Por Yago Rédua
Aos 24 anos, Ricardo Carcacinha renovou o contrato com o UFC e apresenta um retrospecto positivo dentro da companhia: são cinco vitórias e apenas uma derrota. O paulista vai entrar em ação no próximo dia 15, na “Ilha da Luta” em Abu Dhabi (EAU), contra Lerone Murphy. O duelo será válido pelo peso-pena.
Apesar do retrospecto positivo, Carcinha vai enfrentar um adversário que vai apenas para a segunda luta dentro da organização – a primeira empatou com Zubaira Tukhugov. O brasileiro disse que o UFC chegou a prometer um adversário melhor posicionado no ranking, mas que a pandemia do novo coronavírus atrapalhou os planos.
- O UFC antes de tudo isso acontecer, estava preparando uma luta pra mim em maio no UFC São Paulo. Eles tinham me prometido um lutador mais bem colocado (no ranking), mais duro. Estava a me preparando para isso. Fui para à Califórnia me preparar e esperar para lutar em maio. Os planos mudaram (por conta da pandemia) e voltei para o Brasil. Veio o que tinha que ser. O UFC não tinha opção para esta data. Eles falaram que só tinha esse oponente, se não, não tinha luta. Eu sempre vou enfrentar qualquer oponente como se estivesse lutando pelo título. Não foco no adversário, mas no meu desenvolvimento - disse o brasileiro em entrevista à TATAME.
Carcacinha aproveitou para fazer uma análise do britânico Murphy. Das oito vitórias como profissional, o europeu venceu cinco por nocaute. O paulista brincou e disse que vai levar para o chão.
- O forte de ele é pé e “nos” bota para baixo (risos). É um cara que tem várias características, mas levo muito em consideração o psicológico, a técnica, a movimentação, mas principalmente nessa preparação, neste momento incomum de pandemia, não sabia o que ia vir. Então, estava bem focado em uma imprevisibilidade. Já estava fazendo uma preparação, mas voltada para o meu desenvolvimento e nas minhas características. Dei uma boa olhada nele, mas como eu venho trabalhando mais em mim, no meu desenvolvimento, consegui fazer um ótimo trabalho de chão e na trocação - analisou.
Durante a entrevista, o lutador ainda comentou sobre o camp em meio à pandemia, os treinos na garagem de casa, oportunidade de lutar na misteriosa “Ilha da Luta”, entre outros assuntos.
Confira a entrevista na íntegra com Ricardo Carcacinha
– Camp durante a pandemia
Foi um momento de se reinventar e se adaptar a situação que estamos vivendo. O que eu mais tirei de lição foi dar o melhor sempre. Na verdade, eu trouxe isso para o atual momento. Porque eu já tive falta estrutura e quando começamos a ter (estrutura), a conquistar e nos deparamos com uma situação dessa, temos que trazer uma experiência como essa. Temos que colocar toda essa vontade de vencer.
– Treinos dentro da garagem
Eu tive convites de academias que estavam fazendo camp com protocolos, mas por opção, resolvi fazer dentro da minha garagem. Convidei dois profissionais para fazer o trabalho técnico e fui fazendo o trabalho cruzado com o UFC PI. A parte física foi montada de acordo com o que tinha feito quando estive lá.
– Chance de lutar na “Ilha da Luta”
Pra mim vai ser uma experiência muito massa, estamos vivendo um momento histórico para o mundo das lutas. Poder fazer parte disso, vai ser uma honra. Vou contar tudo isso no futuro para os meus filhos e netos.
– Renovação de contrato com o UFC
Foi a confirmação das escolhas que eu fiz até aqui, me colocou até aqui e assinar aos 24 anos um contrato com o maior evento de lutas do mundo, o UFC, é incrível. Olhar para trás e ver que tudo valeu a pena.