Por Mateus Machado
A partir do momento em que o duelo entre Rafael dos Anjos e Colby Covington, pelo cinturão interino da divisão dos meio-médios, foi anunciado para o UFC 224, que será realizado no Rio de Janeiro, no dia 12 de maio, os fãs brasileiros de MMA adotaram um sentimento de “vingança”, já que em sua última luta, o americano derrotou Demian Maia no UFC São Paulo, em outubro do ano passado, e fez diversos insultos aos torcedores brasileiros, que ficaram revoltados com a postura desrespeitosa do lutador americano.
Ultimate tira Dos Anjos x Covington do Rio e remarca para o UFC 225; confira
Colby revela ter sido ameaçado por ‘líder de favela’ no Brasil e critica polícia
Chamando os brasileiros de “animais imundos”, Covington deixou bem claro que a postura para se promover na organização havia passado dos limites. Desta forma, procurando evitar possíveis transtornos com uma nova presença de Colby no Brasil, o Ultimate decidiu agendar o confronto para o dia 9 de junho, no UFC 225, em Chicago, nos Estados Unidos.
A lamentável postura de Conor McGregor na semana do UFC 223, no começo de abril, quando o irlandês invadiu um evento de divulgação da edição e chegou a quebrar o vidro de um ônibus, ferindo lutadores que estariam no card, fez o Ultimate ligar o sinal de alerta para possíveis novas confusões envolvendo lutadores da organização. Em entrevista, Rafael dos Anjos afirmou que o episódio envolvendo McGregor foi um dos fatores que fez a franquia mudar o local de sua luta contra Covington. Além disso, o brasileiro não escondeu a frustração de não poder lutar em seu país, mais especificamente no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu e não luta há 10 anos.
- Eu acho que sim, acredito que o que aconteceu com o Conor McGregor recentemente agravou essa situação. Caíram três lutas do card (do UFC 223), e se os seguranças tiveram aquele trabalho todo para segurar um cara, imagina a torcida brasileira revoltada com as besteiras que esse cara (Colby) anda falando. Eu fiquei bem chateado, sim, não escondo isso… Estava fazendo vários planos, tem 10 anos que eu não luto no Rio de Janeiro, ia ser ótimo estar voltando e ter a oportunidade de conquistar o cinturão na minha casa, ia ser algo único. Mas, infelizmente, esse tipo de coisa eu não controlo. O lugar não vai mudar o resultado da luta, mas realmente, eu queria muito ter feito essa luta no Rio, mas não foi dessa vez - lamentou Rafael, que ainda declarou que os lutadores estão “passando do ponto” na questão das provocações em busca de uma melhor promoção de suas lutas.
- Eu acho que tem coisas que passam dos limites… Falar da família, xingar as pessoas dentro do próprio país delas. Eu acho que se um brasileiro ou uma pessoa de um outro país viesse para os Estados Unidos e fizesse isso aqui (nos EUA), daria um problema muito sério também. O cara insultou os brasileiros, falou um monte de besteira, mas é isso… Infelizmente, alguns lutadores partem para essa linha. Eu acho que não é algo certo, não é o caminho correto, mas tudo tem um limite. A promoção da luta é algo diferente de ofender a família, falar da vida pessoal do cara, eu acho que isso foge totalmente da linha. A galera está perdendo totalmente o limite. Eu sou do Jiu-Jitsu, é a minha base, é o que fiz a minha vida inteira, e o que eu aprendi muito com o Jiu-Jitsu foi isso: respeito, disciplina e hierarquia. Mas eu acho que essa galera da nova geração está indo para um caminho diferente, infelizmente é o que está acontecendo.
Tyron Woodley na mira
Campeão linear dos meio-médios, Tyron Woodley não luta desde julho do ano passado, quando derrotou Demian Maia, e recentemente fez uma cirurgia por conta de uma lesão. Em meio a incertezas, um retorno do americano já foi cogitado para o meio do ano, mas acredita-se que o lutador só tenha reais condições de atuar no final de 2018. Aguardando um duelo com Woodley desde que derrotou Roobie Lawler em sua última apresentação, Dos Anjos comentou sobre a indecisão a respeito do futuro de Tyron na categoria.
- A verdade é que eu já estava esperando lutar com o Woodley agora, mas foi dito a mim que ele só lutaria em novembro/dezembro, e eu não poderia ficar tanto tempo sem lutar. Ele estava naquela de escolher luta, esperar a boa para pegar o ‘money fight’, e não rolou. Ele já tentou lutar com o Nate Diaz, Georges St-Pierre, Michael Bisping e Conor McGregor e nenhuma dessas rolou. Ele resolveu fazer cirurgia seis meses depois de se machucar, falou que só lutaria em dezembro, e agora está falando que lutaria em junho/julho, ou seja, cada hora ele fala uma coisa, então o UFC decidiu botar esse cinturão interino. Se ele quer esperar, meu plano é lutar com ele, mas agora eu vou lutar com o Colby Covington e acredito que, na sequência, eu enfrento ele - concluiu Dos Anjos.
Quer ficar por dentro do mundo da luta? Clique e acesse o site da TATAME!