Um ano após Jogos, Rio vive dor de cabeça para definir rumo de arenas

Parte das novas instalações está fechada ou com uso restrito. Gasto elevado de manutenção dos equipamentos esportivos em meio à crise afasta iniciativa privada

imagem camera(Foto: Reprodução/TV Globo)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 04/08/2017
01:41
Atualizado em 05/08/2017
08:05
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Um ano após a largada dos Jogos Olímpicos Rio-2016, governo federal e prefeitura do Rio de Janeiro ainda batem cabeça sobre a gestão e o uso das instalações esportivas. A cidade, com suas áreas revitalizadas e novas opções de transporte, se apega à mobilidade urbana para falar de legado em meio a uma crise econômica que dificulta a manutenção das arenas.

O fracasso na tentativa do município de criar uma Parceria Público-Privada para gerir o Parque Olímpico, como queria o ex-prefeito Eduardo Paes, impediu que o plano inicial saísse do papel. Em dezembro, o governo federal assumiu parte das instalações (veja mais ao lado) e criou a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO). Aos trancos e barrancos, o órgão tenta atrair eventos.

Atualmente, o Parque abre apenas aos finais de semana. Escolas deixaram de ser erguidas, e a Arena do Futuro, sede do handebol, e o Estádio Aquático não foram desmontados por falta de recursos. Em Deodoro, o Parque Radical, que deveria ter se tornado área de lazer à população, está fechado. O complexo tem recebido poucos eventos:

– Temos vários eventos já realizados no Parque Olímpico e outros por vir, já confirmados. Tem 15 realizados, 18 confirmados e 40 na fila de espera. A entrada da via olímpica é responsabilidade de Prefeitura. Se ela não abre durante a semana, não posso ser cobrado por isso – disse o presidente da AGLO, Paulo Márcio, que falou sobre a situação das instalações não utilizadas.

– A desmontagem das arenas da parte de trás também é responsabilidade da Prefeitura. O gestor público não pode ter medo de ser fiscalizado. O legado é de todos. Se seguirmos a corrente da transparência, dando conhecimento dos nossos atos, as coisas tendem a funcionar de forma mais tranquila.

A prefeitura diz que não há recursos previstos no orçamento de 2017 para a construção das escolas e tenta dar início à desmontagem das arenas nos próximos meses.

De acordo com a última versão da Matriz de Responsabilidades, obras essenciais aos Jogos, como a construção de arenas, consumiram R$ 7,23 bilhões. Para este ano, o Parque Olímpico deve demandar R$ 45 milhões só em manutenção.

Se não bastassem os problemas que envolvem os governos, o Comitê Rio-2016 ainda tem um rombo de R$ 130 milhões no caixa um ano após os Jogos,

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