‘Preparado’, Paulo Borrachinha assume posição de ‘promessa’ no UFC
Invicto na carreira após dez lutas, mineiro admite rápida valorização do Ultimate e garante estar pronto para assumir expectativas depositadas em cima de seu sucesso no octógono
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Aos 26 anos, Paulo Henrique Costa - ou "Borrachinha", como é conhecido no mundo das lutas - é a nova aposta brasileira do UFC. Com um cartel perfeito de dez lutas e dez vitórias, o mineiro não chegou "comendo pelas beiradas" ou "de mansinho". Está mais para pé na porta. Com apenas duas lutas na maior organização de MMA do mundo, ele já é tratado como joia e assume a posição de "promessa" rumo a conquista de um novo cinturão para o Brasil.
Em entrevista ao LANCE!, Borrachinha comenta a nova fase no UFC, mantém os pés no chão ao falar sobre o futuro e garante estar preparado para carregar as expectativas depositadas em seu sucesso.
- Tenho essa percepção. Entendo que o UFC está me vendo como uma aposta. Espero que os fãs me vejam assim também, que eles acreditem que merecemos esse apoio. É fundamental que eles passem a acreditar em nós. Quero que a torcida brasileiro me veja assim, e estou preparado para assumir esse desafio - declarou o lutador.
O lutador revela que ingressou nas artes marciais após sofrer bullying na adolescência, projeta seu futuro no UFC e o sonho de ser campeão mundial.
Confira a entrevista com Paulo Borrachinha
Como começa a sua história no mundo das lutas?
Comecei a treinar muay thai com nove anos de idade. Sofria muito bullying na escola, tinha uma molecada barra da pesada e eu sempre me envolvia em confusão. Comecei a treinar meio que para me defender. Parei de me envolver em confusão a partir daí. Você fica mais concentrado, tem uma postura melhor quando começa a lutar. Nos comportamos melhor.
Você só treinava muay thai antes do MMA?
Na verdade, fiquei cinco, seis meses no muay thai só, depois fui paro o jiu-jitsu. Aos 12, comecei a treinar firme. Depois de uns anos comecei a competir vários campeonatos para ser lutador de jiu-jitsu mesmo, até que aos 18, 19, voltei ao muaty thai, mas agora já mais voltado para o MMA. Hoje tenho uma base mais de muay thai, puxei mais esse caminho. Mas no fundo não diferencio muito, faço de tudo, tento integrar tudo no MMA.
Das suas dez vitórias, nove foram no primeiro round. Qual você acha que é sua maior qualidade?
Tenho algo que é a explosão, a agressividade, a força. Acho que consigo impôr isso. Vejo muito lutador falando que faz o primeiro round, mas só "entra na luta" no segundo. Eu não consigo entender isso. Eu já entro no primeiro segundo de luta no meu máximo, ligado, dando tudo o que tenho e sei que posso render. Tento imprimir um round forte para acabar a luta logo. É isso o que todo mundo quer ver. Ninguém quer ver todo atleta se poupar, é até uma falta de respeito com quem está assistindo. Tem que ser mais emocionante. Sei que tenho essa explosão muito forte, um pouco de fibra, a parte física mesmo me ajuda.
Esse ritmo acelerado de alguma forma é pra diminuir o tempo no cage e amenizar os possíveis danos físicos que a modalidade pode oferecer para o seu futuro?
Nunca tinha pensado nisso, mas faz muito sentido. Nunca me lesionei numa luta. Já machuquei minha mão, de tanto bater, mas nunca recebendo uma pancada. Isso é legal. É como aquele ditado no futebol: "A melhor defesa é o ataque". Se você está atacando, dificilmente vai receber um golpe. Você se expõe menos. Sempre pensei em liquidar a fatura logo.
Qual a origem do apelido "Borrachinha"?
O Borrachinha surgiu porque aos 12 anos, quando trouxe meu irmão para o jiu-jitsu, ele tinha muita flexibilidade, elasticidade, então no jiu-jitsu isso impressionava, ele fazia um alongamento bom, e começaram a chamá-lo de "homem borracha". Como eu era o irmão mais novo, fiquei como "borrachinha" (risos).
Você já é tratado como nova promessa brasileira do UFC. Como lidar com essa responsabilidade?
O cuidado é tentar não se deslumbrar, se manter focado, saber que cheguei rápido até aqui, mas ainda há muito mais pelo caminho. Um caminho muito maior está pela frente. Vejo como um grande avanço o que já conquistei, mas sei que ainda ha muito por vir. Me mantenho focado nos treinamentos.
O que pesa a seu favor em relação a isso?
Tenho algo bom que não sou "da noite", não gosto de sair, sou mais caseiro. Não tenho esse deslumbramento todo. Quero ser campeão dessa categoria e tenho consciência que tenho capacidade de chegar lá. Tenho pés no chão, sei onde posso ir e sei o que tenho de fazer para chegar lá
Onde você se vê daqui a dois anos?
Em dois anos quero ser o melhor peso-por-peso do UFC. Seguindo o meu planejamento, em quatro ou cinco lutas eu consigo chegar ao cinturão. Penso em três a quatro lutas por ano, então em dois anos estamos falando de sete, oito lutas. Quero que os fãs me vejam como um cara que não amarra luta, não luta por lutar, luta para ganhar, e representa o país, a nação... Um cara que luta com garra, respeito, e que sempre dá o seu melhor e entra no octógono sempre para matar ou morrer.
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