Por Mateus Machado
Em outubro do ano passado, em cerimônia realizada no Palácio da Cidade, em Botafogo, foi decretada a oficialização das artes marciais como parte integrante – ainda opcional – do ensino nas escolas municipais do Rio de Janeiro. Na ocasião, a solenidade contou com a presença do prefeito Marcelo Crivella, do vereador Marcelo Arar – idealizador do projeto -, e diversos nomes do esporte, como Rodrigo Minotauro, Kyra Gracie, Sylvio Behring e Carlão Barreto.
Faixa-preta de Jiu-Jitsu e vereador da cidade do Rio de Janeiro há 10 anos, Marcelo Arar está em seu terceiro mandato e foi peça fundamental para tornar possível a inclusão das artes marciais como disciplina extracurricular nas escolas municipais após uma série de conversas com o prefeito Marcelo Crivella, como conta a seguir.
- Sou faixa-preta de Jiu-Jitsu e sempre tive o sonho de incluir as artes marciais nas escolas do município. Sou vereador há 10 anos e sempre tentei convencer todos os prefeitos, desde o primeiro mandato – hoje estou no terceiro -, consegui convencer o prefeito Marcelo Crivella, ele abraçou a ideia e colocou como disciplina extracurricular as artes marciais. O principal argumento é para ensinar as questões da disciplina, ética, respeito e hierarquia – que são ensinamentos milenares das artes marciais – para a criançada. São 1600 escolas, a maior rede da América Latina, e 600 mil crianças que estão tendo a oportunidade de aprender artes marciais. A prefeitura conta hoje com 600 professores e, assim que voltarem as aulas, eles voltam a ensinar Jiu-Jitsu, Muay Thai, Boxe, Taekwondo, Judô e outras modalidades. As artes marciais auxiliam muito na questão da educação, do respeito ao próximo, tornam as crianças mais tranquilas, e isso foi fundamental para convencer o prefeito - destacou.
Com as aulas presenciais suspensas nas escolas municipais por conta da pandemia do novo coronavírus, alguns planejamentos já estão sendo feitos para que seja possível a retomada das aulas de artes marciais a partir do momento em que for possível. Arar ressaltou que todos os protocolos serão respeitados para que as crianças voltem a praticar os esportes de luta todos os sábados, possivelmente, a partir do mês de agosto.
- A partir do momento que a pandemia for devidamente controlada, as aulas voltam com os protocolos de segurança do professor Xavier, funcionário da secretaria de educação e responsável por coordenar o projeto. A princípio, as aulas voltam em agosto e serão realizadas e ensinadas pelos professores de artes marciais aos sábados. As aulas vão ser feitas sem contato físico, inicialmente, seguindo todo o protocolo adequado. É o ‘novo normal’, e até ser descoberta a vacina ou quando os índices de contaminação descerem, as lutas de contato estão impossibilitadas de acontecer, será necessário um outro tipo de treinamento voltado para as artes marciais. Num futuro próximo, esse projeto vai ser de extrema importância para a sociedade, já vamos colher os frutos de todas as crianças de escolas públicas do município terem, pelo menos, a oportunidade de aprender artes marciais. Com isso, elas vão ajudar a construir uma sociedade melhor - concluiu.