Conhecida como luta do século, e também como a mais célebre de todos os tempos, a “Rumble in the Jungle” (Batalha da Selva, em inglês), entre Muhammad Ali e George Foreman, no Zaire (atual Congo), completa 50 anos nesta quarta-feira (30).
Desde a realização do confronto, o duelo virou livro, documentário — que ganhou um Oscar — e entrou para a história dos combates mais sensacionais da história do boxe. Aproveitando este momento, o Lance! relembra como foi o duelo mais importante de todos os tempos.
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CONTEXTO
Foreman havia ganho no ano anterior o lendário Joe Frazier, após derrubar seis vezes o oponente. Em seguida, massacrou Joe Roman e ainda Ken Norton. Tudo isso em apenas cinco rouns. Por isso, George era apontado domo invencível.
Ali, segundo os críticos, não tinha a menor chance de vitória e até correria “perigo de morte”. E o começo do combate parecia que todos estavam certos, mas Muhammad mostrou que não.
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A LUTA
Ali saiu de seu vestiário rumo ao ringue. Nos primeiros minutos, Foreman encurralou Ali nas cordas. A cena se repetiu nos rounds seguintes. Apanhar não fez com que Ali se abalasse, pelo contrário, ele ficava cada vez mais empolgado.
No quinto assalto, Foreman demonstrou cansaço e, assim, Ali começou a atacar. A estratégia, conhecida como “rope-a-dope”, consistia usar a flexibilidade dos elásticos do ringue para absorver os impactos de Foreman.
Muhammad não tinha o mesmo estilo de Foreman, que era mais “brigador”. Ele usava muito bem a sua inteligência e soube administrar a violência inicial de George, cansou o grandalhão e passou a dominar as ações. Em seguida, obteve um dos nocautes mais marcantes do mundo da luta no oitavo assalto. O último deles acertou em cheio o queixo do rival. Ele ainda tentou se agarrar, mas não havia mais o que fazer.
Essa luta foi um respiro para Ali. Sete anos antes, Muhammad perdera o título quando o governo dos Estados Unidos o acusou de fugir do alistamento para a Guerra do Vietnã — o lutador era um declarado opositor do conflito e a comissão de boxe cancelou seu cinturão em resposta. A vitória no Zaire fez dele o segundo campeão destronado da história do boxe a reconquistar o cinturão.
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O PÓS-LUTA
Após dez anos, Muhammad Ali era novamente campeão mundial de pesos-pesados. Ele continuou lutando até 1981, quando aposentou com três títulos mundiais dos pesos-pesados e se tornou um ícone mundial. Mesmo convivendo com Parkinson nos anos posteriores, continuou engajado em causas humanitárias até sua morte em 2016.
Já George Foreman, se aposentou em 1977. Durante sua aposentadoria, se tornou pastor e dedicou-se a causas religiosas e comunitárias. Em 1987, fez um retorno notável aos ringues e, em 1994, aos 45 anos, surpreendeu o mundo ao se tornar o campeão mundial mais velho dos pesos-pesados ao vencer Michael Moore. Após essa fase de sucesso, se aposentou definitivamente em 1997.