Bortoleto na Fórmula 1: tudo que se sabe sobre acordo com Sauber para estreia em 2025
Quando conversas começaram, a quem substitui, quanto tempo de contrato e tudo que sabemos sobre o contrato
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A última quarta-feira marcou anúncio oficial de que Gabriel Bortoleto vai defender a Sauber na temporada 2025 da Fórmula 1 na posição de piloto titular. É a quebra de um jejum de sete anos sem pilotos brasileiros no grid de maneira regular — excluindo as duas provas de Pietro Fittipaldi em 2020, pela Haas, na vaga do lesionado Romain Grosjean.
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O GRANDE PRÊMIO aproveita para destacar tudo que sabemos sobre o acordo.
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Bortoleto será o quarto piloto a defender a Sauber, após Pedro Paulo Diniz, Felipe Massa e Felipe Nasr, e entra para a lista como o 33º piloto do país na categoria. Longa linhagem que contou com representantes desde as primeiras corrida da história, em 1950, passando por três campeões mundiais que somam oito títulos, bem como outros vencedores de corrida e donos de carreiras respeitáveis.
O começo e como acordo foi costurado
A primeira informação sobre o interesse da Sauber veio ainda nos primeiros dias de agosto, quando o site italiano Formu1a.Uno informou que Bortoleto estava entre os nomes que agradavam o diretor de operações Mattia Binotto. Semanas depois, Fernando Alonso, que é empresário do brasileiro, foi visto nas instalações da Sauber durante o GP da Bélgica. Em seguida, apenas Bortoleto e Valtteri Bottas seguiam como candidatos para a vaga.
A partir daí, qualquer sinal de ligação entre as partes deixou o público em polvorosa. Durante o GP da Itália, um torcedor, direto das arquibancadas, fotografou Binotto conversando com Bortoleto em Monza. O diretor da Sauber já falava abertamente sobre o “grande talento” de Gabriel. Ajudou ainda que o piloto venceu uma corrida depois sair da última posição naquele fim de semana em Monza.
O jornal suíço Blick informou posteriormente que Bortoleto e Bottas não aceitariam acordos de 1 ano e que, nestes moldes, o brasileiro levava vantagem, até pela saída de Guanyu Zhou, responsável por grande aporte financeiro que ajudava a bancar o alto salário de Valtteri.
Aí, então, o GRANDE PRÊMIO informou, em 9 de setembro, que a McLaren havia acordado em liberar Bortoleto para assinar com a Sauber numa espécie de empréstimo. Gabriel manteria o vínculo com a McLaren, que se resguardava na possibilidade de chamá-lo de volta caso uma vaga na equipe se abrisse, mas, por enquanto, estava feliz em deixá-lo assinar com outro time. Algo parecido ao que aconteceu com George Russell nos anos em que esteve na Williams, mas sempre ligado à Mercedes.
Duas semanas mais tarde, o GRANDE PRÊMIO trouxe uma atualização. A relação entre Sauber e McLaren havia chegado a um impasse. Isso, porque a equipe inglesa queria ceder Gabriel por apenas dois anos após teste realizado na Áustria e onde impressionou, mas a Sauber/Audi queria contar com um longo contrato, de quatro anos. À essa altura, Franco Colapinto também já estreara na Williams e pintava como possível novo rival. Mas a discordância entre as partes esfriou o papo e fez o próprio jornal Blick afirmar que a tendência era que Bottas permanecesse, algo corroborado pelo portal neerlandês Racing News 365.
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Os negócios não estavam acabados também, como informou o GRANDE PRÊMIO logo depois. A McLaren estava até inclinada a liberar o piloto por mais tempo, mas sob condição de compensação financeira. As conversas continuaram, sem desistência da Sauber, até que, no último dia 1º de novembro, o GP trouxe nova informação: a McLaren tinha finalmente cedido e aceitado quebrar o vínculo para que pudesse aceitar o acordo com a Sauber por um contrato de longo prazo, sem atravancar ou precisar de compensação financeira. Horas depois da matéria do GRANDE PRÊMIO, o chefe da McLaren, Andrea Stella, confirmou que a equipe “não ficaria no caminho” do jovem piloto. A assinatura era questão de tempo.
No dia seguinte, a revista alemã Auto Motor und Sport noticiou o acordo assinado entre Bortoleto e a Sauber, algo confirmado rapidamente pelo GP. Faltava apenas comunicar a Bottas sobre a decisão e oficializar junto ao público, algo que aconteceu no dia 6.
Duração do contrato, companheiro de equipe e situação da equipe
A chegada à Sauber agora está certa e o que resta é entender quais às condições.
— Gabriel já demonstrou nas categorias menores que tem o que é necessário para ser um piloto vencedor — disse Binotto ao mostrar a confiança naquela que foi a opção principal da equipe desde o começo.
Embora o tempo de contrato ainda não seja conhecido, tanto Sauber quanto Audi falam em acordo “de longo prazo”. Como inicialmente a equipe queria fechar por quatro anos, dá para dizer com segurança que Gabriel tem mais de dois anos de acordo. São muito provavelmente três ou quatro temporadas no bolso como membro do grid da Fórmula 1.
Ao lado dele na garagem, estará o veterano Nico Hülkenberg. O alemão chega após dois bons anos na Haas em que rejuvenesceu uma carreira que parecia terminada após três campeonatos fora do grid. Hülkenberg assinou por duas temporadas e, aos 37 anos de idade, tem experiência para ajudar bastante um piloto novato ao lado. Se vai ou não fazer isso é outra conversa, visto que sabidamente a primeira rivalidade dos pilotos na F1 é sempre com os companheiros de equipe, que estão dotados da mesma máquina.
Com relação à equipe, a situação tem as tão famosas muitas camadas. Atualmente, trata-se da pior equipe da F1 por larga margem. Na realidade, a Sauber não marca pontos na Fórmula 1 há mais de um ano e 26 corridas, desde o GP do Catar de 8 de outubro de 2023. É a única equipe sem pontos em 2024 — todas as outras marcaram ao menos 17 tentos — e tem muitas dificuldades em mostrar atualizações que melhorem efetivamente o carro. E a expectativa é que o 2025 seja quase tão difícil quanto, uma vez que tudo está em suspenso na expectativa da mudança de 2026.
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Será em 2026 que, sob a égide das novas regras técnicas da categoria, a Audi vai assumir de vez a operação da Sauber, com direito a motor próprio e infraestrutura coordenada entre as fábricas da equipe, na Suíça, e da montadora, na Alemanha. E sob o nome de Audi! A montadora já é oficialmente dona da Sauber desde o ano passado, mas escolheu esperar até 2026 para completar a transição.
Quando a Audi tomar o comando de vez, aí, sim, há grande expectativa para ver o que a gigante alemã tem para entregar. Até lá, resta esperar e trabalhar com o que existe nas mãos. Com o longo contrato que tem, porém, Bortoleto terá bom tempo para participar do desenvolvimento do projeto da Audi e guiar o carro da nova equipe uma vez que for possível.
— Estamos atualmente testemunhando uma mudança geracional na Fórmula 1, com jovens pilotos causando impacto imediato. Ao assinar com Gabriel Bortoleto, asseguramos um desses talentos de ponta. A contratação dele ressalta a estratégia de longo prazo da Audi e comprometimento com a Fórmula 1 — terminou. É uma confiança colocada nele pela gigante alemã.
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E o resto de 2024?
Embora a F1 ainda tenha três corridas pela frente em 2024, os GPs de Las Vegas, Catar e Abu Dhabi, nada muda por enquanto. A Sauber continua com a dupla formada por Bottas e Zhou até o fim do ano, permitindo que os dois se despeçam da categoria e, quem sabe, conquistem um último ponto.
Enquanto isso, Bortoleto tem outras coisas para se preocupar. Afinal, o campeonato da F2 ainda tem mais duas rodadas duplas, no Catar (30 de novembro e 1 de dezembro) e Abu Dhabi (7 e 8 de dezembro). Por lá, Gabriel continua piloto da Virtuosi e lidera a tabela de pontos, com 169,5 pontos contra 165 de Isack Hadjar, 135 de Zane Maloney e 133 de Paul Aron. A chance do agora piloto da F1 é conquistar o título e entrar para a curta lista de pilotos que levaram a melhor na F3 e na F2 em anos de estreia, algo que Charles Leclerc, George Russell e Oscar Piastri também fizeram.
A Fórmula 1 agora volta às pistas para o GP de Las Vegas, nos Estados Unidos, entre os dias 21 e 24 de novembro. Depois, realiza corridas no Catar, última sprint do ano, e Abu Dhabi.
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