A relação entre Francis Ngannou, campeão dos pesados, e o UFC anda cada vez mais delicada. O camaronês esteve em ação no último fim de semana, pela edição 270, em Anaheim (EUA), quando venceu Ciryl Gane na unificação dos títulos da divisão. A luta, por sinal, foi a última no atual contrato do africano na companhia. Há uma indefinição sobre o futuro do atleta de 35 anos.
Em conversa com o programa “MMA Hour”, do site MMA Fighting, Ngannou, que já pediu publicamente por uma valorização financeira, externou toda a insatisfação com o atual modelo de contrato. O campeão se referiu ao acordo como “cativeiro” e quer maior liberdade.
- Tudo o que eles (UFC) colocam (no contrato), eles mantêm você em cativeiro. Você não pode fazer nada. Você não tem direitos. Você nem tem seguro de saúde, mesmo quando está colocando seu corpo em risco para fazer o show - desabafou o “The Predator”.
Até o momento, apenas uma reunião foi realizada entre o empresário de Ngannou, Marquel Martin, e o Ultimate. O lutador contou que a oferta financeira até foi “boa”, mas frisou que há outros pontos a ser debatidos.
- Mais dinheiro (oferecido pela companhia), mas não trouxe nenhuma das coisas que eu pedi… O dinheiro era tentador, era bom, mas não se trata apenas de dinheiro. A essa altura, acho que é muito mais do que apenas dinheiro. Neste momento, é mais do que dinheiro. Apenas o dinheiro não pode resolver esta situação - disse o lutador, que seguiu:
- Deixei muito mais em cima da mesa. No geral, tenho deixado muito dinheiro na mesa desde a luta com Stipe (Miocic, quando conquistou o cinturão). Até agora, posso estar perdendo US$ 7 milhões (38 milhões de reais), mas ainda estou feliz com meus US$ 600 mil, porque ainda luto pelo que me importa. Esta é a coisa. A liberdade não funciona com dinheiro. Você desiste de um por um. Se você quer liberdade, se você quer dinheiro. Você abre mão de um para ganhar outro - concluiu.