* Vindo de uma grande vitória por nocaute sobre Guilherme Faria no SFT 21, em fevereiro deste ano, Elismar “Carrasco” Silva é mais um entre diversos lutadores que vêm sofrendo com a pausa forçada causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O impacto é principalmente financeiro, e em entrevista à TATAME, Carrasco falou sobre o momento delicado.
- Eu não pensei que esse vírus ia ser tão polêmico, agressivo e durasse tanto tempo. O principal impacto que a gente sofre é financeiro. Tenho contas a pagar e muitos outros compromissos por causa do meu CT (Centro de Treinamento). As portas estão fechadas e, sem aula, a mensalidade dos alunos não entra. Mas o aluguel, a água e a energia precisam ser pagos - desabafou.
Natural de Goiás, Elismar, de 31 anos, além de lutador, é responsável por comandar o CT “Carrasco Lima”. Porém, sem lutas e sem aulas, é outra atividade que vem salvando as finanças do atleta, eleito pelo site Tapology (especializado em MMA) o melhor peso-pena do ranking brasileiro.
- Sou lombador, é um trabalho que faço por diária. Saio às 4h30 da manhã e descarrego caminhões de carne nos açougues aqui da região. Além disso, tenho uma pequena ajuda de custa de dois parceiros (Drogashop Manipulação e MVP Management), graças a Deus, que me ajuda a completar a renda nesse momento difícil - agradeceu.
Apesar das dificuldades, Elismar mantém seu foco em uma disputa de cinturão contra Marcos Babuíno, atual campeão peso-pena do SFT. Com o nocaute sobre Guilherme Faria, o goiano é o próximo na fila.
- Eu eu sou o número 1 no ranking peso-pena brasileiro da Tapology. Me sinto honrado e grato pelo reconhecimento, e estou aí, sempre pronto. Tenho treinado em casa, a intensidade diminui um pouco, mas eu não paro. Tomara que passe logo tudo volte ao normal para eu disputar o cinturão.
Confira outros trechos da entrevista com Elismar Carrasco:
– Acredita que falta visibilidade para lutadores em eventos de MMA nacional?
Falta bastante, porque assim como eu, existem muitos outros lutadores que têm talento espalhados pelo Brasil e não vão pra frente ou demoram a decolar devido à falta de visibilidade. Eu mesmo precisaria de uma chance especial para ser mais um brasileiro, com orgulho, a carregar nossa bandeira pelo mundo.
– Quais são as maiores dificuldades que você tem enfrentando na pandemia?
Nesse momento a maior dificuldade é financeira, de treino, a rotina que muda. O mundo da luta parou e o nosso tempo vai passando, é complicado. Durante os eventos o SFT dá todo o suporte necessário, mas sem eventos, sei que fica difícil, já que eles também estão passando pelo mesmo problema que nós.
– Além de conquistar o cinturão do SFT, quais são os seus sonhos no MMA?
Como todo atleta, me dedico todos os dias em busca dos meus sonhos. Saio de madrugada, trabalho duro, volto, treino, dou aula e depois ainda treino de novo. Meu sonho é chegar nos maiores eventos do mundo e ter meu trabalho reconhecido. Conquistar meu lugar no UFC ou no Bellator, por exemplo.
* Por Diogo Santarém