Presidente da Associação de Pilotos de Grand Prix (GPDA), Alexander Wurz se manifestou sobre as novas diretrizes divulgadas pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) na semana passada e deixou claro que nenhum dos competidores foi consultado. No entanto, afirmou que uma reunião deve acontecer em breve para debater o assunto e, desta forma, analisar qual será a “linha de ação” a ser seguida.
A polêmica alteração no Código Esportivo Internacional diz respeito ao acréscimo feito no artigo 12.2.1. O apêndice padroniza as punições que poderão ser aplicadas aos pilotos das categorias que estão sob o guarda-chuva da entidade presidida por Mohammed Ben Sulayem — entre elas, a Fórmula 1 — em caso de “uso de palavras, ações ou escrita que causem lesão moral ou perda para a FIA, seus órgãos e executivos, mais especificamente sobre o interesse do esporte a motor e nos valores defendidos pela federação”, “má conduta”, “demonstrações políticas e religiosas” e “desrespeito a instruções sobre a participação de cerimônias oficiais”.
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Uma multa de € 10 mil (R$ 61 mil, na cotação atual) será aplicada para a primeira incidência. Porém, o regulamento também indica que elas podem ser quadriplicadas quando se trata da F1, chegando a € 40 mil (R$ 246 mil). Uma segunda incidência renderá multa de € 80 mil (R$ 493 mil) e suspensão de um mês, enquanto uma terceira resultará em multa de € 120 mil (R$ 742 mil) e dedução de pontos no campeonato.
Em um primeiro momento, a GPDA não chegou a se manifestar, embora uma fonte próxima ao grupo tenha dito à BBC que se tratava de uma mudança “ridícula”, acrescentando que Ben Sulayem “age como um ditador”. Agora, porém, Wurz decidiu abordar o assunto e garantiu que os pilotos ficaram sabendo das mudanças através das notícias que saíram na imprensa — e ainda fez uma comparação com o que acontece na liga de futebol dos Estados Unidos, a NFL.
— Não, não houve consulta. Nós soubemos disso pela mídia. Pode haver espaço para melhorias, que estamos (FIA e GPDA) trabalhando juntos [nesses assuntos]. Se fizermos uma comparação com, por exemplo, a NFL, eles têm a sindicalização dos jogadores da NFL, e eles estão envolvidos no processo. Neste caso, não estamos envolvidos. Não tenho certeza se a FIA envolveu sua própria comissão de pilotos. Isso é algo que eu não sei. Vamos torcer para que não haja muitas multas sendo aplicadas”, continuou Alexander, que, ao ser questionado, declarou que ainda não se reuniu com os pilotos de F1 para conversar sobre as medidas que serão tomadas. Não conseguimos nos reunir. Os pilotos estão em um período muito ocupado, não quero estressá-los. Está nas regras. Não é algo que podemos mudar de forma pontual. Claro, vamos nos reunir. Aí, vamos discutir o que vamos fazer e qual será nossa linha de ação. A melhor ação é não xingar. Bem simples. — explicou em entrevista ao portal neerlandês RacingNews365.
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A Fórmula 1 está oficialmente de férias. A próxima atividade é exatamente a sessão única de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, nos dias 14-16 de março.