Minotouro vê o MMA amador como ‘trunfo’ para renovação no Brasil

Junto com Carlão Barreto e Rick Monstro, Rogério Minotouro criou a Confederação Brasileira de MMA Desportivo (CBMMAD); conheça mais sobre o projeto liderado pelo trio

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Por Mateus Machado

Os questionamentos constantes a respeito da necessidade de renovação e o surgimento de novos talentos fizeram com que o lutador meio-pesado do UFC Rogério Minotouro e o ex-lutador Carlão Barreto se unissem em prol das artes marciais. Junto com o faixa-preta de Jiu-Jitsu Rick Monstro, os três criaram a Confederação Brasileira de MMA Desportivo (CBMMAD), que vê o MMA amador como ferramenta de importância para a modalidade.

Com o objetivo de recolocar o Brasil no topo entre as principais organizações de MMA do mundo, a Confederação já fechou parcerias com órgãos nacionais e internacionais na busca por apoios visando essa “nova fase” dentro do esporte. Com grande experiência no mundo da luta, Minotouro falou sobre a importância da CBMMAD para o desenvolvimento do MMA amador no território brasileiro, citando o exemplo utilizado em outros países.

- Ao longo desses anos lutando e vivendo o esporte, pude perceber em viagens que o MMA amador é tratado com muita seriedade em países como Estados Unidos, México e também na Rússia atualmente. Eles utilizam um mecanismo que faz com que o lutador realize diversas lutas amadoras, com uma extrema organização e preparo, fazendo com que esse lutador já chegue ao profissional pronto para lutar em um bom nível entre os profissionais. No Brasil, muitos já vão lutar profissionalmente sem ter uma boa base para entrar no cage, ainda não estão prontos. Então a intenção é essa. Fazer com que o lutador brasileiro possa lutar profissionalmente com os requisitos e capacidade necessárias para que ele esteja pronto para desenvolver todo o seu potencial. O MMA amador é de suma importância para que esses atletas tenham tempo e bagagem necessários para quando chegarem ao profissional, desenvolverem tudo que aprenderam de forma prática e teórica - afirmou Minotouro.

Atleta do UFC, Amanda foi campeã mundial de MMA amador

Atualmente com 25 anos, Amanda Ribas fará sua estreia pelo UFC em 2019 e, em sete lutas no MMA profissional, contabiliza seis vitórias e apenas uma derrota. Faixa-preta de Judô, Jiu-Jitsu e grau preto em Muay Thai, a mineira deixou o Judô em 2013 e, desde então, se aventurou no MMA amador, tornando-se a primeira – e única – brasileira campeã mundial de MMA amador pela IMMAF, em 2014, após uma atuação de destaque no torneio.

Com os títulos do Max Fight e do Pentagon Combat em seu currículo profissional, Amanda passou por dificuldades até chegar ao protagonismo e ser contratada pelo Ultimate. Seu pai, Marcelo Ribas, falou sobre as barreiras superadas pela lutadora até chegar à maior organização de MMA do mundo, falando sobre a aventura vivida pela atleta no amador.

- As dificuldades para ela sempre foram grandes. Ela estava na seletiva olímpica para Londres no Judô com 16 anos, mas ela machucou o joelho e teve que fazer uma cirurgia em 2012. Depois, voltou no final desse ano a lutar, mas daí, constataram que a cirurgia foi feita de forma errada e ela teve que fazer uma nova cirurgia em 2013 e, com isso, a Amanda decidiu parar com o Judô. O Carlão Barreto, um dia, na seletiva do MMA amador para Las Vegas (EUA), chegou nela e falou que ela poderia lutar MMA, a Amanda aceitou e em janeiro começou a treinar, ganhou as seletivas e em junho foi para Las Vegas no Mundial, sendo campeã, ganhando todas as lutas e sendo considerada a melhor lutadora do evento, tornando-se a primeira e única brasileira campeã mundial de MMA amador - disse o pai da atleta, que seguiu.

- Na verdade, foi só ela. Na época, a seleção inteira não conseguiu visto para viajar e foi uma loucura, porque o Carlão me disse que não dava para ela ir sozinha, porque ela falava muito pouco inglês, mas a Amanda queria ir de qualquer jeito. Acabou que ela foi com um advogado da Comissão Atlética e, chegando lá, teve uma confusão desse advogado com a presidente da Federação mundial e a mulher disse que não queria mais ninguém do Brasil lá. A nossa sorte é que a gente tinha um americano que treinou comigo no Brasil, dava aula na SWAT e estava perto de Vegas, daí ele foi para lá, conversou com a presidente e ela deixou a Amanda lutar, mas sem técnico, completamente sozinha. Foi muito louco… Até para o visto dela sair foi uma loucura, porque já tinha passado a hora dela tirar o visto, era época de Copa do Mundo, mas no final deu tudo certo, graças a Deus - relembrou Marcelo Ribas.

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