewell x Irwin Rivera
Peso-pena: Darrick Minner x TJ Laramie
Peso-meio-médio: Miguel Baeza x Jeremiah Wells
Peso-mosca: Tyson Nam x Jerome Rivera

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