Não é segredo para ninguém que acompanha de perto o mundo das lutas que o lutador hoje é um produto. E, sendo um produto, a valorização perante o consumidor - fãs e, acreditem, até mesmo "haters" - é fundamental na contabilização do pagamento. Ou seja, quanto mais pessoas pagam para ver determinado atleta em ação, mais ele vai ser recompensado na hora da negociação de contrato.
Por isso, cada vez mais o marketing vem se provando parte necessária no gerenciamento de carreira dos novos ídolos. É preciso lembrar que os lutadores só recebem salário quando lutam; portanto, receber um valor que seja suficiente para mantê-lo até a luta seguinte ou ter bons patrocinadores é imprescindível.
Especialista em marketing, Tiago Gomes deu algumas dicas que podem ajudar os atletas. Para início de conversa, ele explica que a imagem do atleta deve ser trabalhada desde os primeiros momentos, e não só após a solidificação da carreira. O mesmo vale para o momento em que o atleta pendura as luvas.
"O marketing deve acompanhar o atleta em todos os momentos, do início da carreira e até mesmo após a aposentadoria. E isso não pode ser feito por conta própria, é necessário ter especialistas cuidando da imagem, principalmente das redes sociais. Como exemplo a gente pode citar os participantes do Big Brother Brasil, que, mesmo confinados, têm as redes sociais ativas, mantidas, quase sempre, por profissionais. É nesse campo que acontece a fidelização do público", explica Tiago Gomes.
"É de suma importância trabalhar a imagem do personagem de forma certeira e estratégica. Isso isso poderá prolongar por um bom tempo os projetos do atleta, mesmo não atuando como um no momento. Os cuidados devem ser tomados sempre, antes de se tornar um grande nome, durante e depois, para conseguir se manter e trilhar uma carreira de sucesso fora da profissão, empreendendo em outro setor ou até mesmo no próprio esporte", conclui o especialista.
Como exemplos de trabalhos bem sucedidos nas redes sociais e com reflexo em investimento além do esporte, podemos citar o fenômeno Conor McGregor, que recentemente vendeu sua marca de uísque por nada menos que 30 milhões de dólares; e o brasileiro Fabrício Werdum, dono de uma boutique de carnes promissora. Ambos souberam surfar a onda da popularidade construída dentro dos palcos de luta para impulsionar os negócios fora deles.