Faixa-preta fala sobre dificuldades e cita preocupação com alunos de seu projeto por conta do Coronavírus
Faixa-preta de Jiu-Jitsu e ex-lutador de MMA, Matheus Serafim fala do impacto do coronavírus em seu projeto social e revela preocupação com as crianças; veja
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Conhecido por liderar o “Lutar para Vencer”, considerado o “maior projeto social de Jiu-Jitsu do país”, situado em São Paulo, o faixa-preta de Jiu-Jitsu e ex-lutador de MMA Matheus Serafim é mais um que vem lamentando bastante a atual situação de pandemia global do novo coronavírus (Covid-19), que chegou ao Brasil no último mês de fevereiro e forçou as autoridades locais a tomarem uma série de medidas para evitar a disseminação do vírus.
Com seu projeto social atuando em Heliópolis, que se destaca por ser a maior comunidade da cidade de São Paulo, e também em Paraisópolis, outra grandiosa comunidade situada ao distrito de Vila Andrade, localizado na zona sul paulistana, Matheus precisou parar as atividades dos seus pólos e lamentou o fato de não poder supervisionar com a frequência de antes a grande maioria dos jovens que fazem parte do projeto. Apesar disso, o faixa-preta ressaltou o apoio que vai receber para manter seu programa em condições e com recursos.
- É um momento muito complicado para o maior projeto social do país, que lida com crianças de comunidades, e a gente, infelizmente, foi obrigado a parar as atividades por conta do coronavírus e isso, logicamente, deixa as crianças vulneráveis de novo, né, porque a gente acaba perdendo o controle. Elas voltam para suas rotinas normais nas suas casas, toda essa incerteza que está acontecendo no país… Enfim, eu perco o controle do que está acontecendo no dia a dia dessas crianças, apesar de eu estar montando uma equipe para poder estar nas comunidades, acompanhando, indo nas casas. Mas como pegou muito a gente de surpresa, não esperávamos que a situação seria tão drástica assim, então a gente ainda está se preparando. Prejudicou muito o meu projeto, porque estamos perdendo o controle e não é isso que eu quero. Estávamos seguindo um trabalho 100% positivo, tendo as respostas da comunidade, das crianças de forma maravilhosa e, infelizmente, tivemos esse problema que estamos tentando contornar. Porém, gostaria de ressaltar o apoio que terei do Deputado Federal Guilherme Mussi, que diante de toda dificuldade, vai fazer com que eu mantenha o trabalho com as comunidades - disse Matheus, que também opinou sobre o impacto da situação na economia brasileira e também em São Paulo, estado que lidera o número de casos do Covid-19.
- Eu acho que São Paulo, na minha opinião, não pode parar. Acho que grandes empresas vão quebrar e São Paulo não tem estrutura para as empresas pararem por mais de 27 dias. Vai haver um desemprego muito grande, empresas quebrando, e isso aumenta a violência na rua, porque as pessoas não vão passar fome. Eu sou totalmente contra essa paralisação 100%. Acho que os órgãos públicos e os políticos deveriam colocar regras. As pessoas que estão mais vulneráveis ao coronavírus deveriam ficar isoladas e as pessoas que não tem contato com idosos, como jovens que moram sozinhos, essas pessoas tem que ir para a rua, tem que trabalhar, fazer a economia girar. Temos que tomar muito cuidado com isso, porque existe chance do Brasil quebrar e se criar uma coisa monstruosa, como aumento de criminalidade, suicídios, o impacto seria bem maior do que o vírus -.
Por conta da quarentena e a decisão das autoridades de proibir o funcionamento de inúmeros setores, o prejuízo será grande para empresas de diversos ramos, e para os projetos sociais, que já funcionam com poucos recursos, as dificuldades serão ainda maiores. Matheus Serafim, por exemplo, tinha acordos de expansão do seu projeto “costurados”, todavia, diante da atual situação, precisará aguardar novos desdobramentos.
- O projeto sempre foi muito difícil de se manter, até pela proporção que ele tomou, e agora, com toda essa paralisação, vai ficar tudo mais difícil. Eu continuo fazendo ações, agora vou fazer uma ação onde a gente vai levar kits de higiene para as comunidades, como sabonete, álcool em gel e outras coisas. Estou preparando uma grande operação para poder, de alguma maneira, estar ajudando a comunidade. Isso tudo requer recursos e nesse momento que ninguém quer ajudar, mas não por maldade, mas por precaução, é o momento que a gente está vivendo. É muito difícil… Eu tinha uma expansão do meu projeto, a gente ia inaugura mais quatro pólos do projeto e isso parou, temos que esperar tudo isso passar. Prejudicou demais, porque a gente teria grandes apoios. Sinceramente, eu não sei como vai ser daqui pra frente. Temos que esperar sobre como as autoridades vão se posicionar - afirmou o faixa-preta, que por fim, contou sobre a dificuldade de realizar exercícios em casa no atual período de quarentena.
- Em relação aos treinos, eu venho tentando manter um pouco o treino em casa, mas a dificuldade é enorme. A gente fica em casa, a preguiça é maior, você acaba não fazendo um treino tão puxado, como se faz numa academia, mas estou tentando manter, sim, pelo menos dia sim, dia não, fazer exercícios em casa. Mas em casa é difícil demais… A gente acaba comendo mais, tem a questão da ansiedade, da preocupação, com isso a gente acaba comendo mais, não treinando direito. É uma situação muito difícil, mas temos fé que vamos passar e vamos voltar mais fortes - encerrou.
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