Atualmente morando em Londres, na Inglaterra, onde trabalha como professor de Jiu-Jitsu e segurança privada, o faixa-preta brasileiro Leonardo Queiroz viveu uma situação delicada recentemente. O casca-grossa presenciou o que poderia ser um possível sequestro, tomou as ações necessárias, mas reclamou do descaso da polícia inglesa com a situação.
- Há pouco tempo denunciei o suposto sequestro de uma criança. Ela estava no banco de trás de um carro, fazendo mímica e pedindo ajuda em inglês. Tinha um casal na parte da frente, a mulher falando no celular, e a criança olhando para os dois cheia de medo. Eu fiquei louco, o carro parou na minha frente e já tirei uma foto que pegava a criança e a placa. Depois eles pararam no sinal, eu corri até a janela para perguntar algo, mas eles arrancaram com o carro. Liguei para a emergência da polícia, denunciei, dei todos os detalhes, descrevi tudo, inclusive minha localização. A polícia falou que iria averiguar e me retornar, mas até hoje nada. Resumindo, aqui tem muita coisa errada - disse o brasileiro, que continuou com sua análise.
- De um modo geral, o sistema parece que protege o lado errado aqui. Um crime no Reino Unido só se resolve rápido hoje quando é relacionado a quebra da lei do novo coronavírus. Aqui tem vários casos de violência doméstica que a mulher é obrigada a permanecer com o cara para ver se ele muda. Também tem violência doméstica contra homem, mas especificamente neste caso, tem vários que a mulher é condenada. Mas na maioria das vezes, quando a mulher é a vítima, ela tem que conviver com o covarde. Tem casos que a mulher não denuncia por medo de perder o visto, digo no meio da comunidade brasileira.
- Sobre bullying, por exemplo, teve um caso em uma cidade aqui na Inglaterra, em Bournemouth, que um filho de um casal brasileiro sofreu ataque de gangue dentro do colégio, na porta e fora, de alunos da escola. Mas a escola não fez nada, a polícia só ia na casa do casal com seu computador e colhia informações, somente. Resumindo, acho que o casal teve que tirar o filho da escola. Isso é um absurdo. Crimes de esfaqueamento então, muitas mortes, quando a polícia sabe que é crime com faca, ela às vezes nem vem ou demora muito. Aqui, só um tipo de polícia, os que têm arma de fogo, resolvem. Esses são muito bem preparados - concluiu Léo.
O faixa-preta brasileiro também deu dicas sobre Defesa Pessoal:
– A Defesa Pessoal é indispensável para qualquer pessoa no mundo atual, ainda mais na época que estamos vivendo. Ela trará não só apenas a autodefesa, mas também a autoconfiança que é muito importante nos dias de hoje. Principalmente no caso de um idoso, criança, adolescente e as mulheres;
– A Defesa Pessoal é para qualquer um, não é para se tornar um lutador profissional ou amador. É um estilo de vida que você usará em várias situações diariamente;
– Acho que para as mulheres, é bem importante elas saberem Defesa Pessoal. Tem vários homens que só são bravos com mulheres, crianças ou idosos, e essa classe tem que estar super bem preparada para alcançar o controle da situação. Tendo que usar autodefesa ou não. No caso da mulher, é melhor ela souber contra-atacar se necessário do que não.
Por fim, Léo Queiroz falou sobre o seu novo treino, voltado para a vida real:
- Estou montando um treino para mulheres, crianças e idosos. Um treino mais real, sem essa ‘nutellagem’ de hoje em dia. Tipo, se uma pessoa tomar um tapa na cara, irá ter alguma frieza para retomar a situação? Claro que depende de onde e em que situação. Quero que elas estejam pelo menos preparadas para a situação real - encerrou o professor.