Entusiasta do MMA feminino, empresário Stefano Sartori vê com otimismo venda do Invicta FC; confira
Empresário e grande entusiasta do MMA feminino, Stefano Sartori analisa venda do evento feminino Invicta Fighting Championships e fala sobre o cenário dos eventos de MMA em meio à pandemia; veja a entrevista completa:
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Um dos sócios da agência All In Management, que empresaria lutadores de MMA pelo mundo, o curitibano Stefano Sartori é um dos grandes entusiastas do MMA feminino (WMMA). Responsável por gerenciar a carreira de atletas que hoje representam o Brasil nos maiores palcos da modalidade no planeta, ele repercutiu positivamente a venda do Invicta FC para a empresa de mídia Anthem Sports & Entertainment, dona do canal AXS TV, que passará a transmitir o evento ao vivo na televisão norte-americana.
- Recebi com grande felicidade e otimismo a notícia da venda do Invicta e do fortalecimento desse evento super importante no ecossistema do ‘WMMA’ mundial. Primeiro, por ser um amigo e grande admirador da Shannon Knapp, idealizadora do Invicta e uma das pessoas mais corretas e competentes na indústria do MMA; e, segundo, porque eu creio que essa nova etapa do Invicta FC vai abrir muitas portas para lutadores talentosas do MMA e certamente teremos grandes campeãs brasileiras nesse evento - projeta o empresário.
Através da influência de Stefano Sartori, lutadoras brasileiras puderam protagonizar momentos marcantes nas principais companhias do mundo. O maior exemplo é a peso-mosca Jennifer Maia, que recentemente disputou o cinturão do UFC e, apesar de não ter vencido, fez uma das lutas mais difíceis da carreira da campeã Valentina Shevchenko. Além disso, sobre a gerência do empresário, Hérica Tibúrcio foi campeã do Invicta FC e Ariane Lipski do KSW.
- O título da Hérica foi especial porque foi a minha primeira campeã mundial. Outro momento marcante também foi a luta entre Julia Werner e Holly Holm pelo cinturão do extinto Legacy, hoje LFA. Atualmente representamos Jennifer Maia, Lívia Renata, Melissa Gato e Luana Dread, que estão no UFC, além da Dayana Silva, que estreia nesta sexta-feira no Bellator contra a ex-campeã Julia Budd. Felizmente o MMA feminino vem sendo, enfim, reconhecido. É bom para o Brasil, já que as melhores lutadoras de todos os tempos, Amanda Nunes e Cris Cyborg, saíram daqui - destaca.
Confira abaixo o restante do bate-papo com Stefano Sartori:
– Como empresário de lutadores que têm acesso aos bastidores dos maiores eventos do mundo, qual a sua avaliação sobre a adaptação realizada pelos eventos no mundo?
O que mais me surpreendeu foi a postura do UFC em se comprometer a realizar os eventos e colocar os atletas para lutarem. Gostem do Dana White ou não, é inegável que no momento mais crítico da pandemia ele foi um grande líder e o UFC realizou uma das suas temporadas de maior sucesso. Os caras criaram um protocolo extremamente confiável para realização de eventos e construíram a estrutura para poder receber em uma ilha os atletas internacionais de países que estavam com restrição de viagens aos Estados Unidos. Isso demonstra o comprometimento desses caras com o esporte. É preciso tirar o chapéu pro Dana e pro UFC. Além disso, achei interessante que o mercado do leste europeu foi o segundo mercado mundial que voltou mais rápido. Inclusive, hoje, coloco o evento russo ACA como o segundo maior evento de MMA do mundo, colocando Bellator, PFL e ONE para trás.
– O Bellator já era transmitido para o Brasil pela ESPN. ONE fechou com a Redetv! e a PFL com o canal Combate. Acredita numa revolução no mercado brasileiro por conta dessas novidades?
O MMA é um esporte muito consumido no Brasil, perdendo apenas para o futebol em audiência. Ainda existe um certo preconceito das marcas de colocarem dinheiro e alinharem a sua imagem ao esporte, mas acredito que isso esteja diminuindo gradativamente, já que os números são muito expressivos. Eu vejo com ótimos olhos essa super exposição de grandes eventos de MMA na televisão brasileira. Acredito que isso aumente o interesse dos eventos internacionais nos atletas e no público brasileiro e aumente a base de fãs casuais do esporte. Ao consumir um produto de alta qualidade em nível mundial, os padrões de exigência da audiência do MMA no Brasil aumentam bastante, colocando uma certa pressão para que os promotores de eventos de MMA no Brasil entreguem um produto melhor, o que a médio prazo vai subir o nível do MMA nacional.
– Por falar em MMA nacional, como você vê o cenário atual dos eventos no Brasil em meio à pandemia?
Felizmente, estamos vendo uma suavização da segunda onda de Covid no Brasil, porém ainda vejo o cenário com muita incerteza. A média de mortes continua bem alta e as taxas de ocupação dos leitos de UTI continuam em níveis alarmantes, o que nos deixa em alerta permanente. Os profissionais e o público do MMA são compostos em sua maioria por pessoas jovens, entre 20 e 40 anos, e acredito que essa parcela da população estará vacinada apenas no último trimestre deste ano, portanto, acredito que os eventos de MMA voltarão com força apenas em 2022 aqui no Brasil, visto que a bilheteria e as receitas com estacionamento e bar equivale muitas vezes a mais de 80% das receitas de um evento aqui no Brasil. Certamente teremos alguns eventos menores e sem presença de público em 2021, mas um aquecimento do mercado eu acredito que veremos em 2022.
– Você chegou a realizar a edição de estreia do Forze FC no final do ano passado. O saldo foi positivo ou negativo? Existe a possibilidade de realizar uma nova edição ainda este ano?
O Forze FC foi planejado para ser realizado com transmissão ao vivo e presença limitada do público, mas um dia antes do evento decretaram mudança nas restrições de Covid, impedindo a realização de qualquer evento, incluindo esportivos. Tivemos que fazer uma mudança grande na programação do evento, com os lutadores tendo horário para chegar e sair do local. Eliminamos todo o show e a transmissão para reduzir o staff ao nível mínimo. Gosto de dizer que realizamos um evento de MMA em estado puro, não tínhamos Ring Girl, estrutura de luz e som, DJ, tivemos apenas os atletas que entraram dispostos a darem um show e cumpriram seu papel. Não descartamos realizar um evento durante a pandemia, mas eu acredito que no momento o correto seja aguardar um pouco mais para termos mais segurança para staff e atletas.
Quais os próximos compromissos dos atletas da All In?
Temos a Dayana Silva estreando nesta sexta-feira no Bellator, em uma grande luta com a ex-campeã do evento. Augusto Sakai, Luana Dread, Wellington Turman e Jennifer Maia têm lutas marcadas no UFC entre maio e julho e também temos uma série de lutas agendadas nos eventos europeus e no Oriente Médio. 2021 está sendo um excelente ano para nossos atletas e esperamos um segundo semestre ainda mais movimentado para nossos atletas em nível internacional.
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