24 anos após Guga em Lisboa, João Fonseca decide o NextGen

Tricampeão de Roland Garros vê enorme potencial no prodígio brasileiro, finalista em Jidá

imagem cameraJoão Fonseca chegou invicto à decisão do NextGen Finals (Corinne Dubreuil/ATP Tour)
Avatar
Gustavo Loio
Jidá (SAU)
Dia 22/12/2024
04:10
Atualizado há 2 minutos
Compartilhar

Obviamente, ainda é muito cedo para comparar a carreira do maior nome do tênis masculino brasileiro de todos os tempos com a principal esperança do país na modalidade em muitos anos. Por outro lado, quem acompanhou, há 24 anos, Gustavo Kuerten sagrar-se campeão da Masters Cup de Lisboa (atualmente, ATP Finals) hoje em dia vê num prodígio, de 18 anos, um futuro e um presente dos mais promissores. Seu nome? João Fonseca, que, neste domingo, em Jidá, na Arábia Saudita, disputa a final do NextGen, às 14h (de Brasília), contra o americano Learner Tien.

➡️ João Fonseca lidera cinco brasileiros na disputa do quali do Australian Open

Humilde e mostrando maturidade, apesar da pouca idade, o caçula do top-150 mundial relembrou a primeira vez que encontrou Guga:

- Foi no ano passado, em fevereiro, na Copa Davis. Estávamos conversando com o time, ele veio e conversou um pouco comigo e com o time também. Ele é um ídolo. Não só para o tênis, mas para a cultura brasileira. É uma pessoa que representa muito. Ele não foi apenas um grande jogador, mas também é um ser humano muito legal.

➡️ Siga o Lance! no WhatsApp e acompanhe em tempo real as principais notícias do esporte

Humildade, uma das semelhanças entre Guga e João Fonseca

Guga, como todos sabem, também tem na humildade uma de suas principais virtudes fora das quadras. E falou, neste mês, antes do torneio em Jidá, sobre João Fonseca:

- É um menino que chama a atenção do mundo, não apenas do Brasil. Isso pode ser algo favorável a ele. Nossa história já está feita, e o João precisa construir a própria trajetória. Ele tem um potencial gigantesco e vem numa curva de crescimento impressionante. Seria lindo ter um brasileiro novamente com essas pretensões, como está acontecendo com a Bia Haddad Maia.

Segundo o tricampeão de Roland Garros, o carioca de 18 anos pode até ultrapassar suas conquistas

- Tem total potencial para fazer muito mais história e chegar ainda mais longe. Claro que no esporte nada é garantido, mas o nível que o João está atingindo é comparável ao dos ícones mundiais. Isso é superpositivo. Tomara que seja assim, porque temos no tênis brasileiro hoje um momento bem mais saudável de conhecimento e capacidade. Quanto antes vier um novo ícone para nos ajudar a cultivar essas pretensões, melhor.

Americanos na final, em 2000 e neste domingo

Enfrentar um tenista dos EUA na decisão é uma das semelhanças entre a campanha de Guga em 2000 com a do prodígio carioca nesta semana. Na ocasião, o ídolo brasileiro derrotou ninguém menos do que André Agassi (para quem tinha perdido na estreia na fase de grupos), por um inapelável triplo 6/4. Em entrevistas, o ex-líder do ranking costuma dizer que aquela foi sua melhor atuação na carreira na quadra rápida.

Guga com o troféu da Masters Cup de Lisboa, em 2000 Arquivo

Tal como Guga, João Fonseca tem no saibro seu piso preferido, o que é difícil de acreditar para quem tem acompanhado a campanha do prodígio em Jidá. Ele mesmo reconheceu que jamais jogara tão bem neste tipo de piso.

A postura em quadra, especialmente a iniciativa de buscar sempre tomar as rédeas dos jogos, é outra semellhança entre as atuações do pupilo do técnico Guilherme Teixeira e as de Guga há 24 anos. O saque como uma das armas é outra semelhança entre os dois brasileiros.

O título conquistado pelo ídolo brasileiro na capital portuguesa, em 2000, o levou à liderança do ranking. Já o torneio em Jidá não distribui pontos no ranking, mas prestígio e cada vez mais respeito por essa verdadeira joia do tênis nacional.

Siga o Lance! no Google News