Por Yago Rédua
Quando enfrentou o campeão Jon Jones em julho de 2019 e “chocou o mundo” como tinha prometido, Thiago Marreta perdeu por decisão dividida, mas saiu do octógono com outro status. O carioca mudou de patamar dentro da companhia e atualmente é um dos principais nomes do Brasil no Ultimate.
O pós-luta para Marreta não foi nada fácil. Durante o combate contra o campeão dos meio-pesados, o lutador sofreu lesões graves, como o rompimento do ligamento cruzado do joelho esquerdo ainda no round inicial. Ao término do evento, exames revelaram também o rompimento do menisco, uma fratura na tíbia (ambos na perna esquerda) e outros sérios problemas.
Perto de completar um ano da performance contra “Bones”, Thiago contou à TATAME que está pronto para voltar a lutar. O número dois no ranking meio-pesado disse que aguarda uma definição do UFC para saber o lugar e quem será o seu adversário. Além disso, revelou que foi recuperando a confiança.
- Eu já estou me sentindo 100%, treinando Jiu-Jitsu e Wrestling, chutando, fazendo sparring. Então, já me sinto pronto para lutar. No início de março, comecei a fazer os treinos mais fortes. Consegui fazer movimentos mais difíceis que não estava fazendo. A confiança, depois que você fica muito tempo sem fazer uma atividade e retorna, fica abalada. Mas, fazendo devagar, a confiança vai voltando naturalmente - comentou.
Assim como Marreta, Dominick Reyes fez jogo duro contra o campeão Jon Jones no começo deste ano. O brasileiro disse que essa é a luta a ser feita pelo Ultimate na categoria até 93kg e contou que o confronto pode, inclusive, definir quem será o próximo desafiante ao título nos meio-pesados da franquia.
- É a luta que os fãs querem ver, que o povo quer. Acho que é a luta que faz sentido. Nós dois lutamos com ele (Jones), pra alguns nós vencemos, acho que a luta que vai definir o próximo para encarar o Jon Jones de novo - projetou o brasileiro sobre o futuro da divisão.
Caso o UFC opte por não casar a luta contra Reyes, Marreta se mostrou aberto para enfrentar qualquer integrante do Top 5, incluindo o compatriota Glover Teixeira, que aparece em quinto lugar na categoria e vem embalado com quatro vitórias: - Eu luto contra qualquer um deles. Se não for o Jones, aceito lutar contra qualquer um do Top 5. Não vejo problema de lutar com o Glover. Ele mesmo pronunciou o meu nome após a luta contra o (Anthony) Smith, disse que gostaria de lutar comigo. Eu penso da mesma forma. Nós nunca treinamos juntos, não somos amigos íntimos. Tenho maior respeito do mundo por ele, temos amigos em comum, mas faz parte do trabalho. Se tiver que acontecer, vai acontecer - analisou o carioca.
Título interino?
Jon Jones vive um imbróglio com o UFC em relação a uma valorização financeira e a possibilidade de subir para a categoria dos pesados. Tanto o lutador, como Dana White, presidente da organização, estão trocando farpas e acusações via imprensa e redes sociais nas últimas semanas. “Bones” até ameaçou a deixar a franquia. Marreta contou que acha mais coerente a criação de um cinturão interino caso o campeão suba de divisão para encarar Francis Ngannou ou fique um tempo afastado do octógono.
- Eu sou super a favor (cinturão interino). Não dá para a categoria ficar parada. Se ele (Jones) for fazer uma luta nos pesados ou ficar sem lutar por um tempo, nada mais justo que de um abrir um cinturão interino - encerrou.